Cronologia



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1911


Neste Portugal de seis milhões de habitantes, com uma taxa de analfabetismo de 75%, a República recém-instaurada, de evidente pendor jacobino e anti-clerical, publica os seus principais esteios legais, designadamente a Lei de Separação do Estado Igrejas e a Constituição. Ao mesmo tempo, cria as Universidades de Lisboa e do Porto e reforma o Ensino Primário. O Partido Republicano divide-se e Afonso Costa sobressai. De Espanha, as primeiras incursões monárquicas, que o novo poder consegue jugular com relativa facilidade. Do interior, a crescente afirmação reivindicativa dos operários e trabalhadores agrícolas – reprimida pelos sucessivos governos.
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    1911
    União Velocipédica

    A União Velocipédica organiza o primeiro Lisboa-Porto.

    Ano: 1911     Tema: Desporto
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    1911
    Congresso da Construção Civil

    Realiza-se no Porto o Congresso Nacional da Construção Civil.

    Ano: 1911     Tema: Actividades Económicas
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    Sexta-feira, 13 de Janeiro de 1911
    Assalto ao "Jornal Católico"

    Greve dos empregados da Companhia de Gás de Lisboa, que originou forte reacção do Governo Provisório.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Terça-feira, 10 de Janeiro de 1911
    Greve do pessoal da Companhia de Caminhos de Ferro Portugueses

    Declara-se em greve o pessoal da Companhia de Caminhos de Ferro Portugueses, secundado pelos ferroviários do Sul e Sueste, Beira Alta, Minho e Douro, na sequência de anteriores reivindicações assumidas por uma «comissão de melhoramentos», que vinha discutindo com a administração a redução do horário de trabalho e o aumento de salários. No Domingo anterior, os trabalhadores haviam-se reunido no Salão da Caixa Económica Operária tomando conhecimento da recusa da Companhia em aceitar as suas principais reivindicações. Num processo complexo e gradualmente politizado, os ferroviários optaram pela greve e pela constituição de piquetes. Esta greve, que durou até 15 de Janeiro, levou à intervenção pessoal de António José de Almeida, que tentou mediar o conflito.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Domingo, 15 de Janeiro de 1911
    Homenagem a Afonso Costa

    Banquete de homenagem a Afonso Costa, por motivo da publicação da Lei do Inquilinato.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Segunda-feira, 30 de Janeiro de 1911
    Raul Proença nomeado bibliotecário da Biblioteca Nacional

    Raul Proença é nomeado bibliotecário da Biblioteca Nacional, dedicando-se a essa tarefa com grande empenho, vindo a ser promovido a 1.º bibliotecário e depois a chefe dos serviços técnicos, enquanro prosseguia a sua actividade de publicista em defesa da República.

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Domingo, 8 de Janeiro de 1911
    Assalto às redacções dos jornais monárquicos

    O Liberal, o Diário Ilustrado, e o Correio da Manhã, principais veículos de persistente propaganda monárquica e clerical, são assaltados e destruídos pela "rua" republicana radical. Face à amplitude desses ataques, as autoridades declaram não poder garantir a segurança dos seus redactores.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Segunda-feira, 9 de Janeiro de 1911
    Inauguração do Liceu Passos Manuel

    É inaugurado o Liceu Passos Manuel, em Lisboa, o primeiro edifício construído de raiz para o efeito, nos terrenos que tinham pertencido ao Convento de Jesus. A sua designação pretendeu homenagear o ministro do reino Manuel da Silva Passos (Passos Manuel, 1801-1862) que, por decreto de 17 de Novembro de 1836, criara formalmente os liceus.

    Ano: 1911     Tema: Ensino
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    Domingo, 1 de Janeiro de 1911
    Protecção aos menores

    A República cria uma comissão e determina várias providências para a protecção dos menores indigentes.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 26 de Janeiro de 1911
    Venda do iate "Amélia"

    É posto à venda o iate a vapor "Amélia", anteriormente utilizado pela família real e que fora utilizado na fuga de D. Manuel II e da sua família no "5 de Outubro".

    Ano: 1911     Tema: Actividades Económicas
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    Terça-feira, 10 de Janeiro de 1911
    Decreto do descanso semanal

    Respondendo a uma das principais exigências dos trabalhadores, o Governo Provisório, pelo ministro do Interior, António José de Almeida, decreta o descanso semanal, «sempre de vinte e quatro horas seguidas» e, em princípio, ao Domingo. O mesmo diploma determinou que «Pela índole especial dos seus misteres, ficam exceptuados os que trabalham nos jornais, cinematógrafos, circos, exposições e quaisquer casas de espectáculos públicos.» Em outras actividades, foi previsto o trabalho por turnos. Uma das inovações desta legislação consistia na intervenção fiscalizadora dos trabalhadores e das associações de classe e juntas de paróquia, competindo aos municípios a respectiva regulamentação. A aprovação deste decreto provocou uma crise no Governo, levando mesmo à demissão de António José de Almeida, por ter visto recusado o diploma em que era estabelecido o regime das oito horas de trabalho – sendo, aliás, estas matérias remetidas para futura discussão na Assembleia Constituinte.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Domingo, 15 de Janeiro de 1911
    Pensão para a filha de Cândido dos Reis

    O Governo Provisório da República concede à filha do almirante Cândido dos Reis, que falecera viúvo, uma pensão anual vitalícia de 600$00 reis.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Domingo, 15 de Janeiro de 1911
    Manifestações contra as greves

    A Carbonária e os Batalhões de Voluntários da República manifestam-se contra as greves operárias, concentrando-se na Rotunda e desfilando pela Avenida até ao Terreiro do Paço. Como assinala A.H. de Oliveira Marques, "Logo em 1911 se desvaneceu muita da simpatia que os pequenos burgueses haviam sentido no início pelas reivindicações operárias. A opinião pública burguesa achava as greves excessivas e inoportunas, acusando os trabalhadores de favorecerem os inimigos da República. O proletariado, por seu turno, acusava os burgueses de não cumprirem as suas promessas da propaganda."

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social/Vida Política
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    Janeiro de 1911
    Vaga grevista

    Em Janeiro de 1911, registam-se numerosas greves, culminando a movimentação reivindicativa dos operários, iniciada mesmo antes da Implantação da República – do fim de 1910 a 1911, registaram-se 247 greves, na sua maioria por melhores salários e pela redução dos horários de trabalho, registando-se ainda diversas paragens de trabalho em solidariedade com outras lutas. As greves alastram por todo o território nacional, incidindo especialmente nos sectores corticeiro e conserveiro do distrito de Setúbal, nos têxteis do Porto e Braga, nas instalações fabris da CUF, no Barreiro, e nos assalariados agrícolas do Alentejo e do Ribatejo, registando-se ainda paragens nos transportes ferroviários e urbanos.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Sexta-feira, 13 de Janeiro de 1911
    Greve dos empregados da Companhia de Gás de Lisboa

    As acções mais radicais não tiveram unicamente como palco as grandes cidades: em Viseu, é assaltado o "Jornal Católico".

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Domingo, 15 de Janeiro de 1911
    Jornal "República"

    António José de Almeida funda em Lisboa o jornal "República". Este, depois da fragmentação do Partido Republicano Português, seria o órgão de imprensa do Partido Evolucionista, permanecendo durante o salazarismo como o principal órgão afecto à Oposição.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 19 de Janeiro de 1911
    Greve de estudantes

    Os estudantes do Liceu Passos Manuel de Lisboa entram em greve, escassos dez dias depois da inauguração do edifício.

    Ano: 1911     Tema: Lutas Estudantis
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    Terça-feira, 10 de Janeiro de 1911
    Pedido de demissão de António José de Almeida

    António José de Almeida apresenta em Conselho de Ministros um decreto sobre o horário de trabalho dos caixeiros. Os outros ministros não concordam com a proposta e não chegam a acordo. António José de Almeida pede a demissão. Reassumiria, no entanto, funções dois dias depois.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Sábado, 21 de Janeiro de 1911
    Extinção do culto religioso na Capela da Universidade

    No quadro da tentaiva de laicização da sociedade, a República extingue o culto religioso na capela da Universidade de Coimbra, criando, no mesmo local, um Museu de Arte.

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Sábado, 28 de Janeiro de 1911
    Feriados

    A portaria inserta no Diário do Governo n.º 24 esclarece que os dias feriados decretados pelo Governo da República correspondem, para todos os efeitos judiciais, aos dias santificados mandados guardar pela legislação anterior.

    Ano: 1911     Tema: Quotidiano
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    Quinta-feira, 5 de Janeiro de 1911
    Incêndio nos Armazéns Grandela

    Violento incêndio nos Armazéns Grandela, em Lisboa. Francisco Grandela era um conhecido e importante republicano, que pertencera à Comissão de Resistência da Maçonaria, que, em ligação com a Carbonária Portuguesa, trabalhara na preparação da revolução do 5 de Outubro.

    Ano: 1911     Tema: Actividades Económicas
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    Quarta-feira, 4 de Janeiro de 1911
    Peça "Cinco de Outubro"

    Estreia, no Teatro da Rua dos Condes, a peça de teatro intitulada "Cinco de Outubro", da autoria de Mário Monteiro.

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Domingo, 15 de Janeiro de 1911
    Batalhões de Voluntários da República

    Realiza-se, em Lisboa, uma parada dos Batalhões de Voluntários da República, criados recentemente. Estes voluntários, assim como os elementos oriundos da Carbonária, desempenharam um papel importante na defesa do regime, nomeadamente contra as incursões monárquicas. Prosseguiram também uma política de defesa intransigente do governo contra os movimentos reivindicativos e as greves, tidas como inoportunas – greves que haviam estalado, um pouco por todo o país e nos mais diversos sectores de actividade, logo após o 5 de Outubro de 1910. Alguns deles ajudaram a "furar" movimentos grevistas, comportando-se como "amarelos".

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 19 de Janeiro de 1911
    Irmãs de Caridade

    Na sequência da política anti-clerical, partem para o estrangeiro, a bordo do vapor "Hilary", as últimas Irmãs de Caridade.

    Ano: 1911     Tema: Religiões
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    Sábado, 21 de Janeiro de 1911
    Homem Cristo parte para Vigo

    Após a suspensão do jornal "Povo de Aveiro", o respectivo director, Homem Cristo pai, parte para o exílio em Espanha.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    1 de Janeiro de 1911
    Criado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Évora

    Criado o Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Évora. A organização dos trabalhadores rurais era ainda incipiente e este é um passo importante na organização sindical dos campos do sul. Durante a Primeira República, estes trabalhadores seriam conquistados pelo sindicalismo.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Sábado, 21 de Janeiro de 1911
    Reformas na Universidade

    É suprimido o exame de licenciatura na Universidade e o de conclusões magnas e estabelecem-se as provas para obtenção do grau de doutor.

    Ano: 1911     Tema: Ensino
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    Sábado, 18 de Fevereiro de 1911
    Conspiradores contra a República

    O governo expatria Álvaro Pinheiro Chagas e João de Azevedo Coutinho por alegada conspiração contra a República.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Terça-feira, 21 de Fevereiro de 1911
    Inauguração do Hospital de Santa Marta

    É inaugurado em Lisboa o Hospital de Santa Marta, designado Escola Médico-Cirúrgica de Lisboa e, alguns anos depois, Hospital Escolar da Faculdade de Medicina de Lisboa. Implantado no antigo Convento de Santa Marta, que datava do século XVI, foi constituído como Hospício dos Clérigos Pobres em 1890, passando em 1903 para a dependência do governo, como anexo do Hospital de São José, especialmente vocacionado para o tratamento das doenças venéreas.

    Ano: 1911     Tema: Saúde
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    Segunda-feira, 13 de Fevereiro de 1911
    Decreto sobre o culto da religião hindu

    Decreto sobre o culto da religião "hindu".

    Ano: 1911     Tema: Religiões
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    Quinta-feira, 2 de Fevereiro de 1911
    Reaparece "O Dia"

    Reaparece, em 3.ª série, o jornal monárquico "O Dia", dirigido por Moreira de Almeida.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 1 de Fevereiro de 1911
    Assalto ao CADC

    Populares assaltam e destroem o Centro Académico da Democracia Cristã, em Coimbra.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Domingo, 5 de Fevereiro de 1911
    Preparação do Congresso Operário e Sindical

    O Sindicalista começa a publicação dos relatórios e teses que serão presentes ao 2.º Congresso Operário e Sindical. Destaca-se o Relatório da Comissão Executiva do Congresso Operário e Sindical de 1909. A questão central radica nas questões de organização, tanto mais que o sindicalismo está gradualmente a ganhar terreno ao Partido Socialista e às organizações de cariz socialista.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Quinta-feira, 9 de Fevereiro de 1911
    Museu da Revolução

    A República manifesta grande cuidado na divulgação da sua história e dos vultos republicanos mais importantes - tendo criado o Museu da Revolução. Nesta data inaugura-se em Lisboa a sala João Chagas, no Museu da Revolução.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 16 de Fevereiro de 1911
    Tribunal de Honra

    Instala-se, no Tribunal da Relação de Lisboa, o recém-criado Tribunal de Honra.

    Ano: 1911     Tema: Quotidiano
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    Quinta-feira, 23 de Fevereiro de 1911
    Pastoral dos bispos portugueses contra as leis da República

    Pastoral colectiva, redigida no final de 1910, só agora vinda a público, contra a legislação anti-clerical da República, apodada de jacobina, acatólica e anticatólica, nomeadamente contra o fim do juramento religioso, a expulsão das congregações e a lei do divórcio. O Ministro da Justiça, Afonso Costa, vai proibir a leitura da mesma. No entanto, os homens da Igreja resistem a esta proibição ao que o governo responde com a prisão ou o desterro.

    Ano: 1911     Tema: Religiões
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    Domingo, 26 de Fevereiro de 1911
    Movimento grevista em Setúbal

    Movimento de solidariedade para com as operárias das fábricas de conservas. Em 21 de Fevereiro, as operárias declaram a greve geral. Na imprensa operária, registam-se críticas ao comportamento de Ana de Castro Osório, que teria ido trabalhar com outras mulheres par uma fábrica de um seu parente.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Domingo, 19 de Fevereiro de 1911
    Primeiro concerto no Teatro Nacional

    Realiza-se o primeiro concerto no Teatro Nacional pela Orquestra de Lisboa.

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Terça-feira, 28 de Fevereiro de 1911
    Conspiração do Rio de Janeiro

    É descoberta, no Rio de Janeiro, uma conspiração dos monárquicos portugueses contra a República portuguesa. Em Maio, O Século noticia que este "complot do Rio" tinha como objectivo conseguir a intervenção de Espanha nos assuntos nacionais e para o conseguir planeava um atentado contra o representante espanhol, Marques de Villalobar.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 1 de Fevereiro de 1911
    Foco de epidemia tifóide em Manteigas

    Foco de epidemia tifóide em Manteigas. Esta doença ainda era causa corrente de mortalidade.

    Ano: 1911     Tema: Saúde
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    Sábado, 18 de Fevereiro de 1911
    Código do Registo Civil: Instituição do registo civil obrigatório

    Pondo termo ao monopólio da Igreja católica sobre o registo de pessoas e culminando uma forte reivindicação da propaganda republicana e laica, é instituído o Registo Civil obrigatório. O registo civil já fora introduzido no nosso país pelo Decreto de 16 de Maio de 1832, de Mouzinho da Silveira, que o definia como a "matrícula geral de todos os cidadãos, pela qual a autoridade pública atesta e legitima as épocas principais da vida civil dos indivíduos, a saber: os nascimentos, casamentos e óbitos" – permanecendo, no entanto, letra morta até 1878, data em que é publicado o respectivo regulamento, apenas aplicável aos "súbditos portugueses não católicos". A verdade, por isso, é que o registo dos cidadãos católicos continua a ser escriturado pelos párocos, sem intervenção da administração do Estado. Só com a legislação agora publicada pela República é que, de facto, passou a vigorar o registo civil obrigatório, que no seu art. 1º estabelecia que "O registo civil, que o Estado institui por este decreto com força de lei, destina-se a fixar autenticamente a individualidade jurídica de cada cidadão e a servir de base aos seus direitos civis" e, no art. 2.º, "É obrigatória a inscrição no registo civil dos factos essenciais relativos ao indivíduo e á família e á composição da sociedade, nomeadamente dos nascimentos, casamentos e óbitos."

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Domingo, 5 de Fevereiro de 1911
    Homenagem aos regicidas

    Grande manifestação, no cemitério Oriental de Lisboa, em homenagem aos regicidas Alfredo Costa e Manuel Buiça. Desde o regicídio que ambos se haviam tornado os mártires da "rua" republicana radical.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Segunda-feira, 6 de Fevereiro de 1911
    Magalhães Lima recusa cargo de embaixador em Londres

    Magalhães Lima, que fizera parte da "embaixada" republicana a Paris e Londres, pouco antes da revolução do 5 de Outubro, recusa o cargo de embaixador em Londres.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 15 de Fevereiro de 1911
    Conferência na Associação Católica

    No contexto de grande efeverscência no tocante à questão religiosa, verificam-se tumultos no Porto, por motivo de uma conferência prevista para a Associação Católica.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Sexta-feira, 17 de Fevereiro de 1911
    Apedrejamento do Círculo Católico dos Operários

    O Círculo Católico dos Operários, em Vila Nova de Gaia, é apedrejado, constituindo mais um sinal de anti-clericalismo.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Sexta-feira, 3 de Fevereiro de 1911
    Bens da Casa Real

    São postas em leilão as 120 carruagens que haviam pertencido à extinta casa real, das quais cerca de 100 se encontravam em bom estado de conservação.

    Ano: 1911     Tema: Quotidiano
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    Quarta-feira, 29 de Março de 1911
    Reorganização dos Serviços de Instrução Primária

    O decreto que reorganiza os Serviços de Instrução Primária, constitui uma das mais profundas reformas daquele grau de ensino, abordando ainda os ensinos infantil e normal. O objectivo do ensino infantil era, segundo este diploma, "a educação e desenvolvimento integral, físico, moral e intelectual das crianças, desde os quatro aos sete anos de idade", sendo realizado "na escola pela professora, e na família pela mãe, devendo ambas harmonizar-se na orientação a dar" e devendo compreender aquisições elementares de vocabulário, de leitura, de escrita, de geografia do lugar, de contos e lendas tradicionais "com intuitos morais e patrióticos", e também o "conhecimento das diversas autoridades locais e pessoas mais prestimosas da terra". Mais se determinava que as escolas infantis deveriam ser "instaladas em edifícios próprios, construídos em terrenos vedados, que sejam isolados de outras construções e da via pública, e com espaço bastante para plantações, recreios e jogos ao ar livre". Haveria balneários para as crianças receberem os seus banhos higiénicos, dormitórios com caminhas (…), salas com ardósias a todo o comprimento das paredes e a baixa altura (…). Tais edifícios deveriam existir um "em cada um dos bairros das cidades de Lisboa e do Porto, em todas as capitais de distrito e nas cabeças dos principais concelhos". (…) Quanto ao corpo docente encarregado de exercer o ensino infantil, seria sempre e só do sexo feminino, "professoras diplomadas na especialidade pelas escolas normais". (…) Ao ensino infantil, facultativo, seguir-se-ia o ensino primário com início normal aos sete anos. (…) dividia-se o ensino primário em três escalões. O elementar (tinha a duração de três anos, dos sete aos nove), o complementar e o superior, sendo o elementar obrigatório para todas as crianças de ambos os sexos e idades compreendidas entre os sete e os catorze anos, e facultativos para os restantes escalões. (CARVALHO, Rómulo de, "História do Ensino em Portugal")

    Ano: 1911     Tema: Ensino
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    Terça-feira, 7 de Março de 1911
    Bispo do Porto destituído das suas funções

    O bispo do Porto, D. António Barroso, é destituído das suas funções, com proibição de permanecer na área da sua jurisdição pastoral. Afonso Costa proibira a leitura da Pastoral dos Bispos portugueses, datado de 24 de Dezembro de 1910, nas igrejas, tendo este bispo recusado acatar esta proibição. Mais tarde, no âmbito da discussão relacionada com a Lei de Separação, os prelados intervêm junto de Afonso Costa, "um espírito cultíssimo", para a situação do bispo do Porto, "para a qual ousamos chamar a esclarecida atenção de vossa excelência": "Queremos aludir à situação em que se encontra o venerando bispo do Porto, D. António José de Sousa Barroso. Referimo-nos a este nosso irmão e colega no episcopado, que ele tanto tem auxiliado e engrandecido pelas suas preclaras virtudes, pela sua ilustração, pelos primores do seu espírito e pelos inescurecíveis serviços prestados à religião e à Pátria, quer como missionário nas regiões adustas de África, quer como prelado em algumas dioceses do ultramar, e na do Porto, não podemos deixar de manifestar a mais viva, a mais profunda e a mais justificada mágoa, quando pensamos nas tribulações e amarguras que esse varão insigne e zelosíssimo bispo está sofrendo, com o afastamento da diocese que o estima, que o ama e lhe devota entranhado afecto que ânimos agradecidos e corações bem formados não sabem recusar ao seu querido chefe espiritual, ao seu caridoso e bondosíssimo prelado".

    Ano: 1911     Tema: Religiões/Vida Política
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    Sábado, 18 de Março de 1911
    Magalhães Lima representa Portugal no Congresso Universal das Raças

    Magalhães Lima é nomeado pelo Governo português como seu representante ao Congresso Universal das Raças, em Londres.

    Ano: 1911     Tema: Cultura/Biografia
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    Segunda-feira, 20 de Março de 1911
    Tentativa de greve geral em Lisboa

    Tentativa de greve geral em Lisboa, que não resultou, dando origem a múltiplos incidentes com a polícia e a numerosas detenções. O ministro Brito Camacho "fazia-os soltar depois e muitos deles eram colocados em serviço de obras públicas." (Rêgo, Raúl, "História da República"). Esta greve foi convocada para protestar contra a morte pela Guarda Republicana de dois trabalhadores em Setúbal.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Quarta-feira, 29 de Março de 1911
    Alto Comissário para Moçambique

    Criado, provisóriamente, o cargo de Alto Comissário da República para Moçambique. José Francisco de Azevedo e Silva é o primeiro Alto Comissário (1911-1912).

    Ano: 1911     Tema: Questão Colonial
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    Sexta-feira, 3 de Março de 1911
    Incêndio em Santo Tirso

    Violento incêndio destrói, em Negrelos, Santo Tirso, uma das maiores fábricas de fiação do Pais, onde trabalhavam cerca de 2800 operários.

    Ano: 1911     Tema: Actividades Económicas
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    Terça-feira, 7 de Março de 1911
    Prisões de párocos

    Alastram as prisões de párocos, acusados de, desobedecendo às ordens do Ministério da Justiça, terem lido em público a Pastoral dos Bispos contra as leis anti-clericais da República.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política/Religiões
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    Quarta-feira, 1 de Março de 1911
    Ramos da Costa inventa o diceraunógrafo

    O capitão-tenente Ramos da Costa inventa o diceraunógrafo, aparelho registador de tempestades a grandes distâncias.

    Ano: 1911     Tema: Ciência e Técnica
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    Segunda-feira, 27 de Março de 1911
    Incidentes em Coimbra

    Incidentes em Coimbra, a propósito da criação da Universidade do Porto e da Faculdade de Direito em Lisboa.

    Ano: 1911     Tema: Lutas Estudantis
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    Terça-feira, 14 de Março de 1911
    Lei eleitoral

    Decreto que revoga a lei eleitoral de 8 de Agosto de 1901, conhecida por ignóbil porcaria, e que, juntamente com outro normativo de 5 de Abril, cria a nova lei eleitoral. A primeira lei eleitoral republicana mantem algumas continuidades com a anterior legislação monárquica. Alarga o sufrágio eleitoral mas não institui, contudo, o sufrágio universal. A propaganda republicana antes da tomada do poder fizera crer a muitos que tal aconteceria no novo regime e para alguns este decreto desiludiu as suas expectativas. Concedia o voto a maiores de 21 anos que soubessem ler e escrever ou fossem chefes de família (mas como não especificava o sexo permitiu que a primeira mulher portuguesa votasse). O recenseamento é facultativo a as comissões recenseadoras são formadas pelas autoridades administrativas. Esta lei determina a existência de círculos plurinominais, consagra a representação de minorias através da representação proporcional (método de Hondt) nos círculos de Lisboa e Porto e de lista incompleta. Esta lei tinha uma particularidade: os candidatos eram automaticamente eleitos no caso de apenas se apresentar uma candidatura.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    2 de Março de 1911
    Lei do Recrutamento Militar

    Aprovada a nova Lei do Recrutamento Militar, lavrada com base no princípio da "Nação em armas" e visando instaurar o recrutamento universal e o princípio do serviço militar obrigatório. Termina o sistema da remissão (pagamento de um substituto). Os mancebos frequentavam a escola de recruta durante um período de tempos breve mas eram convocados anualmente para as escolas de repetição.

    Ano: 1911     Tema: Conflitos bélicos e activ.mil.
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    Segunda-feira, 6 de Março de 1911
    Bispo do Porto

    O bispo do Porto é intimado a apresentar-se no Ministério da Justiça.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 8 de Março de 1911
    Morre Augusto Fuschini

    Morre, em Lisboa, o engenheiro e estadista Augusto Maria Fuschini (1843-1911).

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Sábado, 18 de Março de 1911
    Monumento ao Marquês do Pombal

    É aberto concurso público para o projecto de monumento ao Marquês de Pombal, a edificar em Lisboa. Com esta iniciativa, a República pretende homenagear o que era apresentado como ilustre antecessor, designadamente em matéria de desenvolvimento e, sobretudo, como autor das primeiras leis anti-clericais.

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Domingo, 19 de Março de 1911
    Morte de dois grevistas

    Em Setúbal, morrem dois grevistas num confronto com a Guarda Republicana. Este episódio marca o início de uma relação tumultuosa entre a República e o operariado.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Quarta-feira, 22 de Março de 1911
    Criação das Universidades de Lisboa e do Porto

    São criadas as Universidades de Lisboa e do Porto, congregando as escolas superiores já existentes, ou seja, os cursos técnicos e científicos criados para além dos tradicionais da Academia de Coimbra, que eram Medicina, Direito, Matemática e Filosofia. A faculdade de Teologia de Coimbra, que fora extinta, é substituida por uma Faculdade de Letras. Com esta medida, Coimbra deixa de ser a única universidade do país e, sobretudo, é reforçada nas universidades agora criadas a componente técnica e científica.

    Ano: 1911     Tema: Ensino
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    Quarta-feira, 1 de Março de 1911
    Organizado o crédito agrícola

    O Governo Provisório organiza o crédito agrícola em Portugal, destinado a "facultar aos agricultores que efectiva e directamente explorem a terra e às associações agrícolas devidamente organizadas os recursos necessários para a constituição, aumento e mobilização do respectivo capital de exploração", criando a Junta de Crédito Agrícola.

    Ano: 1911     Tema: Actividades Económicas
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    Quarta-feira, 29 de Março de 1911
    Reabertura das fábricas CUF

    Reinicia a laboração das fábricas da Companhia União Fabril (CUF), após um conflito que envolvera, designadamente, os sectores dos marítimos e dos gráficos. O patrão da CUF, Alfredo da Silva, encerrara as unidades de produção, aceitando perante o ministro Brito Camacho que "a reabertura das fábricas realizar-se-á quando os conselhos de administração e fiscal da companhia, de acordo com o Governo, entendesse oportuno".

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Segunda-feira, 20 de Março de 1911
    Complot de Lamego

    Conspiração monárquica em Lamego, liderada pelo major Vieira de Castro, com ramificações em Lisboa, Leiria e outros locais.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Quarta-feira, 1 de Março de 1911
    Guerra Junqueiro entrega quadros à Academia das Belas-Artes

    Guerra Junqueiro entrega 17 valiosos quadros do seu espólio à Academia das Belas-Artes de Lisboa.

    Ano: 1911     Tema: Cultura/Biografia
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    Sábado, 4 de Março de 1911
    Morre Fialho de Almeida

    Morre José Fialho de Almeida.

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Segunda-feira, 13 de Março de 1911
    Demissão de João de Barros e de João de Deus Ramos

    João de Barros é exonerado, a seu pedido, de director-geral da Instrução Primária e, três dias depois, João de Deus Ramos, seu Chefe de Repartição. Estas demissões foram provocadas pelas modificações introduzidas no texto original da Reforma do Ensino Primário, que viria a ser publicada por decreto de 29 de Março de 1911, queixando-se os seus autores de que a "reforma saída no "Diário do Governo" não correspondia ao texto entregue a António José de Almeida, embora este tivesse garantido, aos seus autores, que o apresentaria, «tal como fora escrito», ao Conselho de Ministros." (Carvalho, Rómulo de, "História do Ensino em Portugal")

    Ano: 1911     Tema: Ensino
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    Sexta-feira, 17 de Março de 1911
    Reiterada a proibição de realização de cerimónias religiosas

    O Ministro da Justiça, Afonso Costa, reitera a proibição de se realizarem cerimónias religiosas fora do recinto das Igrejas, sem autorização especial.

    Ano: 1911     Tema: Religiões
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    18 de Março de 1911
    Paiva Couceiro apresenta "Proposta ao Governo Provisório"

    Paiva Couceiro apresenta uma "Proposta ao Governo Provisório", exigindo um plebiscito nacional para a escolha entre a Monarquia e a República. Defendia, também, a realização de eleições livres, o mais rapidamente possível. Depressa abandonaria a via legalista, instalando-se na Galiza, de onde dirigiu as incursões armadas contra o regime.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 16 de Março de 1911
    Código do Processo Criminal Militar

    É aprovado o Código do Processo Criminal Militar.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Março de 1911
    Paiva Couceiro abandona Portugal

    Henrique Paiva Couceiro, sobre quem impende já um mandado de captura, deixa o país rumo à Galiza, onde organizaria os exilados, que estiveram na origem das incursões monárquicas de 1911 e 1912.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Domingo, 16 de Abril de 1911
    Manifesto eleitoral do Partido Republicano Português

    Com a aproximação da data das primeiras eleições do novo regime, é publicado o Manifesto eleitoral do Partido Republicano Português.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 19 de Abril de 1911
    Sistema métrico decimal

    Os padrões protótipos de sistema métrico decimal, o metro e o quilograma, passam a ser padrões legais em Portugal e seus domínios.

    Ano: 1911     Tema: Ciência e Técnica
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    Quinta-feira, 27 de Abril de 1911
    Câmara Municipal de Lisboa aprova o 10 de Junho como feriado municipal

    A Câmara Municipal de Lisboa aprova, para feriado municipal, o dia 10 de Junho.

    Ano: 1911     Tema: Quotidiano
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    Segunda-feira, 17 de Abril de 1911
    Paiva Couceiro é demitido do exército

    Henrique de Paiva Couceiro é demitido do exército.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Domingo, 23 de Abril de 1911
    Homenagem a Elias Garcia

    No 20.º aniversário da sua morte, é prestada homenagem a Elias Garcia, um dos "patriarcas" do republicanismo português.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    18 de Abril de 1911
    Decreto que destitui das suas funções o Bispo de Beja

    O governo da República destitui de bispo e governador da diocese de Beja, e administrador dos bens da sua mitra, Sebastião Leite de Vasconcelos, e manda instaurar contra ele procedimento criminal, considerando, designadamente, que, estando suspenso das suas funções, não poderia ter assinado a pastoral colectiva do episcopado português ao clero e fiéis datada de 24 de dezembro de 1910.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 20 de Abril de 1911
    Promulgada a Lei de Separação do Estado da Igreja

    Pedra angular da legislação anti-clerical da República, foi lavrada pelo Ministro da Justiça Afonso Costa. (Veja-se "textos")

    Ano: 1911     Tema: Vida Política/Religiões
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    Terça-feira, 25 de Abril de 1911
    Reacção à Lei de Separação

    Reunião do Cabido da Sé de Lisboa e dos párocos da capital, para análise da Lei de Separação.

    Ano: 1911     Tema: Religiões
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    Sexta-feira, 28 de Abril de 1911
    Reacção à Lei de Separação

    Em Évora, o Cabido da Sé solicita a remodelação da Lei de Separação do Estado das Igrejas.

    Ano: 1911     Tema: Religiões
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    Sábado, 27 de Maio de 1911
    Regulamento do Trabalho Africano

    É promulgado o "Regulamento do Trabalho Africano", primeiro diploma legislativo promulgado pela República sobre a questão do trabalho indígena, na esteira da legislação monárquica, nomeadamente o decreto de Novembro de 1899. Introduz melhorias formais nas condições de trabalho, obrigando à inclusão nos contratos de trabalho de claúsulas sobre socorros médicos, vestuário, salário mínimo, abstenção de compelir o trabalhador de comprar na loja do patrão, etc. Esta legislação não afecta, contudo, o essencial das relações de trabalho reinantes nas colónias, como era o caso da (não) repatriação dos trabalhadores contratados para S. Tomé e Príncipe, cuja situação provocava importantes campanhas no estrangeiro, que abrangiam também as condições abusivas de recrutamento dessa mão-de-obra. Neste decreto, aliás, os patrões ainda detêm funções de tutela sobre os seus "servidores", podendo corrigi-los "moderadamente".

    Ano: 1911     Tema: Questão Colonial
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    Quarta-feira, 3 de Maio de 1911
    Criada a Guarda Nacional Republicana

    Depois do 5 de Outubro, a Guarda Municipal, criada em 1834 por D. Pedro, foi extinta, sendo organizado, a título provisório, "um Corpo de Segurança Pública" em Lisboa e Porto, designado Guarda Republicana, para a qual transitou maioritariamente o pessoal das antigas Guardas. O Comando-Geral permaneceu no Carmo, em Lisboa. Em Maio de 1911 é criada a Guarda Nacional Republicana, força de segurança constituída por militares organizados num Corpo Especial de Tropas com funções policiais. A Guarda tem por missão principal a manutenção da ordem e da segurança públicas, em especial nas instalações e equipamentos considerados estratégicos e a sua acção desenvolveu-se, sobretudo, no policiamento das áreas rurais, sem prejuízo de se prever a sua passagem para comando militar em situação de guerra. Foi pensada para ser um dos esteios da defesa do regime republicano, no seguimento do conceito de "Guarda Nacional" do liberalismo ("o povo em armas") e seguindo também o modelo da "Gendarmerie" francesa. Em 1919, na conjuntura das tentativas de restauração monárquica e das várias intentonas, a GNR foi fortalecida, reorganizada e reequipada, recebendo mais homens e também mais armamento (nomeadamente, armamento pesado), a ponto de se considerar que teria mais poder de intervenção que as próprias forças armadas – o que se traduziu também, pelo menos até 1922, na sua gradual intervenção na vida política.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Sexta-feira, 26 de Maio de 1911
    O Museu Portuense passa a denominar-se Soares dos Reis

    O Museu Portuense, primeiro museu público do país, instalado em 1833 no antigo Convento de Santo António, em São Lázaro, passa a denominar-se Museu Soares dos Reis, em homenagem ao primeiro e mais notável pensionista em Escultura da Academia Portuense de Belas-Artes, estando grande parte do seu espólio incorporado no Museu, cujo acervo principal é constituído por Pintura e Escultura portuense da segunda metade do século XIX.

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Domingo, 7 de Maio de 1911
    II Congresso Sindicalista

    Realiza-se na Associação de Classe dos Compositores Tipógrafos, o II Congresso Sindicalista (sindical e cooperativo), que decorre em 9 sessões até 28 de Maio. Conta com a representação de 91 sindicatos que, segundo Alexandre Vieira, representariam uma população associativa de cerca de 35 000 operários. Neste Congresso foram discutidos os princípios gerais de organização, as greves e aarbitragem e a legislação operária. A orientação sindicalista revolucionária prevaleceu, tendo sido eleita a nova Comissão Executiva, presidida por Jorge Coutinho, da Associação de Carpinteiros.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Quarta-feira, 24 de Maio de 1911
    Encíclica Jamdudum in Lusitania

    O Papa Pio X (1903-1914) publica a Encíclica "Jamdudum in Lusitania", de crítica à Lei de Separação do Estado das Igrejas. Este Papa, frequentemente descrito como "retrógrado" e "reaccionário" devido ao seu antagonismo em relação às novas ideias e proclamado santo em 29 de Maio de 1954, assiste, ao longo do seu pontificado, à adopção em diversos países (França – 1905, Espanha – 1910 e Portugal – 1911) de legislações de separação da Igreja e do Estado – o que lhe provoca reacções violentas. Aceitando "o Pontificado como uma cruz", e convicto de que "O nossso mundo sofre de uma doença: o afastamento de Deus", Pio X assume nesta encíclica o combate a diversos aspectos da legislação republicana, como era o caso da secularização de todas as organizações civis e a tentativa de apagar a religião da vida do dia a dia, o fim dos feriados religiosos, a abolição dos juramentos religiosos, o estabelecimento da lei do divórcio e o fim da instrução religiosa no ensino público. Mais verbera o que considera as perseguições aos Bispos, nomeadamente o Bispo do Porto e o de Beja e tece severas críticas a pontos fundamentais da Lei de Separação, apresentada como atentatória dos direitos da Igreja e como a obra dos inimigos de Deus.

    Ano: 1911     Tema: Religiões
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    Quinta-feira, 25 de Maio de 1911
    Reorganização do Exército

    O Governo Provisório adopta medidas de reorganização do Exército, por decreto publicado no Diário do Governo n.º 122, em larga medida inspiradas pelo então major Pereira Bastos. Este diploma fixa a constituição orgânica do exército da metrópole, a constituição de vários estabelecimentos dependentes de diferentes armas e serviços, remodela a Secretaria da Guerra, o estado-maior, os quartéis generais, os comandos militares e os governos de fortificação e fixando o serviço militar geral e obrigatório, a "Nação em Armas". Esta legislação procurava criar um sistema miliciano à semelhança do suiço, determinando que a instrução militar fosse realizada nas escolas de recrutas, escolas de repetição e escolas de quadros (o regulamento para a instrução do exército metropolitano seria publicado em 1914). Mais se determinava que o exército teria três escalões, as tropas activas, as tropas de reserva e as tropas territoriais – as tropas activas compreendiam 8 divisões, uma brigada de cavalaria e unidades não endivisionadas (de infantaria, artilharia, engenharia e dos serviços de saúde, subsistências e equipagens) e, por fim, as tropas do Campo Entrincheirado de Lisboa.

    Ano: 1911     Tema: Conflitos bélicos e activ.mil.
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    Sábado, 27 de Maio de 1911
    Criação de instituições de protecção às crianças

    Decreto que cria a Tutoria de Infância e a Federação Nacional dos Amigos e Defensores das Crianças. A Tutoria é um tribunal colectivo especial que se destina a guardar, defender e proteger os menores em "perigo moral, desamparados ou delinquentes, sob a divisa;"«educação e trabalho»". A Federação é a "união jurídica, moral e facultativa de várias instituições, quer oficiais quer particulares, de propaganda, educação e patronato, que deverão formar um verdadeiro sistema de higiene moral e social". Para além dos trabalhos de prevenção e divulgação, auxilia a tutoria na execução dos seus acórdãos.

    Ano: 1911     Tema: Quotidiano
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    Terça-feira, 23 de Maio de 1911
    Protestos contra a Lei de Separação

    O governo expede uma circular aos governadores civis com instruções para que procedam à apreensão do protesto do episcopado contra a Lei de Separação.

    Ano: 1911     Tema: Religiões
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    Maio de 1911
    Instituto Profissional dos Pupilos do Exército de Terra e Mar

    É criado pelo Ministro da Guerra, general António Xavier Correia Barreto, o Instituto Profissional dos Pupilos do Exército de Terra e Mar, estabelecimento de ensino "destinado a receber, para os instruir e educar, os filhos varões das praças, sargentos ou oficiais do exército e da armada".

    Ano: 1911     Tema: Ensino
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    Segunda-feira, 22 de Maio de 1911
    Adopção do Escudo como unidade monetária

    Decreto que remodela o sistema monetário. A unidade monetária passou a ser o escudo de ouro, substituindo o "real". Trata-se de uma medida de significativa importância a nível simbólico e que, gradualmente, assumiu relevo a nível da política monetária do novo regime. Dizia-se na exposição justificativa: «A nossa unidade monetária, o real, tem um valor muito pequeno, nada parecido com os valores das unidades monetárias dos diversos países, geralmente iguais ou superiores a um franco. Desta circunstância resulta ser necessário empregar um grande número de algarismos para representar na escrita uma quantia, mesmo relativamente pouco importante, o que tem o duplo inconveniente de originar grandes perdas de tempo e introduzir os estrangeiros em erro, na apreciação dos valores expressos em moeda portuguesa. Para remediar este inconveniente, propomos que se adopte como nova unidade monetária o "escudo" de ouro, moeda que conterá o mesmo peso de ouro fino que a actual moeda de mil réis de ouro, à qual será portanto inteiramente equivalente. O "escudo" dividir-se-á em cem partes iguais, denominadas "centavos", correspondendo assim um "centavo"a dez réis do actual sistema."

    Ano: 1911     Tema: Actividades Económicas
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    Sexta-feira, 26 de Maio de 1911
    Instrução Militar Preparatória

    O Governo Provisório regulamenta a instrução militar preparatória. A obrigação do serviço militar começava aos 17 anos, muito embora só fosse efectivada aos 20, sendo os mancebos inscritos nas tropas territoriais até serem incorporados nas tropas activas. A instrução militar preparatória, feita dos 17 aos 20 anos, consistia na frequência de carreiras de tiro, escolas de equitação, ginástica e exercícios militares preliminares.

    Ano: 1911     Tema: Conflitos bélicos e activ.mil.
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    28 de Maio de 1911
    Eleições legislativas

    Nestas eleições, em que se encontravam recenseados 850.000 eleitores, dos quais apenas votarão 60%, ainda assim com afluência maior do que todas as do tempo da monarquia, a apresentação de candidatos foi quase exclusiva do Partido Republicano Português, muito embora em alguns círculos as candidaturas tivessem sido contestadas por socialistas, independentes ou dissidentes. Os monárquicos não concorrerram. As eleições foram em grande medida controladas pelo Directório do Partido Republicano Português, tendo, por isso, a composição da Assembleia Constituinte um importante peso moderado e conservador, essencialmente composto pela classe média burguesa, com um grupo maioritário de oficiais do Exército e da Marinha, funcionários públicos civis, advogados e médicos A título de exemplo, registe-se que o candidato menos votado do Partido Republicano, no Círculo Ocidental, Machado dos Santos, teve quinze mil votos, quando Teófilo Braga recebeu 16.720 e Afonso Costa, no Círculo Oriental, teve 18.845, sendo Sebastião de Magalhães Lima, o mais votado de todos, com 18.853 votos. A Câmara seria composta por uma maioria esmagadora de republicanos e dois socialistas. As primeiras eleições para a Assembleia Constituinte elegem 229 Deputados. Parte deles permaneceria na Câmara dos Deputados e outra parte passaria para o Senado da República.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Terça-feira, 23 de Maio de 1911
    Criação do Instituto Superior Técnico

    Criação do Instituto Superior Técnico (IST). O ano lectivo iniciou-se em Novembro. "A origem do Instituto Superior Técnico remonta ao Instituto Industrial e Comercial de Lisboa, criado na segunda metade do século XIX, no qual se formavam os engenheiros industriais. A esta instituição de ensino concorreu Alfredo Bensaúde para o lugar de professor da Cadeira de Mineralogia e Geologia em 1884. Em 1892, Bensaúde propôs uma profunda reforma, enunciando as deficiências verificadas no ensino técnico superior português. As suas sugestões, de forte pendor crítico, acabaram por ser rejeitadas pela própria comissão de reorganização do ensino à qual pertencia. O modelo estrutural que defendeu, fruto da sua experiência na Alemanha, onde se doutorou, serviria no entanto de base ao novo Instituto Superior Técnico, criado após a instauração da República. Manuel de Brito Camacho, Ministro do Fomento, reconheceu a personalidade empreendedora de Bensaúde, convidando-o no final de 1910 para Director do futuro IST, o qual resultaria da extinção do Instituto Industrial e Comercial de Lisboa e sua divisão no Instituto Superior Técnico e no Instituto Superior de Comércio. Foram cinco os cursos de Engenharia inicialmente leccionados no IST - Minas, Civil, Mecânica, Electrotécnica e Químico-Industrial. Os estudos iniciavam-se com uma estrutura de carácter geral, que se completava com três anos de especialidade." (In www.ist.utl.pt)

    Ano: 1911     Tema: Ensino
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    Quinta-feira, 29 de Junho de 1911
    Morre Eudóxio César Azedo Gneco
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    Domingo, 18 de Junho de 1911
    I Congresso Nacional da Mutualidade

    Realiza-se o I Congresso Nacional da Mutualidade, contando com numerosos republicanos, "entre eles um dos mais prestigiados e activos na expansão da rede mutualista, Costa Godolfim". A implantação da República conduz à institucionalização das relações entre o Estado e o mutualismo. Foi criada a Federação Nacional das Associações de Socorros Mútuos, aprovada por iniciativa de Estevão de Vasconcelos, que já nas Cortes apresentara diversas propostas de legislação laboral. Neste congresso, foram eleitos presidentes honorários Teófilo Braga, Brito Camacho e Bernardino Machado.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Segunda-feira, 19 de Junho de 1911
    Assembleia Constituinte confirma funções executivas do Governo Provisório

    A Assembleia Constituinte, por proposta do seu Presidente, Anselmo Braamcamp Freire, confirma os poderes executivos do Governo Provisório até terminarem os seus trabalhos e ser eleito o Presidente da República.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Segunda-feira, 19 de Junho de 1911
    Sessão inaugural da Assembleia Nacional Constituinte

    "Desde as oito da manhã de Segunda-feira, 19 de Junho de 1911, que a multidão começa a circular nas ruas que conduzem ao antigo mosteiro de S. Bento, destinado desde 1834 para Palácio das Cortes da monarquia liberal. O comércio fechou. Apenas raros recalcitrantes, que depressa os populares convertem, ousam abrir os estabelecimentos. As fábricas não trabalham. As repartições públicas não funcionam. As bandeiras vermelhas e verdes da República flutuam, numerosíssimas, ao vento. A antiga Avenida D. Carlos, hoje Avenida das Cortes, por onde subiam com os seus sumptuosos coches de gala os cortejos reais das sessões solenes da abertura do Parlamento, está decorada com modestos arcos de triunfo. Os navios de guerra que ficaram no Tejo empavezavam em arco, festivamente, com os pavilhões republicanos nos topes. As tropas começavam a desfilar através da cidade, vestindo todos os regimentos o uniforme de serviço. Os improvisados batalhões voluntários passam, ao som de cornetas e tambores. (…) O povo ocupa agora o primeiro plano da cena histórica que vai representar-se. (…) A multidão ocupa as imediações do velho convento cisterciense (…) Uma animação impressionante agita agora os vinte mil espectadores que se comprimem na vasta área circunvizinha do Congresso. As músicas tocam ininterruptamente a Portuguesa, e à medida que vão chegando a S. Bento, os ministros e os caudilhos populares da República são freneticamente vitoriados pelo povo. Salvas de palmas soam, de momento a momento com estridência. Foguetes estoiram nos ares de um azul turqueza. O ministro da Justiça, vindo do Monte Estoril, onde está convalescendo, é saudado em todo o percurso numa crise contagiosa e delirante de entusiasmo. Pálido, emagrecido pela doença, com o pescoço abafado por uma cache-col de seda branca, o Dr. Afonso Costa agradece e sorri. É evidente que o detentor das simpatias populares da Lisboa jacobina é ele agora. (…) São onze horas. O presidente do município de Lisboa, o antigo par do reino Anselmo Braamcamp Freire, que, na reunião preparatória do Congresso os deputados nomearam para presidir à sessão legislativa das Constituintes, ocupa, sob a maquette ainda húmida do busto monumental da República, a presidência." (DIAS, Carlos Malheiro, "Ciclorama crítico de um tempo") "Onze em ponto. Um contínuo vai colocar na tribuna da presidência, à direita, uma bandeira nacional de seda. Entretanto vão chegando outros deputados, trocam-se afectuosas saudações em cada rosto é patente o júbilo que a todos inunda. (...) Às onze e vinte, Anselmo Braamcamp Freire, presidente da Junta Preparatória, sobe à presidência com os dois secretários, Miranda do Vale e Carlos Calisto, e agita a companhia, convocando os deputados a reunir na sala, que é invadida, de súbito. Dez minutos depois, entra o ministro da Justiça pelo braço do ministro dos Estrangeiros. (...) Na bancada ministerial acha-se todo o Governo provisório, à excepção do presidente e do ministro do Interior. Os ministros da Justiça, Finanças e Estrangeiros trajam casaca; os da Guerra, Marinha e Fomento vestem as suas fardas oficiais. (...) Com a máxima clareza, quase martelando as palavras, Anselmo Braamcamp Freire mal dissimula a comoção ao ler o seguinte: A Assembleia Nacional Constituinte, confirmando o acto de emancipação realizado pelo povo e pelas forças militares de terra e mar, e reunida para definir militares de terra e mar, e reunida para definir e exercer a consciente soberania, tendo em vista manter a integridade de Portugal, consolidar a paz e a confiança e o bem-estar e progresso do povo português – proclama e decreta: 1.º – Fica para sempre abolida a monarquia e banida a dinastia de Bragança; 2.º – A forma de governo em Portugal é a República democrática; 3.º – São declarados beneméritos da Pátria todos aqueles que para depor a monarquia heroicamente combateram até conquistar a vitória, consagrando para todo o sempre, com piedoso reconhecimento a memória dos que morreram na mesma gloriosa empresa. (...) As palmas estrugem, os vivas soltam-se de todas as bocas, mas o presidente pede, com um gesto que se restabeleça o silêncio e convida a Assembleia a manifestar-se sobre o decreto: "Os senhores deputados que aprovam queiram conservar-se de pé." Ninguém se senta e Braamcamp Freire declara solenemente: "Está aprovado por unanimidade". (RÊGO, Raúl, "História da República") Nesta histórica sessão decreta-se sobre a bandeira (depois de vivas discussões nos meses anteriores sobre os diferentes projectos) e sobre o hino nacional (A Portuguesa, nascido, letra e música no contexto do Ultimatum de 1890).

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Terça-feira, 20 de Junho de 1911
    Anselmo Braamcamp Freire é eleito Presidente da Assembleia Constituinte.

    Anselmo Braamcamp Freire é eleito Presidente da Assembleia Constituinte.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 22 de Junho de 1911
    Luciano Freire é nomeado director do Museu dos Coches

    Luciano Freire é nomeado director do Museu dos Coches.

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Segunda-feira, 19 de Junho de 1911
    Estabelecidas as cores e o desenho da Bandeira Nacional e o Hino Nacional

    A Assembleia Constituinte estabelece as cores e o desenho da Bandeira Nacional e o Hino Nacional: "A Assembleia Nacional Constituinte decreta: 1.º – A bandeira nacional é bipartida verticalmente, com duas cores fundamentais, verde-escuro e escarlate, ficando o verde do lado da tralha. Ao centro e sobreposto à união das duas cores terá o escudo das armas nacionais, orlado de branco e assentando sobre a esfera armilar manuelina, em amarelo eivado de negro. As dimensões e mais pormenores do desenho, especialização e decoração da bandeira são os do parecer da comissão nomeada por Decreto de 15 de Outubro de 1910, que serão imediatamente publicados no «Diário do Governo»; 2.º – O hino nacional é «A Portuguesa»."

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Domingo, 18 de Junho de 1911
    V Congresso Nacional Socialista

    Reúne-se em Lisboa, de 18 a 19 de Junho, o Congresso Socialista com a presença de 53 delegados. A sua ordem de trabalhos era a seguinte: discurso inaugural, a consulta ao Partido: "Em face da transformação do regime, carece o Partido Socialista de reformar o seu programa ou de alterar o seu regulamento?", a sua discussão e votação e, ainda, a eleição do Conselho Central. O Partido Socialista sauda a República como um regime mais democrático e como uma "(...) absoluta necessidade em frente da obra nefasta e inconsequente do partido monárquico (...)" O PSP está com a República; no entanto, como "partido de classe", o seu objectivo é "(...) a transformação radical da sociedade, até à implantação da República Social."

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Junho de 1911
    Apreensão da carga do Gemma

    O vapor "Gemma", que transportava 300 toneladas de armas da Alemanha para os realistas portugueses sediados na Galiza, foi interceptado e a carga apreendida, após denúncia de republicanos locais. No ano seguinte, em Maio, seria noticiada a apreensão de armas e munições a bordo do "Cabonao" que vinham consignadas a um importante católico espanhol (Juan Ozores) e que alegadamente eram destinadas aos monárquicos portugueses na Galiza.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Junho de 1911
    EUA reconhecem a República

    A legação norte-americana reconhece a República Portuguesa. Pouco depois, a 3 de Agosto Edwin V. Morgan, ministro americano, apresenta as suas credenciais.

    Ano: 1911     Tema: Relações Internacionais
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    Terça-feira, 4 de Julho de 1911
    Aprovação do Regimento da Assembleia Nacional Constituinte

    Aprovado o Regimento da Assembleia Nacional Constituinte, regulador do funcionamento geral da Assembleia Constituinte de 1911.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 13 de Julho de 1911
    Inaugurada a Universidade de Lisboa

    Entra em funcionamento a Universidade de Lisboa, instalada transitoriamente na Sociedade de Geografia. Em 22 de Março de 1911, o Governo Provisório criara as Universidades de Lisboa e do Porto, assumindo que "As Universidades são estabelecimentos públicos de carácter nacional, colocados sob dependência e inspecção do Ministro do Interior", onde então funcionavam os serviços de educação, competindo-lhes "fazer progredir a Ciência pelo trabalho nos métodos de descoberta e invenção científica", "ministrar o ensino geral das Ciências", "promover o estudo metódico dos problemas nacionais e difundir a alta cultura na massa da Nação pelos métodos de extensão universitária".

    Ano: 1911     Tema: Ensino/Vida Política
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    Domingo, 9 de Julho de 1911
    Homenagem a Afonso Costa

    No Coliseu dos Recreios de Lisboa, a Liga Republicana das Mulheres Portuguesas presta homenagem ao Ministro da Justiça, Afonso Costa. Esta sessão solene foi presidida por Bernardino Machado e discursaram Alfredo de Magalhães, Eusébio Leão, Carneiro de Moura, Agostinho Fortes, Visconde da Ribeira Brava, França Borges e Maria Veleda.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 19 de Julho de 1911
    Criação do Museu de Arte Contemporânea

    Criado o Museu de Arte Contemporânea, a partir da selecção das obras de arte existentes no Museu de Arte Antiga posteriores a 1850, tendo sido instalado no Convento de S. Francisco, num espaço vizinho da Academia de Belas Artes. Foi nomeado o pintor Carlos Reis como seu primeiro director a que sucedeu, em 1914, o pintor Columbano, que deu continuidade à sua acção, embora resistinso às investidas da geração modernista, então sediada na Brasileira do Chiado. Nas suas instalações funciona actualmente o Museu do Chiado.

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Quarta-feira, 19 de Julho de 1911
    Jean Jaurés visita Portugal

    Visita Portugal Jean Jaurés, um dos chefes do Partido Socialista francês.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Segunda-feira, 3 de Julho de 1911
    Promoção de Machado Santos

    O Parlamento aprova a promoção do 2.º tenente António Maria de Azevedo Machado dos Santos ao posto superior, com a pensão vitalícia de 3 contos. A República homenageava o homem tido por muitos como o seu "fundador" devido ao papel que tivera na Rotunda no 5 de Outubro de 1910.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política/Biografia
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    Terça-feira, 15 de Agosto de 1911
    O Ministro das Finanças recebe uma representação da Madeira

    O Ministro das Finanças recebe uma representação de 925 habitantes da Madeira, pedindo a extinção dos monopólios e a redução dos impostos.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Sexta-feira, 25 de Agosto de 1911
    A França reconhece "de jure" a República Portuguesa

    A França reconhece "de jure" a República Portuguesa, na sequência da aprovação da Constituição e da eleição do Presidente da República.

    Ano: 1911     Tema: Relações Internacionais
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    Quinta-feira, 24 de Agosto de 1911
    Manuel de Arriaga eleito primeiro Presidente da República

    Manuel de Arriaga Brun da Silveira é eleito primeiro Presidente da República, alcançando 121 votos em 217 deputados. Bernardino Machado, o candidato do grupo parlamentar democrático, de Afonso Costa, obteve oitenta e seis, Duarte Leite quatro, Sebastião Magalhães Lima e D. Manuel II um voto, tendo-se registado quatro votos brancos. Manuel de Arriaga, eleito graças aos votos do denominado bloco republicano moderado (os futuros partidos unionista e evolucionista), ocupou o cargo de 24 de Agosto de 1911 a Maio de 1915, na sequência da ditadura de Pimenta de Castro, não completando o seu mandato, que era de 4 anos.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 23 de Agosto de 1911
    Criado o Ministro das Colónias

    O antigo Ministério da Marinha e Colónias é cindido em dois ministérios.

    Ano: 1911     Tema: Questão Colonial
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    Quinta-feira, 3 de Agosto de 1911
    A Câmara Municipal de Lisboa altera toponímia da capital

    A Câmara Municipal de Lisboa prossegue as alterações na toponímia das ruas da capital, substituindo anteriores designações de pendor monárquico e clerical.

    Ano: 1911     Tema: Quotidiano
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    Segunda-feira, 21 de Agosto de 1911
    Promulgada a Constituição Política da República Portuguesa

    A Constituição da República foi aprovada dia 19 de Agosto e promulgada a 21, sendo publicada no Diário do Governo n.º 195. Haviam sido apresentados à Assembleia Constituinte dez projectos de Constituição. Registe-se que o Governo Provisório não apresentara nenhum projecto.(Veja-se "textos")

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Terça-feira, 12 de Setembro de 1911
    Publicado o decreto da reforma Ortográfica

    Publica-se o decreto da reforma Ortográfica

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Quinta-feira, 7 de Setembro de 1911
    Grupo parlamentar democrático

    O Grupo parlamentar democrático, o embrião do que viria a ser o partido de Afonso Costa e que apresentara o seu programa político no dia 4 de Setembro, afirma a sua oposição oposição ao governo de João Chagas.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Segunda-feira, 4 de Setembro de 1911
    I Governo Constitucional

    Toma posse o I Governo Constitucional, presidido por João Chagas, prestigiado dirigente republicano. Este governo foi integrado por homens próximo do "Bloco" (republicanos que se agrupavam em torno da figura de Brito Camacho e de António José de Almeida). Os seus principais objectivos consistiam na pacificação do campo republicano, na consolidação do regime e na obtenção do seu reconhecimento internacional. O gabinete João Chagas era assim constituído: Acumulando a Presidência, a pasta do Interior e dos Estrangeiros estava João Chagas; para a pasta dos Estrageiros foi depois nomeado, a 12 de Outubro, Augusto César de Almeida Vasconcelos Correia, professor da Escola Médica de Lisboa; o juiz Diogo Tavares de Melo Leote sobraçava a pasta da Justiça; a da Guerra era ocupada pelo General Joaquim Pereira Pimenta de Castro (sendo substituído, em Julho, pelo Coronel de Artilharia Alberto da Silveira); na Marinha, João Duarte de Menezes, jornalista; no Fomento, Sidónio Bernardino Cardoso da Silva Pais, lente de Coimbra; nas Colónias, Celestino Germano Pais de Almeida, (médico).

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 28 de Setembro de 1911
    Tentativa de insurreição monárquica no Porto

    Tem lugar no Porto uma tentativa de insurreição monárquica, rapidamente subjugada, precedendo a primeira incursão monárquica de Outubro de 1911. Os cruzadores "S. Gabriel" e "Adamastor", que estavam ao largo, entraram na barra do Douro. No dia 30 de Setembro, com a revolta já subjugada, são efectuadas cerca de 130 prisões, por alegada participação nesta conspiração monárquica: umas dezenas de sargentos, guardas de esquadras, guardas fiscais, paisanos, o reverendo António Maria da Silva Coelho, coadjutor de Paranhos, que são transportados para o Forte do Alto do Duque.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Segunda-feira, 11 de Setembro de 1911
    A Grã-Bretanha reconhece "de jure" a República Portuguesa

    A Grã-Bretanha reconhece "de jure" a República Portuguesa, no que é acompanhada pela Espanha, Alemanha, Itália e o Império Austro-Húngaro. Depois da Inglaterra o fazer, grande parte dos outros países europeus já não punha qualquer tipo de obstáculos ao reconhecimento do novo regime.

    Ano: 1911     Tema: Relações Internacionais
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    Terça-feira, 12 de Setembro de 1911
    Reconhecimento internacional

    A Holanda e a Bélgica reconhecem a República "de jure". Seguem-se, até ao fim deste mês, a Suécia e a Noruega, a China, a Grécia, Japão e Rússia.

    Ano: 1911     Tema: Relações Internacionais
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    Quinta-feira, 5 de Outubro de 1911
    Incursões Monárquicas

    A Monarquia é proclamada nas Aranhas e Aldeia de João Pires (perto de Castelo Branco).

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Quinta-feira, 5 de Outubro de 1911
    Comemorações do 5 de Outubro.

    Comemorações nacionais do 5 de Outubro, ensombradas pela primeira incursão monárquica de Paiva Couceiro. Manuel de Arriaga visitava a Imprensa Nacional e recebia delegações escolares. Os centros republicanos distribuíam bodos às crianças e organizavam recitais.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 12 de Outubro de 1911
    Chegada de presos implicados nas incursões monárquicas

    Chegada, a bordo do "S. Gabriel" de cerca de 140 presos, implicados nas incursões monárquicas.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Terça-feira, 3 de Outubro de 1911
    Morre Carolina Beatriz Ângelo

    Morre a médica Carolina Beatriz Ângelo, com 33 anos, que fora a única mulher portuguesa que conquistara o direito a voto. A 4 de Abril de 1911, Carolina Ângelo apresentara, na comissão recenseadora do 2.º Bairro (Lisboa), um requerimento pedindo para ser incluída nos cadernos eleitorais. A 28 do mesmo mês, com sentença favorável do juiz da 1.ª Vara Cível de Lisboa, conseguira alcançar o seu objectivo.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Domingo, 8 de Outubro de 1911
    Demissão do Ministro da Guerra

    Exoneração de Pimenta de Castro, depois de várias críticas no seio do gabinete, por não ter reagido mais energicamente às incursões monárquicas e especialmente por não ter assinado e decreto de convocação de tropas para combater as incursões monárquicas.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Quinta-feira, 12 de Outubro de 1911
    Entrada de monárquicos próximo de Chaves

    Grupos monárquicos armados entram novamente em Portugal, acampando perto de Terrosa, Chaves.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Domingo, 8 de Outubro de 1911
    Convocação do Congresso da República

    Convocação extraordinária do Congresso da República, devido à conjuntura das incursões monárquicas.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Segunda-feira, 16 de Outubro de 1911
    Afonso Costa defende a "política de intransigência"

    Afonso Costa defende, no Parlamento, chamado a discutir legislação que permitisse o julgamento rápido dos conspiradores monárquicos, a "política de intransigência" para com os inimigos da República, exigindo o confisco dos bens dos conspiradores e declarando que os únicos aliados dos republicanos deviam ser o «quarto estado», os trabalhadores. A proposta de Afonso Costa seria rejeitada, por cinquenta e sete votos contra quarenta e oito, sendo aprovado o projecto do governo, apresentado por João Chagas, que avançava com a suspensão das garantias constitucionais para debelar a crise provocada pelas conspiarações monárquicas.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 5 de Outubro de 1911
    Primeira incursão monárquica

    Sob o comando de Paiva Couceiro uma coluna de monárquicos, com cerca de 700 a 1.000 homens, vinda da Galiza, entra em Portugal pelo distrito de Bragança (Cova da Lua, Espinhosela e Vinhais). Deu-se um combate entre republicanos e monárquicos perto de Bragança. A coluna realista, depois deste recontro recua para a fronteira, entrando em Espanha. A resposta republicana estava nas mãos do Ministro da Guerra, general Pimenta de Castro. A sua actuação, vista como muito branda por alguns dos seus colegas de gabinete, leva à sua exoneração. Durante o Verão de 1911, os republicanos já haviam montado um sistema de vigilância na fronteira do Minho e de Trás-os-Montes, prendendo os principais suspeitos e fazendo propaganda junto das populações. Quando se verifica a incursão de Paiva Couceiro, as tropas republicanas, superiores em número e armamento, e reforçadas por efectivos e voluntários deslocados de Lisboa, empurram a coluna monárquica para fora das povoações, provocando a deserção de muitos dos seus elementos e, sobretudo, impedindo-a de recolher apoios locais. Para a República, este episódio assumiu também importante papel nas relações com Espanha, que, pelo menos na aparência, limitou os movimentos dos conspiradores no seu território.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Sábado, 7 de Outubro de 1911
    Combates entre monárquicos e republicanos

    Combates entre os monárquicos e republicanos, próximo de Vinhais.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Sexta-feira, 20 de Outubro de 1911
    António José de Almeida vaiado no Rossio

    Os militantes republicanos mais radicais manifestam-se violentamente contra António José de Almeida, face visível de uma política de integração e atração dos monárquicos. Este político, na sequência destes acontecimentos, abandonará o Partido Republicano Português.

    Ano: 1911     Tema: Violência (política)
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    Segunda-feira, 30 de Outubro de 1911
    Novo Ministro Plenipotenciário britânico

    Sir Arthur Harding, novo Ministro Plenipotenciário britânico, entrega credenciais

    Ano: 1911     Tema: Relações Internacionais
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    Sexta-feira, 27 de Outubro de 1911
    Congresso do Partido Republicano Português

    É inaugurado no Coliseu da Rua da Palma o Congresso do Partido Republicano Português, que fora convocado pelo respectivo Directório com a expressa intenção de evitar infiltrações de "adesivos", limitando a participação aos republicanos históricos, às agremiações reconhecidas antes de 5 de Outubro de 1910. Brito Camacho escrevia em "A Luta" desse mesmo dia que "não é lícito esperar que no Congresso que hoje inaugura os seus trabalhos se refaça a unidade do Partido Republicano." E, de facto, António José de Almeida nem compareceu nos trabalhos. Registe-se a participação de mulheres, tendo-se destacado Maria Veleda (1871-1955) escritora, professora, iniciada na Maçonaria em 1907, militando activamente na Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, onde teve cargos de direcção, que apresentou uma moção na sessão de dia 28, secretariou a sessão diurna de 29 e interveio nas sessões seguintes. Na última sessão, a 30 de Outubro, Afonso Costa ainda faz um apelo à unidade do Partido Republicano Português "porque o inimigo não está inteiramente morto". Mas o certo é que o novo Directório saído deste Congresso consagra a vitória de Afonso Costa, que toma o controlo da estrutura partidária. São eleitos Teófilo Braga, Magalhães Lima, Pereira Osório (advogado), António Xavier Correia Barreto e Luís Filipe da Mata (comerciante) e, como suplentes, Peres Rodrigues, Júlio Fonseca, Nunes da Mata, Afonso de Lemos e Pinheiro de Melo. Passaria a denominar-se Partido Democrático.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    domingo, 26 de Novembro de 1911
    Concertos públicos

    Primeira série de concertos públicos no Teatro República. O seu êxito foi assinalável.

    Ano: 1911     Tema: Cultura
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    Segunda-feira, 6 de Novembro de 1911
    Pablo Iglésias visita Lisboa

    Vários deputados republicanos espanhóis, liderados por Pablo Iglesias, visitam Lisboa e são recebidos com grande entusiasmo. Pablo Iglesias (1850-1950) foi presidente do "Arte de Imprimir" e fundador do partido socialista espanhol. A 4 de Dezembro visita o parlamento. Manuel José da Silva, Alfredo Ladeira e Gastão Rodrigues conduzem-no à galeria diplomática.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Sábado, 4 de Novembro de 1911
    Rebelião em Angola

    O governador de Angola pede auxílio militar ao governo da metrópole para enfrentar a rebelião da população autóctene, os povos de Moxico, no planalto de Benguela. As operações militares estendem-se ao Bié, Lunda e norte do Cassai.

    Ano: 1911     Tema: Questão Colonial
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    Segunda-feira, 13 de Novembro de 1911
    Governo de Augusto de Vasconcelos

    Toma posse o II Governo Constitucional, de Augusto de Vasconcelos, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros de Chagas. Tratava-se de um executivo "de concentração", incluindo representantes dos diferentes campos republicanos, isto é, do Partido Democrático de Afonso Costa, da futura União Nacional Republicana de Brito Camacho e, também, um "almeidista". No Interior, o médico e deputado algarvio de Tavira, Silvestre Falcão; na Justiça, António Macieira, advogado muito conhecido; Sidónio Pais tomava conta das Finanças, o tenente-coronel Alberto da Silveira continuava na Guerra, Celestino de Almeida era o ministro da Marinha e José Estevão de Vasconcelos o do Fomento, entrando nas Colónias o oficial da Armada José de Freitas Ribeiro, que, em Janeiro, será substituído pelo coronel de engenharia Joaquim Basílio Cerveira e Sousa Albuquerque e Castro. Este governo estaria em funções até 16 de Junho de 1912.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 1 de Novembro de 1911
    Novo Ministro Plenipotenciário da Áustria Hungria

    O Barão Kulm Von Kunhnenfeld, novo Ministro Plenipotenciário da Áustria Hungria, entrega credenciais ao Governo Provisório da República.

    Ano: 1911     Tema: Relações Internacionais
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    Terça-feira, 21 de Novembro de 1911
    Reintegração de Brito Camacho

    Brito Camacho, cirurgião médico, é reintegrado no Exército. Tinha sido afastado em nove de Abril de 1894.

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Terça-feira, 7 de Novembro de 1911
    João Chagas pede a demissão

    Após a cisão do PRP consagrada no Congresso de 27 a 30 de Outubro, António José de Almeida retira no seu jornal "República" de 7 de Novembro o apoio ao governo de João Chagas que, na sequência das incursões monárquicas, ensaiara uma aproximação à "política de intransigência" de Afonso Costa, sem contudo receber o aplauso deste. Nesse mesmo dia 7, João Chagas apresentava a demissão do seu ministério ao Presidente da República, Manuel de Arriaga: "Não ignora Vossa Excelência que era meu pensamento abandonar o poder, porque considerava e considero que a República não pode subsistir com governos representativos de facções em conflito. A brusca intimação do Sr. Almeida para que eu o abandone desde já precipita a minha resolução." (carta citada por Rêgo, Raúl, "História da República").

    Ano: 1911     Tema: Vida Política
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    Novembro de 1911
    Congresso Anarquista Português

    No congresso anarquista discute-se a presença do anarquismo nos meios sindicais, prevalecendo a orientação que apostava na doutrinação do sindicalismo, secundarizando a intervenção nas organizações sindicais.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Sexta-feira, 1 de Dezembro de 1911
    Censo da População de Portugal em 1911

    O censo populacional realizado em 1 de Dezembro de 1911 – com atraso de um ano – apurou uma população de quase 6 milhões de habitantes (5.960.056) no território continental e insular, o que representou um aumento de 9,9% em relação ao censo de 1900. Acentuou-se a macrocefalia da capital: Lisboa concentra mais de 435.000 habitantes, o que representa um crescimento de 22% em relação ao início do século. Em matéria de analfabetismo, pouco mudou em relação a 1900: 75,1% em vez de 78,6%, embora nas cidades de Lisboa e Porto, a percentagem de analfabetos seja, respectivamente, de 43,7% e de 51,5%. Também no estado civil, as alterações são mínimas: os solteiros são 60,7%, os casados 33,1%, os viúvos 6% e os separados judicialmente (e, agora também, os divorciados) 0,13% - este último número, embora insignificante, apresenta um crescimento acentuado em relação a 1900, em que eram apenas 0,05%. Sem análise comparativa detalhada dos critérios estatísticos utilizados neste censo e no anterior, o certo é que se regista um ligeiro decréscimo na percentagem dos trabalhadores agrícolas (57,7% em vez de 61,7%), mantendo-se todavia a indústria na casa dos 20% , o Comércio nos 6% e a Administração Pública rondando 1%. Finalmente, assinalem-se as oscilações dos que viviam de rendimentos, que passaram de 1,6% para 3,6%, e dos considerados trabalhadores domésticos, que, pelo contrário, desceram de 1,67% para 0,8%.

    Ano: 1911     Tema: Quotidiano
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    Domingo, 31 de dezembro de 1911
    União dos Trabalhadores da Região Norte

    Realiza-se no Porto a sessão inaugural da União Geral dos Trabalhadores da Região Norte, que visava substituir a União Geral dos Trabalhadores. Esta nova união afirma que a sua acção se fará no campo económico e social, sem ligações a qualquer partido político. Tratava-se de uma organização na linha do sindicalismo revolucionário, sendo secretário-geral Manuel Joaquim de Sousa.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    10 de Dezembro de 1911
    Comício operário contra a carestia de vida

    Comício organizado pela União de Sindicatos de Lisboa, no Terreiro do Trigo, contra a carestia dos géneros, das rendas de casa, militarização das escolas e guerras.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Dezembro de 1911
    Jornais operários contra a carestia do pão

    Jornais operários lançam campanhas contra a carestia do pão. A comissão executiva do congresso sindicalista organiza comícios contra a carestia de vida.

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social
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    Domingo, 31 de Dezembro de 1911
    Inauguração da Casa Sindical

    Querendo reunir numa sede comum a Comissão Executiva, a União dos Sindicatos, a redacção de O Sindicalista e o maior número possível de sindicatos, foi alugado para o efeito o Palácio do Marquês do Pombal (Rua do Século, Lisboa). A inauguração da Casa Sindical fez-se nos dias 31 de Dezembro de 1911 e 1 de Janeiro de 1912, com a presença de militantes sindicalistas portugueses e dois operários espanhóis e um francês. A 31 de Dezembro discursa Emílio Costa (intervenção impressa sob o título "Acção directa e acção legal"). Como se diz em O Sindicalista sobre a escolha do nome: "(…) esta é a designação que melhor fica ao reduto que actualmente alberga as mais importantes instituições da organização sindicalista revolucionária."

    Ano: 1911     Tema: Movimento Operário e Social




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