Biografia Maria Barroso




Maria Barroso foi uma mulher de causas e uma cidadã ativa política, cultural e socialmente. Figura maior da cultura portuguesa, atriz marcante no teatro e no cinema, foi uma amante da poesia, que dizia de uma forma única.

Nasceu na Fuseta, em 2 de maio de 1925, no seio de uma família de democratas e oposicionistas à ditadura. Filha de Maria da Encarnação Simões Barroso, professora primária, e de Alfredo José Barroso, oficial do exército, que foi destituído, preso e deportado por razões políticas.

Estudou nos liceus Dona Filipa de Lencastre e Pedro Nunes, em Lisboa, e fez o Curso de Arte Dramática do Conservatório Nacional, que concluiu em 1943, obtendo a classificação mais elevada. Seguindo a sua vocação de atriz, integrou a companhia Amélia Rey Colaço-Robles Monteiro, no Teatro Nacional D. Maria II, onde contracenou com figuras como Palmira Bastos, Maria Matos, Amélia Rey Colaço e Augusto Figueiredo. Subiu à cena em diversas peças, entre as quais “Benilde u Virgem Mãe”, de José Régio, e  “A Casa de Bernarda Alba”, de Frederico Garcia Lorca, atuação que, em 1948, levou o regime a proibi-la de continuar a representar.

A partir daí, fez militantemente recitais de poesia, muitas vezes acompanhada do coro de Fernando Lopes Graça, dizendo versos de poetas contra o regime, nomeadamente do Novo Cancioneiro. Desempenhou vários papéis no cinema – em filmes como “Mudar de Vida”, de Paulo Rocha (1966) ou “Benilde ou a Virgem Mãe”, de Manoel de Oliveira (1975) - e no teatro, onde, de entre as várias peças em que participou, foi “uma frágil Antígona ibérica” (peça “Antígona”, Teatro Villaret, 1965), nas palavras de Eduardo Lourenço. “A vida deu-lhe ensejo de transpor do palco para a cena, sem artifícios da opressão humana, o seu puro grito de heroína habitada pela revolta e pela paixão da liberdade”, escreveu, muito anos depois, o filósofo e ensaísta.

Formada em Ciências Histórico-Filosóficas pela Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, Maria Barroso dedicou-se também ao ensino, dirigindo o Colégio Moderno, e à intervenção política, antes e depois do 25 de Abril de 1974, sendo a única mulher fundadora do Partido Socialista. 

Empenhada na defesa dos mais desfavorecidos, criou a Fundação Pro Dignitate, distinguindo-se na luta pela prevenção da violência e da exclusão social e como uma voz ativa na defesa dos valores democráticos.  Presidiu ainda à Cruz Vermelha Portuguesa.

Morreu em Lisboa, a 7 de julho de 2015. 






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