<i>Sou um simples africano, cumprindo o meu dever no meu próprio país, no contexto do nosso tempo.</i>

A Fundação Mário Soares e Maria Barroso evoca a vida e o legado de Amílcar Cabral no centenário do seu nascimento, sublinhando o valor histórico e patrimonial dos documentos que integram o seu <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_2617">arquivo</a>. Os seus manuscritos, desde apontamentos e notas onde delineou a estratégia política e militar, até reflexões mais profundas sobre os aspectos culturais, económicos e sociais da luta de libertação, continuam a circular mundialmente, inspirando novas gerações e mantendo viva a sua visão.

Nascido em 1924, em Bafatá, na Guiné-Bissau, <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_2617#!e_2779">agrónomo</a> de formação e profissão, e profundo conhecedor da realidade social do seu povo, Amílcar Cabral encabeçou o processo de crítica e julgamento do colonialismo português, desenvolveu a ideia de resistência cultural, e defendeu a unidade africana, ao mesmo tempo que organizava a <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_2617#!e_2687">estratégia militar</a> do PAIGC, projetava a construção do Estado nas <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_2617#!e_2677">zonas libertadas</a>, e se envolvia numa intensa campanha <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_2617#!e_19412">diplomática</a> pelo apoio à luta de libertação e pelo reconhecimento jurídico da Guiné como um Estado independente. Amílcar Cabral foi mentor, juntamente com outros nacionalistas africanos, de <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_2617#!e_2757">movimentos anti-coloniais</a> que abalaram a estrutura colonial portuguesa nas instâncias internacionais.

Constituído ao longo de uma vida, o <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_2617">Arquivo Amílcar Cabral</a> teve a sua primeira versão digital em 1999, no âmbito do projeto de salvaguarda dos documentos que foi promovido por Iva Cabral, e realizado com o apoio da Fundação Mário Soares, onde este arquivo se encontra depositado por iniciativa dos seus detentores, tendo sido alvo de uma nova intervenção, com o objetivo de enriquecer a representação digital e a descrição dos seus conteúdos.

Na sequência deste trabalho, a Fundação reproduziu, de acordo com parâmetros técnicos internacionais para a preservação digital de bens de herança cultural, a <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_2617#!e_2623">coleção fotográfica</a> que integra o arquivo, constituída por cerca de 1426 provas fotográficas, e os <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_2617#!e_2708/t_info">manuscritos de Amílcar Cabral</a>, num total de 611 documentos e 2835 imagens, e aprofundou a sua descrição, de forma a tornar mais claro o contexto de produção dos documentos e a destacar a relação com outros arquivos, como os de <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_3944">Mário Pinto de Andrade</a>, <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_3666">Pedro Pires</a>, <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_9589">Mikko Pyhäla</a> e <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_10883">Casa dos Estudantes do Império</a>.

Esta intervenção, associada à disponibilização de conteúdos na Casa Comum, permite ampliar o conhecimento sobre a vida, obra, pensamento e ação de Amílcar Cabral e, complementarmente, assegurar a preservação, a projeção e a reutilização do valioso património cultural material e imaterial, em particular considerando a iniciativa, em curso, de inscrição dos Arquivos de Amílcar Cabral no Registo “Memória do Mundo”, da UNESCO.

Evocar Cabral é lembrar o revolucionário e o humanista cuja vida e obra, nas palavras de Mário Pinto de Andrade, “se desenrolaram numa harmoniosa unidade dialéctica, uma contendo e iluminando a significação da outra”.

thumbnail_05221.000.030_p0002_id002256596_MS.jpg

05221.000.030_p0002_id002256596_MS.jpg

No centenário do nascimento de Amílcar Cabral

A Fundação Mário Soares e Maria Barroso disponibiliza, no âmbito do "Congresso Internacional A Imprensa de Exílio(s)", organizado pelo Grupo Internacional de Estudos da Imprensa Periódica Colonial do Império Português, uma <a href="https://docs.google.com/spreadsheets/d/1kdQgEDSWNI_8SqJUywjP-TYV5FBscSBiY4Xh1qlfYf8/edit?usp=sharing">lista de imprensa do período de oposição à ditadura (1926-1974)</a>&nbsp;que reúne títulos existentes na Fundação, no Arquivo de História Social (ICS/ULisboa) e no Centro de Documentação 25 de Abril (CD25A/UC), com o objetivo de promover o acesso e a utilização destes recursos por parte da comunidade.

A lista que se partilha em acesso aberto, e que conta com mais de 200 títulos de imprensa, constitui um instrumento de acesso a um conjunto de fontes relevantes para a história das pessoas, organizações e ideias que estiveram presentes nas diversas correntes políticas da oposição à Ditadura Militar e ao Estado Novo que se organizaram no exílio, e nos movimentos de libertação das ex-colónias portuguesas e organizações unitárias anticoloniais, cujos secretariados gerais e representações se estabeleceram também no exílio.

A lista pode ser transferida através da seguinte ligação: <a href="https://docs.google.com/spreadsheets/d/1kdQgEDSWNI_8SqJUywjP-TYV5FBscSBiY4Xh1qlfYf8/edit?usp=sharing">Imprensa de Exílio e Emigração (oposição à ditadura, 1926-1974)</a>

thumbnail_04341.004.014_p0001_id002276595_MS.jpg

04341.004.014_p0001_id002276595_MS.jpg

Disponibilização de lista de imprensa do período de oposição à ditadura (1926-1974)

A Fundação Mário Soares e Maria Barroso acolheu, na manhã do dia 1 de julho, a cerimónia de entrega do Prémio Mário Soares: Cidadania e Desenvolvimento, promovido pela Delegação Socialista Portuguesa do Parlamento Europeu.

Nesta edição, a terceira, o prémio foi atribuído a sete trabalhos de várias escolas de todo o país.

O Prémio Mário Soares, instituído pela Delegação Socialista Portuguesa no Parlamento Europeu, Grupo S&amp;D - Associação de Deputados, é atribuído anualmente e destina-se a galardoar os estudantes do 3º Ciclo do Ensino Básico e do Ensino Secundário pelos trabalhos realizados no âmbito da valorização da dimensão europeia da cidadania.

Mais informações em: <a href="https://premiomariosoares.eu/vencedores_2023">https://premiomariosoares.eu/vencedores_2023</a>

Entrega do Prémio Mário Soares: Cidadania e Desenvolvimento 2024

A Fundação Mário Soares e Maria Barroso tornou-se membro efetivo da FEPS - Foundation for European Progressive Studies. Até então, a Fundação tinha o estatuto de Observador.

A decisão foi tomada na última assembleia-geral, realizada a 20 de junho, em Bruxelas, na sede da FEPS.

Esta decisão reveste-se de particular significado por ter lugar no ano do centenário do nascimento de Mário Soares.

A <a href="https://feps-europe.eu/">FEPS</a> é o grupo é o grupo de reflexão da família política progressista a nível da UE. Tem como missão o desenvolvimento de investigação inovadora, aconselhamento político, formação e debates para inspirar e informar as políticas socialistas e sociais-democratas em toda a Europa.

A Fundação tornou-se membro da Foundation for European Progressive Studies

A Fundação Mário Soares e Maria Barroso acolheu, no dia 3 de junho, a sessão de lançamento do novo número do Portugal Socialista, dedicado ao tema "A Europa Conta Connosco".&nbsp;

O debate contou com as intervenções do diretor do Portugal Socialista, Porfírio Silva, do Prof. Pedro Marques Gomes, que abordou a história daquele jornal, do deputado europeu Pedro Silva Pereira, autor de um artigo, e do Diretor Executivo da Fundação, Filipe Guimarães da Silva.

A Fundação Mário Soares e Maria Barroso organizou, descreveu e digitalizou 207 números do jornal Portugal Socialista, órgão de comunicação da Acção Socialista Portuguesa (ASP) e do Partido Socialista (PS), que estão disponíveis para acesso e consulta através da plataforma <a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_13158#!e_15072">Casa Comum</a>.

Fundado em Roma, por Manuel Tito de Morais, a sua primeira edição saiu a 1 de maio de 1967, Dia do Trabalhador. Enquanto órgão central da ASP e, mais tarde, a partir de 1973, do PS, assumiu, durante a clandestinidade, uma linha editorial de denúncia do Estado Novo e de condenação ao colonialismo e à Guerra Colonial, afirmando-se desde início como “o órgão de todos os socialistas portugueses que, no interior do país e na emigração, lutam, incansavelmente, contra o fascismo, tendo como eixo fundamental o socialismo democrático”.

Após 25 de Abril de 1974, intensificou a sua atividade como órgão informativo oficial do PS e de defesa da implantação dos ideais do socialismo democrático em Portugal. Nas décadas seguintes, tornou-se uma importante plataforma de divulgação das atividades do partido, bem como de expressão dos militantes socialistas.

Lançamento do novo número do Portugal Socialista

thumbnail_LancamentoPortugalSocialista_FotoPS_2024-06-03_3.jpeg

LancamentoPortugalSocialista_FotoPS_2024-06-03_3.jpeg

O Prémio Mário Soares: Cidadania e Desenvolvimento, edição 2023/2024, foi atribuído aos seguintes trabalhos.

O Júri foi constituído pela deputada europeia Isabel Carvalhais, pelos deputados Eurico Brilhante Dias e Rosário Gâmboa e por Isabel Soares.

A cerimónia de entrega dos prémios teve lugar no dia 1 de julho, em Lisboa, na Fundação Mário Soares e Maria Barroso.

Informação adicional em: <a href="https://premiomariosoares.eu/vencedores_2023">https://premiomariosoares.eu/vencedores_2023</a>

Vencedores do Prémio Mário Soares: Cidadania e Desenvolvimento

<b>Nos 50 anos do regresso de Mário Soares a Portugal, vindo do exílio</b>

“Comemorar o 25 de Abril não pode nem deve ser uma rotina. Pelo contrário: deve ser um ato criador de reafirmação e confiança dos Portugueses no futuro de Portugal e nas virtualidades do regime de democracia pluralista que temos vindo coletivamente a construir, desde 1974, em paz e liberdade, superando dificuldades imensas e inevitáveis contradições.”

No dia&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=03033.000#!2">25 de Abril</a>&nbsp;de 1974, Mário Soares estava em Bona, na Alemanha. Tinha, a convite do Partido Social-Democrata alemão (SPD), uma audiência com o chanceler Willy Brandt. De madrugada, é informado pelas autoridades alemãs, de movimentações militares em Lisboa. Desdobra-se em contactos, procurando obter mais notícias. Regressa de imediato a Paris, onde vivia, e daí parte para Lisboa, logo no dia 27 de abril: “A partir do momento em que soube que os militares estavam na rua, não podia ficar longe”. Veio no Comboio da Liberdade, com&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06399.011.006">Maria Barroso</a>, Tito de Morais, Ramos da Costa e Fernando Oneto.

<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=00035.008">Mário Soares estava exilado desde 1970</a>, após a conferência de imprensa realizada em Nova Iorque, no&nbsp;Overseas Press Club, em que denunciou, mais uma vez, a ditadura e a sua política colonial. Na&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=04654.000.006">oposição</a>&nbsp;ativa desde a sua juventude, tinha sido&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06786.001.252">preso</a>&nbsp;13 vezes e&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=04544.053">deportado</a>&nbsp;por ordem de Salazar para São Tomé em 1968.&nbsp;

Nunca baixara os braços na luta pela liberdade e pela democracia. Quando partiu para o exílio, numa carta dirigida a amigos resistentes e distribuída clandestinamente em Portugal, as suas palavras são de resistência mas também de esperança e de ânimo: “O combate é duro mas a coragem não nos falta. Prossigamos pois a nossa luta pela liberdade e pela justiça! Tenhamos confiança: num mundo em transformação acelerada, é impossível deter o progresso.”

Em 1973, é fundado o&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=00853.004.009">Partido Socialista</a>, em Bad Münstereifel, na Alemanha,&nbsp;num congresso que contou com a participação de 27 delegados&nbsp;e onde é logo eleito secretário-geral. Conquistou uma visibilidade e reconhecimento internacionais que mais nenhum político português da oposição alcançara.&nbsp;Em março de 1974, escreve no jornal francês&nbsp;Le Monde: “qualquer coisa «mexe», finalmente, em Portugal”.

Chega a Lisboa no dia 28 de abril.&nbsp;É recebido, na estação de Santa Apolónia, de forma apoteótica por milhares de portugueses, que souberam do seu regresso do exílio através da imprensa e rádio.&nbsp;Dirige-se à multidão: “Quero dizer uma palavra para as Forças Armadas. Restituíram a voz e a alegria ao Povo português, ato histórico que não podemos esquecer. Mas é agora ao povo, aos trabalhadores, que compete a tarefa principal, organizar a democracia e pôr fim à&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=06786.001.092">guerra colonial</a>”.

A ditadura tinha sido derrubada três dias antes pelo&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=04791.001">Movimento das Forças Armadas</a>. Começa um tempo novo, em liberdade. Mário Soares tinha um projeto para o país, que pensara e amadurecera nos anos de combate feroz à ditadura. Esse projeto era a construção de um Portugal novo, democrático, europeu e aberto ao mundo.

As comemorações do Centenário de Mário Soares têm início oficial a 7 de dezembro deste ano, data em que faria 100 anos, e prolongam-se por todo o ano de 2025, ligando-se ao centenário de Maria Barroso. O logotipo das Comemorações é agora apresentado, simbolicamente quando se assinalam os 50 anos do regresso de Mário Soares a Portugal, vindo do exílio. A imagem, da autoria de Rafaela Monteiro Vieira, jovem recém-diplomada, venceu o concurso lançado pela Comissão do Centenário, no final do ano passado.

Nos 50 anos do regresso de Mário Soares a Portugal

A Fundação Mário Soares e Maria Barroso disponibilizou a sua programação para as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

"A Democracia instaurada pela Revolução de Abril, em 1974, nasceu acompanhada da vontade de inventar um outro destino para Portugal”, escreveu Eduardo Lourenço.

50 anos depois, vivemos e celebramos Abril sob a forma de legado, mas com os olhos postos no futuro.

A programação da Fundação Mário Soares e Maria Barroso para o cinquentenário do 25 de Abril centra-se na reivindicação da história e da memória enquanto instrumentos de liberdade e de futuro.

O programa integra um conjunto diversificado de iniciativas promovidas pela Fundação ou em parceria, como exposições, publicações, conferências, debates, projetos educativos e ainda a disponibilização de mais de 12 000 fotografias inéditas de arquivos de fotojornalistas.

Conheça o&nbsp;<a href="https://drive.google.com/file/d/1m2Efm6zVq0Rapby8fusTV-vSGfkwXvw2/view">programa</a>.

Programação da Fundação para os 50 anos do 25 de Abril

A Democracia instaurada pela Revolução de Abril em 1974 nasceu acompanhada da vontade de inventar um outro destino para Portugal&nbsp;| Eduardo Lourenço.&nbsp;

A Fundação Mário Soares e Maria Barroso disponibiliza ao público um conjunto de imagens e textos&nbsp; provenientes dos arquivos de dois fotojornalistas estrangeiros,&nbsp;<a href="https://fmsoaresbarroso.pt/iniciativas/?id=001373#Lippman">Ingeborg Lippman</a>&nbsp;e&nbsp;<a href="https://fmsoaresbarroso.pt/iniciativas/?id=001373#Peter">Peter Collis</a>, que se encontravam em Portugal durante a Revolução de 25 de Abril de 1974, tendo documentado uma série de eventos que ilustram a história da revolução, da descolonização e da transição para a democracia.

Os arquivos de&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_7565">Ingeborg Lippman</a>&nbsp;e&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_11298">Peter Collis</a>, cujos conteúdos podem agora ser acedidos e estudados em formato digital, ilustram ainda a flexibilidade e a velocidade características das técnicas e processos fotográficos da época, assim como a capacidade das agências noticiosas de informar o público sobre o que se passava no outro lado do mundo, derivando de uma prática que se materializa nos negativos e diapositivos, nas provas de autor e provas de contacto, igualmente relevantes para a história do fotojornalismo.

O britânico&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_11298">Peter Collis</a>&nbsp;acompanhou os acontecimentos que se seguiram ao golpe militar a partir de Portugal, em&nbsp;parceria com a correspondente&nbsp;da revista&nbsp;Time, a norte-americana&nbsp;Martha de La Cal.

9LirbGTb_NwXFbYeiiNus4RE7Px-6x8BG3FaIgbTqFu9qTNe9bVEIZi08YHJWIDfwklNL_500SVvHLJcnvYhx8W6qIcB6Bpu6jcXd0ng95BSaTgyg2U2xAtiUjAvpoZzGjNegjq7Hlr7CtyREVQJs20

Entre abril e julho de 1974: tanques do MFA circulando pelas ruas de Lisboa (<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07943.031.001">07943.031.001</a>), chegada de Mário Soares, Francisco Ramos da Costa e Tito de Morais do exílio (<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07943.031.019">07943.031.019</a>), e manifestação convocada pelo PCP, PS e PPD comemorando o fim da guerra colonial e o reconhecimento do direito à independência das ex-colónias (<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07942.008.011">07942.008.011</a>).

As imagens de Collis ilustram diversos aspectos da época, como o regresso de exilados políticos, o fim da guerra colonial e a transição das ex-colónias para a independência (a chegada dos retornados e dos refugiados de conflitos armados e o regresso do contingente militar português), as primeiras manifestações em liberdade, a constituição dos governos provisórios e a abertura da Assembleia Constituinte, a celebração do 1º de Maio de 1975, e a Reforma Agrária, entre outros eventos que marcaram a sociedade de então, deixando-nos um retrato dos seus protagonistas.

CD91LqQYMHpHAudNVUbrkDIcOWPej_0yNjlyipJYAbxLJsOiWb0G0TPXWoKCgMc1st6nJRlRvgpskW7KU448LJUTQMDaI4vrYLqkH6Dinbc9CfXN1Uo8oBGktGfdFGIBcT0FcypO5kNCtpQSSd7I_I8

J6xhSoR4IkHCkcDQcRFnHi-7rqmOvhszwRXexUjX0T1gHfZzvsRWlMMrVhlqX3JtREvAFMryXCaKr9_cCZCVijrk7cc368cDOaSyWeEUyglCdRTBGAwXA6eAjLd5JkYmWzaap-18vvUXoZqeYZLjZ58

ieW1PG-6cyhmDy-yN4iknpiAl1Bn8fgVrcGC8hbOD3dtVefULQEwoSf6HiYs5jzUbRsr4uGJo2kDFwpLawZnSHm3O-pV5TW_Mq18JpwCz2Cy7LBRhMNIz9HveOf9YXiA56iiXW4ztS2VQk6DFe6wOkE

Manifestações em Lisboa, depois do 25 de Abril de 1974 (<a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_15100#!e_15110">07943.113 e 07942.114</a>).

_2wQuUQSugJSEYMp0-ectSEQPVBAJSCdovjvM8i_OEoekc3bvRevHrUQ1PulhYRRhOelKvcrECeViDZeTjPpdTdzcU_8Y2eZ7jbrir3Em3Y450H04Fb94DUuTJNMhTJu7eCmGyUFX49b1hGtrZYxWco

mL4EBO8l6CkRhc5RAv7r8WjXZq8QNAZKKuhjVUB2MgzeLSPqgyFQUjOpIgs0TQ9Ye1Y4EQ5ZvL6PsvNc3qv265q6nSBVJB1N4rtVYSZ_frrXxKeJpFXqIGtiLdX8-wVgyWyAF-hYmMXN8P9sRzkKeqs

Chegada a Lisboa de contigente militar português proveniente da Guiné-Bissau, a bordo do paquete Niassa, setembro de 1974 (<a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_15100#!e_15106">07942.120 a 07942.122</a>).

A norte-americana&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/arquivos?set=e_7565">Ingeborg Lippman</a>, à época correspondente do jornal&nbsp;The New York Times, deu especial atenção às mulheres em dois projetos fotográficos, a luta das guerrilheiras da FRELIMO pela emancipação feminina em Moçambique, e as trabalhadoras agrícolas no Alentejo durante a Reforma Agrária (The changing face of Alentejo, 1975).

Durante a sua deslocação a Moçambique,&nbsp;em novembro de 1974,&nbsp;Lippman assistiu a um encontro da FRELIMO ("banja") com a população em Pemba, durante o qual entrevistou a guerrilheira Geraldina Mitwo,que viria a ser a protagonista da reportagem que escreveu sobre a emancipação feminina no contexto dos movimentos de libertação:

Geraldina fought in the Cabo Delgado, Tete and Niassa regions of Mozambique. She grew to accept the risks and deprivations of the freedom fighter as a normal way of life. - "My muscles soon stopped aching. My stomach got used to being fed when there was food. When there was none, I did without it." -&nbsp; No butterflies in the stomach for Geraldina&nbsp;(Lippman,&nbsp;Frelimo's Women and Women's Liberation, 1975, p.4,&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07896.002">07896.002</a>)

The ideals of Frelimo are only attainable, as are any perfect ideals, by a conjunction of perfect circumstances, which I wish for Geraldina and the Mozambican women, but also realize that history records more ideal failures than successes&nbsp;(Lippman,&nbsp;Frelimo's Women and Women's Liberation, 1975, p. 6,&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07896.002">07896.002</a>)

Lippman acompanhou também a transição de Angola para a independência, entrevistando o líder histórico da UNITA, Jonas Savimbi, na base militar de Sakalemba (Lippman,&nbsp;Angola - Only in Peace is a discussion possible, 1974,<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07899.005">&nbsp;07899.005</a>), regressando àquele país para fazer a cobertura da guerra civil a partir do território controlado pela UNITA, onde testemunhou a retirada de refugiados do Huambo, a cisão da coligação UNITA-FNLA e a intervenção de forças estrangeiras na guerra, sendo, porém, impedida pelos militares de avançar até à linha da frente, onde se desenrolavam os combates.

Primeira tira de prova de contacto com 37 fotogramas da primeira reportagem de Ingeborg Lippman em Angola, entre 27 de agosto e 1 de setembro de 1974 (<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07899.002.009">07899.002.009</a>).

Lippman relatou, a partir da cidade do Huambo, nas vésperas da proclamação da independência, a retirada de refugiados por meio da ponte aérea que ligou Angola a Portugal em 1975, nas reportagens "Angola's Second City - Slowly Strangling" e "Angola Airlift Runs out of time":

UNITA leaders say they hate to see the whites go and would like to see a multi-racial society in Angola. BUt UNITA Secretary General N'Zau Puna says, "In all fairness we can't stop them from leaving because the moment the Portuguese troops go, the real war will start"&nbsp;(Lippman, Angola's Second City - Slowly Strangling, p. 2,&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07902.006">07902.006</a>)

This city [Nova Lisboa], Angola's second largest, is almost dead now, most of its shops closed. Of its 13 pharmacies perhaps six are still open and there's not an aspirin to be found. Medical stocks are running out and there's no hope to get any more, since traffic between Nova Lisboa and Luanda, the capital, has been cut&nbsp;(Lippman, Angola airlift runs out of time, 1975, p. 1,&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07902.004">07902.004</a>)

A radio announcement said that the airlift would be halted in a matter of days; there may be panic among the refugees if this is true. As for myself, I'll stay as long as I can and fly to Lisbon in the last military plane out&nbsp;(Lippman, Angola airlift runs out of time, 1975, p. 2,&nbsp;<a href="http://casacomum.org/cc/visualizador?pasta=07902.004">07902.004</a>)

Desta vez, Lippman permaneceu em território&nbsp; da UNITA&nbsp;entre novembro de 1975 e janeiro de 1976.

Arquivos visuais da revolução | Ingeborg Lippman e Peter Collis

A cerimónia de entrega do Prémio Mário Soares-Fundação EDP 2023 teve lugar no dia 11 de dezembro, às 17h00, no Auditório José Gomes Mota, na Fundação Mario Soares e Maria Barroso.&nbsp;O júri, constituído pelo Professor Doutor Luis Andrade (Presidente), pela Professora Doutora Irene Vaquinhas e pelo Professor Doutor José Luís Garcia, decidiu atribuir o Prémio ex aequo aos seguintes trabalhos:

&nbsp;Decidiu ainda atribuir, por unanimidade, três Menções Honrosas, ex aequo, aos seguintes trabalhos

Notícias