Fundação Mário Soares

Cronologia

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1919

No rescaldo do sidonismo, a "Monarquia do Norte" e a vitoriosa defesa da República. É reposta em vigor a Constituição de 1911. Bernardino Machado regressa do exílio. É publicado o jornal "A Batalha". Salazar e Cerejeira são suspensos de professores da Universidade de Coimbra e mais tarde reintegrados. Afonso Costa substitui Egas Moniz na delegação portuguesa à Conferência de Paz em Paris. Acentua-se a instabilidade política e os movimentos grevistas. O Ministro socialista do Trabalho abandona o Executivo em desacordo com a política repressiva. É reorganizada a GNR e a escolaridade obrigatória passa para 5 anos. Homenagem a Magalhães Lima e a Afonso Costa. O Papa reconhece a República Portuguesa. É assinado em Versalhes o Tratado de Paz com a Alemanha. Novo regime bancário colonial. António José de Almeida é eleito Presidente da República. Surge o Partido Republicano Liberal, pela fusão dos partidos evolucionista e unionista. Publicado o primeiro número de "A Bandeira Vermelha", órgão da Federação Maximalista.

1919
Universidade Popular Portuguesa

Fundação da Universidade Popular Portuguesa, em Lisboa, por um grupo de intelectuais e de trabalhadores.

Ano: 1919 Tema: Cultura
1919
"O Homem das Louças"

"O Homem das Louças", de Eduardo Viana.

Ano: 1919 Tema: Cultura
1919
"Terras do Demo"

Publicação de "Terras do Demo", de Aquilino Ribeiro.

Ano: 1919 Tema: Cultura
1919
Fundação da Electro Hidráulica de Portugal

Fundação da Electro Hidráulica de Portugal (aproveitamento do Rio Ave). Mais tarde, nos anos 40, funde-se com a Companhia Hidroeléctrica do Varosa, formando a Companhia Hidroeléctica do Norte de Portugal. (A Electricidade em Portugal. Dos primórdios à 2ª Guerra Mundial).

Ano: 1919 Tema: Actividades Económicas
1919
Societé Salines du Sal

Formação da Societé Salines du Sal, de capital francês, em Cabo Verde.

Ano: 1919 Tema: Questão Colonial/Actividades Económicas
1919
Empresa Cimentos de Leiria

É fundada a Empresa de Cimentos de Leiria, por iniciativa de Henrique de Araújo Sommer. Em 1923 iniciava o seu funcionamento. Tem o primeiro forno rotativo moderno.

Ano: 1919 Tema: Actividades Económicas
1919
União Eléctrica Portuguesa

Constituição da União Eléctrica Portuguesa.

Ano: 1919 Tema: Actividades Económicas
Quinta-feira, 23 de Janeiro de 1919
Monárquicos em Monsanto

Tropas fieis à Monarquia, comandadas por Aires de Ornelas, tomam posições em Monsanto, secundando, com uns dias de atraso, o movimento do Porto. O governo encarrega Vieira da Rocha de organizar o ataque a Monsanto. A população acompanha as tropas ("Escalada de Monsanto"), contribuindo decisivamente para o desfecho dos acontecimentos. O Governo convida também todos os militares do Corpo Expedicionário Português, a organizarem uma coluna de defesa da República. O campo republicano, perante a tentativa restauracionista, une-se e mobiliza-se.No final da tarde de dia 24, a sorte das armas coube aos republicanos, que venceram os monárquicios cercados, sem auxílio ou reabastecimento.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Sexta-feira, 24 de Janeiro de 1919
Adesões à Monarquia do Norte

Proclamação da Monarquia em Vila Real e Estarreja.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Terça-feira, 7 de Janeiro de 1919
XVIII Governo, presidido por Tamagnini Barbosa.

Forma-se o XVIII Governo, assumindo Tamagnini Barbosa a Presidência. No dia seguinte, profere uma declaração ministerial em que faz a apresentação dos ministros, indicando a sua filiação partidária e/ou linha política. Alfredo de Magalhães pertence à corrente dos velhos republicanos. Cruz Azevedo e Forbes Bessa são do núcleo aguerrido dos oficiais que vinham do golpe dezembrista. Fernandes de Oliveira e Azevedo Neves são monárquicos que o "prestígio" e o "valor" integraram na República. Egas Moniz dispensou apresentações. O general Corte Real é alheio a agrupamentos políticos. O capitão de mar e guerra Sousa Faro é um republicano sem filiação. E indica substituições a que procedeu: Eurico Cameira substitui Forbes Bessa; o tenente coronel Silva Basto substitui Corte Real; Francisco Fernandes substitui Afonso de Melo. Tamagnini Barbosa foi acusado de ceder à pressão política da Junta Militar do Norte no tocante à escolha do ministério.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Domingo, 19 de Janeiro de 1919
Estado de sítio

Perante a instabilidade política, é declarado o estado de sítio em todo o território do continente, pelo decreto n.º 5110.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sexta-feira, 24 de Janeiro de 1919
Libertação de Magalhães Lima

Preso na sequência do assassinato de Sidónio Pais (14 de Dezembro de 1919), Magalhães Lima é libertado. A maré política, numa conjuntura de necessidade de defesa da República face ao perigo monárquico, era favorável aos partidos republicanos ditos históricos, aos grandes opositores do sidonismo, os democráticos e, sobretudo, aos homens mais respeitados da Maçonaria.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quarta-feira, 22 de Janeiro de 1919
O "Povo em armas"

O Governo apela para a "rua" republicana e abre inscrições para batalhões de voluntários. Pretendia contar com a participação popular para a defesa da República. Brigadas populares recebem instrução na Campo Pequeno e no Depósito de Adidos.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Terça-feira, 21 de Janeiro de 1919
Adesões à Monarquia

Na sequência da restauração monárquica no Porto, Espinho adere ao campo azul e branco.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 25 de Janeiro de 1919
Demissão do Governo

O governo liderado por Tamagnini Barbosa não tem força política para poder continuar à frente dos negócios públicos e pede a demissão, que foi aceite pelo Chefe de Estado, Canto e Castro.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Terça-feira, 28 de Janeiro de 1919
Combates entre republicanos e monárquicos

De Lisboa, larga uma divisão naval para operar contra a "Monarquia do Norte".

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Domingo, 19 de Janeiro de 1919
Proclamação da "Monarquia do Norte"

É proclamada a "Monarquia do Norte", também conhecida por "Monarquia do Monte Pedral", o local da sua proclamação, ou "Reino da Traulitânia", devido à acção violenta dos trauliteiros monárquicos que perseguiram os republicanos, nos vinte e cinco dias que durou este movimento. Tropas do Porto, a que se juntou Paiva Couceiro, proclamaram a restauração da monarquia. A bandeira azul e branca flutuou no Porto, Viana do Castelo, Guimarães, Bragança, Braga, Lamego, Viseu e Vila Real. Chaves resistiu com o republicano tenente-coronel Ribeiro de Carvalho e António Granjo. Aveiro continuou republicana. A Junta Governativa do Reino era constituída por Paiva Couceiro e António Solari Allegro com a pasta do Reino; Visconde de Banho com os assuntos Eclesiásticos, Justiça e Instrução, João de Almeida foi nomeado (mas não aceitou) para a pasta da Guerra, Marinha e Comunicações, Luís Cipriano Coelho de Magalhães para os Estrangeiros; Artur da Silva Ramos nas Obras Públicas, Correios e Telégrafos; Conde de Azevedo sobraçou a pasta da Agricultura, Comércio, Indústria e Trabalho. A Junta Governativa começou logo a legislar, sendo de referir as medidas de ordem simbólica, numa tentativa de "apagar a República", substituindo o hino, a bandeira e a moeda. Depois de sufocada a revolta monárquica no sul, os republicanos atacam a Monarquia do Norte. As vitórias republicanas sucedem-se: dia 27 de Janeiro em Águeda; a 10 de Fevereiro tomam Lamego; a 11, Estarreja; a 12, Oliveira de Azeméis e Ovar. Antes das tropas republicanas chegarem ao Porto, a 13 de Fevereiro de 1919, um levantamento na "Guarda Real" (como fora designada a Guarda Republicana) desfraldaria a bandeira verde rubra.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Quinta-feira, 30 de Janeiro de 1919
Combates entre republicanos e monárquicos

Os monárquicos não conseguem tomar Aveiro, sendo aí traçada uma das "fronteiras" num país divido entre a Monarquia, a norte, e a república, a sul.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Segunda-feira, 20 de Janeiro de 1919
Corpo de Tropas da Guarnição de Lisboa

O corpo de Tropas da Guarnição de Lisboa está dividido no tocante a sua lealdade, já que há unidades que não apoiam o governo. As outras unidades assinam um pacto de neutralidade referente à questão política. "Este compromisso, assinado no Quartel do Comando em Campolide (…) faz referência à garantia dada pelo Governo «de não lançar mão dos democráticos» e de as unidades não «serem desviadas do perímetro de Lisboa». Os signatários do Corpo de Tropas da Guarnição de Lisboa obrigavam-se à defesa solidária, em caso de ataque a qualquer uma delas, «formando um bloco para a manutenção da ordem em Lisboa, com o fim de reprimir todo e qualquer assalto da demagogia (leia-se, dos democráticos)». (SERRA, João Bonifácio, "Do 5 de Outubro ao 28 de Maio (...)")

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Domingo, 26 de Janeiro de 1919
Defesa da República

O general Alberto da Costa Ilharco é nomeado comandante em chefe das tropas governamentais, republicanas, no contexto de quase guerra civil entre estes e os monárquicos do norte.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Sexta-feira, 10 de Janeiro de 1919
Revolta republicana

Rebentam revoltas republicanas em Lisboa, na Covilhã e em Santarém. Na capital, o movimento feito por civis e militares foi rapidamente controlado, o mesmo acontecendo na Covilhã, sob a ameaça da coluna organizada por Teófilo Duarte. Em Santarém, a união de democráticos, evolucionistas, independentes, ex-sidonistas e socialistas teve mais sucesso, contando com importantes nomes políticos e militares, e com um maior número de tropas sublevadas. Em Santarém estão do mesmo lado da barricada nomes como Álvaro de Castro, Dias da Silva, António Granjo e Cunha Leal. A proclamação de Santarém estabelecia acordos em questões sensíveis como, por exemplo, o princípio da dissolução (poder que o Presidente da República passaria a deter), mas também a dissolução do Congresso e a realização de eleições, a abolição de leis de excepção, uma política externa em consonância com a Inglaterra. Reclamaram a demissão do governo Tamagnini Barbosa e a formação de um governo de concentração republicana que incluísse os partidos republicanos e socialista e personalidades extra-partidárias. Foram atacados por várias colunas: uma de Lisboa, outra do Alentejo, a terceira de Coimbra, a que se juntaram tropas do Porto e a "coluna negra" de Teófilo Duarte. As negociações para a rendição começaram dia 15 de Janeiro e as armas foram depostas perante o chefe da coluna que já fizera capitular a revolta da Covilhã.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Sábado, 18 de Janeiro de 1919
Conferência de Paz

Tem início em Paris a Conferência de Paz. A delegação portuguesa é chefiada por Egas Moniz que seria, mais tarde, substituído por Afonso Costa. A questão das reparações foi uma das preocupações centrais dos representantes portugueses. Outro ponto essencial para a delegação portuguesa era o reconhecimento da integridade colonial e a restituição de Quionga. Ambos os objectivos viriam a serconseguidos no tratado de paz com a Alemanha.

Ano: 1919 Tema: Relações Internacionais
Segunda-feira, 20 de Janeiro de 1919
Manifestações republicanas

Em Lisboa, dia 20 e 21 de Janeiro, como reacção à "Monarquia do Norte", realizam-se manifestações a favor e em defesa da República, cessando divergências entre diferentes grupos e partidos republicanos.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quinta-feira, 23 de Janeiro de 1919
Combates entre monárquicos e republicanos

Tropas fiéis ao Governo tomam quartéis em Bragança. Na cidade de Viseu os monárquicos são vencidos.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Segunda-feira, 27 de Janeiro de 1919
Governo José Relvas

Constituição do XIX Governo, chefiado por José Relvas, de concentração republicana, com democráticos, unionistas, evolucionista e independentes e incluído ainda nomes de sidonistas, a par do primeiro ministro socialista, Augusto Dias da Silva, que sobraça a pasta do Trabalho.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quarta-feira, 29 de Janeiro de 1919
Combates entre republicanos e monárquicos

Combate de Angeja, entre tropas monárquicas e republicanas.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Sexta-feira, 31 de Janeiro de 1919
Avanço republicano

Tropas republicanas ultrapassam Angeja e Albergaria-a-Velha.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Sexta-feira, 17 de Janeiro de 1919
Homenagem a Sidónio Pais

Os sidonistas, numa tentativa de manter viva a memória de Sidónio Pais, o elemento agregador de várias tendências políticas, fazem-lhe várias homenagens como foi o caso da sessão solene no Teatro de S. Carlos em Lisboa, com a presença do Presidente da República, Canto e Castro.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 22 de Fevereiro de 1919
Afastamento de oficiais monárquicos

São abatidos ao efectivo do Exército vários oficiais participantes na "Monarquia do Norte".

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Domingo, 2 de Fevereiro de 1919
Ataque de forças monárquicas

As forças monárquicas atacam Mirandela, sendo repelidas. Os monárquicos tentam tomar posições de modo a consolidar a recém proclamada Monarquia no Porto.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 1919
Fim da resistência Monárquica em Vila Real

Mesmo depois da queda da Monarquia do Norte no Porto, Vila Real resistiu ainda 4 dias à derrocada dos azuis e brancos.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Sábado, 8 de Fevereiro de 1919
Morre Júlio de Castilho

Morre em Lisboa o escritor Júlio de Castilho.

Ano: 1919 Tema: Cultura
Quarta-feira, 26 de Fevereiro de 1919
Tropas da guarnição de Lisboa

As tropas da guarnição de Lisboa são dissolvidas, pelo decreto n.º 5186. Vinham do período sidonista e eram consideradas uma espécie de guarda pretoriana de Sidónio Pais, "infiltradas" por monárquicos.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 8 de Fevereiro de 1919
Combates entre republicanos e monárquicos

Tropas republicanas atacam Lamego, apoderando-se da cidade dois dias depois.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Segunda-feira, 3 de Fevereiro de 1919
Apresentação ao congresso do gabinete José Relvas

José Relvas apresenta ao Congresso o seu gabinete, onde estão representadas diversas correntes republicanas e também a socialista. O principal objectivo deste Executivo consistia em subjugar enérgica e rapidamente a revolta monárquica, restabelecer a normalidade no país e "(…) entregar o regime, salvo e purificado, em mãos que forem competentemente escolhidas para a continuação da obra redentora iniciada apenas em 5 de Outubro de 1910."

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Segunda-feira, 17 de Fevereiro de 1919
Liberdade de trânsito e de comércio

É restabelecida, depois de um período de transição, a liberdade de trânsito e de comércio. Durante a I Guerra Mundial os diferentes governos foram obrigados a ter um papel de maior intervenção na economia que seria, no essencial, abandonado no pós-guerra.

Ano: 1919 Tema: Actividades Económicas
Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 1919
Comício no Coliseu

Comício em Lisboa, no Coliseu dos Recreios, exigindo o fim do parlamento sidonista e o afastamento dos sidonistas do poder. Antes do fim do comício, é recebida a notícia de que já estaria assinado o decreto de dissolução.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Segunda-feira, 24 de Fevereiro de 1919
Autorizado o regresso de Bernardino Machado

O Governo português autoriza o regresso a Portugal de Bernardino Machado. Na qualidade de Presidente da República fora destituído pela Junta Revolucionária presidida por Sidónio Pais e forçado a abandonar o país.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sexta-feira, 28 de Fevereiro de 1919
Julgamento de monárquicos

O Decreto n.º 5188 institui Tribunais Militares, para julgamento dos elementos das forças armadas e civis, implicadas no último movimento monárquico. Em 1919, os realistas tentaram a reimplantação da Monarquia quer no Porto (onde tiveram um efémero sucesso com a Monarquia do Norte), quer em Lisboa, com a intentona de Monsanto.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 22 de Fevereiro de 1919
Demissão da Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa

A Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Lisboa, que tomara posse durante o sidonismo, pede a demissão.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 1 de Fevereiro de 1919
Combates entre republicanos e monárquicos

No mapa da divisão do país, Chaves pertencia aos republicanos, tendo resistido com o tenente-coronel Ribeiro de Carvalho, António Granjo e Nicolau Mesquita. Daqui saem forças militares, para deterem o avanço da incursão monárquica.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Sexta-feira, 28 de Fevereiro de 1919
Saída de sidonistas do Governo

Num clima de grande conflitualidade anti-sidonista, os ministros conotados com o campo político afecto ao malogrado Presidente abandonam o executivo. Serão substituídos por um evolucionista e um unionista.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 22 de Fevereiro de 1919
Dissolução da Polícia Preventiva

O decreto n.º 5171 dissolve as corporações das Polícias de Segurança e Preventiva. Trata-se de anular uma das mais importantes medidas repressivas do sidonismo. Os governadores civis passavam a superintender todos os serviços policiais, excepto os de emigração.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Domingo, 23 de Fevereiro de 1919
Jornal "A Batalha"

É publicado, pela primeira vezes, o jornal "A Batalha", de orientação anarquista e sindicalista. Tem tiragens de vários milhares. O seu primeiro redactor principal é Alexandre Vieira. Seria o órgão da Confederação Geral do Trabalho (CGT) criada em Setembro deste ano.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Domingo, 23 de Fevereiro de 1919
Novo governador civil de Lisboa

Prestes Salgueiro, 2.º tenente da Armada, toma conta do Governo Civil de Lisboa, substituindo o Governador Civil nomeado durante o sidonismo.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sexta-feira, 7 de Fevereiro de 1919
Morte de Veloso Camacho

No Terreiro do Paço é assassinado o ex-capitão Jorge Veloso Camacho, companheiro de Paiva Couceiro, que vinha de Beja sob prisão.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Sábado, 15 de Fevereiro de 1919
Jornais monárquicos suspensos

Com o país à beira da guerra civil, o governo suspende os jornais monárquicos de Lisboa.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 1919
Dissolução do Congresso

O decreto n.º 5165 dissolve o Congresso da República (Câmara dos Deputados e Senado) e restabelece em pleno vigor e para todos os efeitos a Constituição Política (Constituição de 1911). Ou seja, é dissolvido o parlamento eleito durante o governo de Sidónio Pais.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quinta-feira, 6 de Fevereiro de 1919
Defesa da República

A Lei n.º 834 autoriza o Governo a tomar todas as medidas, de carácter militar e financeiro, conducentes a debelar a insurreição monárquica.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sexta-feira, 28 de Fevereiro de 1919
Norton de Matos agraciado com a Torre e Espada

Por decisão do Conselho de Ministros, Norton de Matos é agraciado com a Grã-Cruz da Torre e Espada e reintegrado no Exército, com o posto de coronel do Estado-Maior. Estivera afastado durante o período do sidonismo (de finais de 1917 a 1919) por questões políticas. Aquando da revolta do 5/8 de Dezembro de 1917 era, interinamente, Presidente do Ministério.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Domingo, 9 de Fevereiro de 1919
Morre Adolfo Coelho

Morre em Carcavelos Adolfo Coelho

Ano: 1919 Tema: Cultura
Sexta-feira, 21 de Fevereiro de 1919
Tumultos em Lisboa

Em Lisboa, a "rua" radical ajusta contas com o sidonismo e com os monárquicos. Uma das questões já referidas no comício desse dia no Coliseu era a da polícia, controlada por monárquicos. O governo refugia-se no Quartel do Carmo e a polícia rende-se. O batalhão de Infantaria 33 (Castelo de S. Jorge), o "bravo 33" de Sidónio Pais, é atacado por marinheiros e civis. No dia seguinte seria transferido para fora de Lisboa.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Quinta-feira, 13 de Fevereiro de 1919
Revolta republicana no Porto

Elementos da Guarda Real (a antiga Guarda Republicana) revoltaram-se contra a Junta Governativa de Paiva Couceiro, restaurando a República antes da chegada das tropas do Sul. Esta revolta foi dirigida pelo capitão Sarmento Pimentel, com o apoio do Partido Democrático. A "Monarquia do Norte" cai.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Sexta-feira, 14 de Março de 1919
Suspensão de funções de docentes de Coimbra

No rescaldo das tentativas restauracionistas monárquicas do princípio do ano de 1919 ("Monarquia do Norte" e intentona de Monsanto), são suspensos das suas funções vários professores de Coimbra: Oliveira Salazar, Fezas Vital, Magalhães Colaço, Carneiro Pacheco e Gonçalves Cerejeira. Sobre eles recaem acusações de ordem política. É nomeado um juiz para proceder a uma sindicância. Esta iliba os sindicados de cumplicidade com o último movimento monárquico.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quinta-feira, 27 de Março de 1919
Demissão do governo José Relvas

O Governo José Relvas apresenta a sua demissão colectiva.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 1 de Março de 1919
Reintegração de Leote do Rego

É reintegrado no efectivo da Armada, o capitão-de-mar-e-guerra Jaime Leote do Rego. Fora afastado durante o sidonismo, já que fora um dos defensores do governo democrático em 5/8 de Dezembro de 1917, aquando da revolta capitaneada por Sidónio Pais.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Domingo, 30 de Março de 1919
Ministério Domingos Pereira

Forma-se o XX Governo, chefiado por Domingos Leite Pereira, com Leonardo Coimbra na pasta da Instrução. Presidido por um democrático, contava com evolucionistas, unionistas, um independente, um socialista, mas já não com sidonistas. Foi o princípio da "nova República velha". Os dois executivos posteriores ao sidonismo revogaram muitos dos seus actos mas foram, de igual modo, autores de amplas reformas em vários sectores, como a assistência pública, o notariado, a Polícia, a Marinha e o Exército. Foram tomadas várias medidas no âmbito da questão social como os seguros sociais obrigatórios para os casos de doença, invalidez, velhice, sobrevivência e desastres de trabalho. Domingos Leite Pereira protagonizaria uma cisão ao Partido Democrático, no final de 1920.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Segunda-feira, 17 de Março de 1919
Afonso Costa na Conferência de Paz

Afonso Costa substitui Egas Moniz, na chefia da delegação portuguesa à Conferência de Paz em Paris. O afastamento do futuro Prémio Nobel da Medicina prendeu-se, antes de mais, com a sua participação no sidonismo. Afonso Costa imprimiria um diferente estilo na delegação portuguesa, vindo aliás a presidir à Assembleia. Norton de Matos é nomeado delegado à Conferência de Paz, juntamente com Augusto Soares, João Chagas e Teixeira Gomes.

Ano: 1919 Tema: Relações Internacionais
Sábado, 1 de Março de 1919
Alterações à Lei Eleitoral

O Governo procede a alterações à Lei Eleitoral. Não podendo adoptar a lei eleitoral sidonista nem tendo o tempo necessário para elaborar uma nova lei eleitoral, "cabendo essa função ao futuro Congresso", "teve, pois, que adoptar as leis votadas por congressos republicanos anteriores e como recenseamento base, o último recenseamento (...)". No entanto, ao contrário do determinado nas leis de 1913 e 1915, este governo defende o alargamento do direito de voto a todos os cidadãos que "(...) tenham a consciência das responsabilidades que o seu exercício lhes impõe." Nesta conjuntura, é adoptado o critério capacitário. O decreto contém matéria nova no artigo 3.º porque faz um alargamento do sufrágio a "todos os empregados públicos" e nos artigos 8.º e 9.º toma medidas contra os que fraudulentamente se tentem inscrever como eleitores.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Segunda-feira, 14 de Abril de 1919
Fim da greve na Companhia União Fabril

Os operários da CUF retomam o trabalho.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Domingo, 13 de Abril de 1919
Comício socialista

Os socialistas reúnem-se no Teatro Apolo em Lisboa, discutindo várias questões, de entre as quais a das rendas de casa e a das subsistências, pugnando pela adopção de medidas para a contenção de preços. Sugerem, para isso, por exemplo, a municipalização da pesca e da venda de peixe, o desagravamento dos impostos sobre géneros e as facilidades para o desenvolvimento do cooperativismo.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Sábado, 12 de Abril de 1919
Greves no Barreiro

A Companhia União Fabril (CUF), alegadamente por falta de materiais, despede operários. Os trabalhadores da CUF entraram, por isso, em greve. A 12 de Abril os corticeiros entram em greve, iniciando-se esta na fábrica Quintino. Este movimento alastrou a Lisboa (metalúrgicos e em Maio, cesteiros e alfaiates).

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Segunda-feira, 7 de Abril de 1919
Extinção da Polícia Preventiva

O Decreto n.º 5367 extingue a Polícia Preventiva e cria o corpo da Polícia da Segurança do Estado, subordinada ao Ministério do Interior através da Direcção-Geral de Segurança.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Segunda-feira, 28 de Abril de 1919
Greve dos Metalúrgicos

Greve dos metalúrgicos em Lisboa.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Segunda-feira, 28 de Abril de 1919
Bairros Sociais

O Ministro do Trabalho, Augusto Dias da Silva, promulga o regulamento para a construção de Bairros Sociais, negociando um empréstimo com a Caixa Geral de Depósitos de 10.000 contos para a construção de vários Bairros. A administração destes ficava a cargo de um Conselho de Administração (vogais de livre nomeação do Ministro, excepto um eleito) e auxiliado por um Conselho Técnico (arquitectos ou engenheiros) e pela Comandita (constituída por moradores). Este projecto, que tinha tido as suas primeiras expressões nos comerciantes e industriais beneméritos, designadamente de orientação maçónica, e que mais tarde também interessou Sidónio Pais, não teve sucesso imediato, vindo a arrastar-se durante vários anos.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Quarta-feira, 16 de Abril de 1919
Núncio Papal

Chega a Lisboa o Núncio Papal, monsehor Aquiles Locatelli.

Ano: 1919 Tema: Religiões/Vida Política
Terça-feira, 29 de Abril de 1919
Greve do pessoal de serviços camarários de Lisboa

Os trabalhadores do município de Lisboa entram em greve durante duas semanas, causando bastantes transtornos à vida da cidade, já que muitos serviços, como a recolha de lixo, não foram assegurados.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Sábado, 3 de Maio de 1919
Incêndio na cadeia do Limoeiro

Alguns dos reclusos da cadeia do Limoeiro pegam fogo ao edifício e evadem-se. Registam-se dificuldades no combate ao incêndio, devido à falta de água.

Ano: 1919 Tema: Quotidiano
Sábado, 10 de Maio de 1919
Reorganização da Guarda Nacional Republicana

O Decreto n.º 5787 - 4S reorganiza a Guarda Nacional Republicana. A GNR passaria a ser uma força bem armada, contando com artilharia. O número de efectivos aumenta. A ideia era torná-la a força de defesa da República. O seu papel ultrapasaria em muito o esperado: corporação bem equipada e bem armada teria um papel activo e interventor na política.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 10 de Maio de 1919
Terramoto Legislativo

Com início no dia anterior às eleições legislativas e até à abertura do Parlamento em Junho, o governo legisla abundantemente em "ditadura", isto é, sem as Câmaras estarem em funcionamento, através da publicação de 30 suplementos ao Diário do Governo.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quinta-feira, 1 de Maio de 1919
Comício no Parque Eduardo VII, Lisboa

Comício promovido no Parque Eduardo VII, em Lisboa, pela União de Sindicatos Operários de Lisboa (da linha sindicalista da União Operária Nacional), que conta com a participação de cerca de 30. 000 mil pessoas. As reivindicações principais são a questão das 8 horas de trabalho e a da "sociabilização" de terras e indústrias.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Sexta-feira, 2 de Maio de 1919
Reforma dos estudos universitários de Filosofia

Leonardo Coimbra, na qualidade de Ministro da Instrução, reforma os estudos de filosofia, "(…) com a introdução de várias disciplinas no respectivo grupo das Faculdades de Letras, a cujo quadro docente eram acrescentados dois lugares de professores, logo providos, por livre nomeação governamental." (PERES, Damião, página 249). Esta reforma não foi bem recebida na Faculadade de Letras de Coimbra e foi aberto um conflito entre a Academia e o Ministro. Saiu um novo decreto lei reformador, a 10 de Maio de 1919. A Faculdade de Letras foi desanexada de Coimbra, passando para a Universidade do Porto. Os protestos aumentaram.

Ano: 1919 Tema: Ensino
Segunda-feira, 5 de Maio de 1919
Greves em Lisboa

Alastra o movimento grevista em Lisboa, envolvendo designadamente os alfaiates, o pessoal da Companhia Nacional de Moagem e os cesteiros.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Sábado, 10 de Maio de 1919
Reorganização do ensino primário

A reorganização do ensino primário é feita pelo decreto n.º 5787 A. A escolaridade obrigatória passa para 5 anos.

Ano: 1919 Tema: Ensino
Sexta-feira, 2 de Maio de 1919
Greve da Companhia das Águas

Os funcionários da Companhia da Águas entram em greve. A falta de água foi acentuada pela abertura de torneiras e esvaziamento de depósitos, organizados pelos grevistas. Alguns dos activistas foram presos. A greve foi solucionada no dia 6 de Maio.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Sexta-feira, 2 de Maio de 1919
Incêndio na ala oriental do Terreiro do Paço

Um incêndio danifica parte da Ala Oriental do Terreiro do Paço. Segundo Damião Peres, verificaram-se várias sabotagens no combate aos incêndios e "Manifestos clandestinos distribuidos incitavam ao incêndio de edifícios públicos e à revolução social."

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Segunda-feira, 5 de Maio de 1919
Saída do Ministro Socialista

O Ministro socialista do Trabalho, Augusto Dias da Silva, abandona o Executivo em desacordo com a política repressiva do governo para com os movimentos grevistas. Este ordenara a prisão de alguns dos dirigentes sindicalistas. A pasta do Trabalho passou para Jorge Nunes. O ministro do Trabalho demissionário preparara entretanto um importante pacote legislativo, que no entanto já não assinaria.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quarta-feira, 7 de Maio de 1919
Horário de trabalho de 8 horas

O decreto n.º 5516 de 7 de Maio de 1919 estabelece, aliás como internacionalmente se defendia, o dia de trabalho de 8 horas e a semana de 48 horas. Algumas classes já tinha conquistado este direito pela luta. Os empregados de estabelecimentos de crédito, de câmbio e de escritórios vêm o seu dia de trabalho fixado em 7 horas. Este diploma instituiu ainda as seguintes medidas: o trabalho (quando a sua natureza o exigir) podia ser interrompido por um ou mais descansos; a permissão da elevação do tempo de trabalho em casos de urgente necessidade do Estado; nas indústrias de laboração contínua, podiam ser organizados turnos, mas se estes não pudessem ser organizados, era permitida a elevação do tempo de trabalho, o que, de facto, abria uma porta para o incumprimento do decreto; o trabalho extraordinário seria pago em dobro. Previam-se multas para as entidades patronais que desrespeitassem os horários fixados ou que despedissem trabalhadores em virtude das suas reclamações pelo direito às 8 horas de trabalho. Os inspectores de trabalho vigiariam o cumprimento deste diploma. O período máximo de trabalho (8 horas) era estabelecido para os trabalhadores e empregados do Estado, das corporações administrativas, do comércio e da indústria. Mas esta jornada não se aplicava aos trabalhadores rurais e aos domésticos (criados, empregados de hotel e restaurante incluíam-se nesta categoria). E aqui incidiu uma das principais críticas feitas a este diploma, sobretudo pelo sindicalistas, que não compreendiam nem aceitavam esta exclusão. Não seriam os únicos a contestar o decreto, verificando-se ainda um firme protesto das "forças vivas" que adiou, até quase ao final do ano, a entrada em vigor das 8 horas.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Domingo, 4 de Maio de 1919
Greves em Lisboa

Estala uma greve dos operários metalúrgicos de Lisboa.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Domingo, 18 de Maio de 1919
Protesto dos trabalhadores rurais

Os trabalhadores rurais do País, reunidos em Évora, protestam contra a exclusão da sua classe do decreto sobre o dia laboral de 8 horas.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Domingo, 4 de Maio de 1919
Greve da Companhia do Gás

Os trabalhadores da Companhia do Gás de Lisboa decretam greve.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Domingo, 11 de Maio de 1919
Eleições Legislativas

Realizam-se eleições legislativas, que anteriormente haviam sido marcadas para o dia 13 de Abril. Estas têm uma diminuta participação, registando-se elevada abstenção. Os democráticos obtiveram uma confortável vitória, muito embora não fosse tão expressiva como as do período anterior, a "República velha". É muito fraca a mobilização eleitoral, começando a notar-se a quebra da disciplina partidária. Há um reforço da votação socialista, conseguindo fazer eleger oito deputados para a Câmara dos Deputados. É eleito um deputado católico.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sexta-feira, 2 de Maio de 1919
Greve da Companhia Carris de Ferro

A greve do pessoal da Carris, que inevitavelmente acarreta a escassez de transportes na cidade de Lisboa, mantém-se até 8 de Maio e chegou a ter a mediação do Presidente da República. Durante a greve, o governo recorre a alunos do Instituto Superior Técnico para conduzirem os carros eléctricos e outros serviços da sua especialidade. Na central geradora, o governo colocou pessoal da marinha de guerra. Os militares tiveram ainda um papel de policiamento de escritórios e estações.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Terça-feira, 10 de Junho de 1919
Greve Geral no Barreiro

Os trabalhadores do Barreiro declaram -se em greve, em solidariedade com o pessoal da Companhia União Fabril.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Domingo, 29 de Junho de 1919
Ministério Sá Cardoso

O XXI Governo, o gabinete Sá Cardoso, é um executivo composto unicamente por ministros do Partido Democrático. Alfredo Ernesto de Sá Cardoso acumula a Presidência do Ministério e pasta do Interior. Ficaria no poder até Janeiro de 1920. A maioria dos ministros eram homens que nunca tinham pertencido a qualquer executivo. Fez a sua apresentação ao Parlamento no dia seguinte.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quarta-feira, 18 de Junho de 1919
Resposta do governo à greve geral

O Governo manda encerrar as sedes da União Operária Nacional e do diário lisboeta "A Batalha". O encerramento deste órgão de imprensa motivou o protesto da Federação do Livro e do Jornal.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Terça-feira, 10 de Junho de 1919
Homenagem a Afonso Costa

Afonso Costa recebe a Ordem Militar da Torre e Espada, regressando depois aos trabalhos da Conferência de Paz.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Segunda-feira, 23 de Junho de 1919
Rescaldo da Greve Geral

É reaberta a sede da União Operária Nacional e a da Federação da Construção Civil.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Sábado, 28 de Junho de 1919
Assinatura do Tratado de Paz com a Alemanha

É assinado em Versalhes o Tratado de Paz com a Alemanha, nele intervindo, pela parte portuguesa, Afonso Costa, que substituíra Egas Moniz à frente da delegação nacional. Afonso Costa conseguiu que ficasse consignado o pagamento de indemnizações referentes aos prejuízos sofridos nas colónias entre 1914 e 1916, antes da entrada de Portugal na guerra. É igualmente adoptado o pacto que institui a Sociedade das Nações. O Tratado de Paz entre as Potências Aliadas e Associadas e a Alemanha trata, no seu artigo XXII, das colónias e territórios que deixaram de estar de estar sob a soberania dos Estados que os governavam. Sendo habitados por povos que não foram considerados capazes de se governarem por si, os países signatários consideram que o bem estar e desenvolvimento destes povos é uma missão civilizacional e acordam em garantias para o cumprimento desta "missão". A tutela destes povos é confiada a nações mais "adiantadas", exercendo-a na qualidade de Mandatárias da Sociedade das Nações. O carácter do mandato é diverso, tendo em conta diferentes circunstâncias tais como o grau de desenvolvimento de cada um dos povos colonizados.

Ano: 1919 Tema: Relações Internacionais
Domingo, 1 de Junho de 1919
Homenagem a Magalhães Lima

Magalhães Lima recebe a Ordem da Torre e Espada numa cerimónia presidida por António José de Almeida,

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Segunda-feira, 16 de Junho de 1919
Greve Geral

É convocada uma greve geral. Os problemas tiveram início nas fábricas da Companhia União Fabril (CUF), onde os trabalhadores entraram em conflito com Alfredo da Silva em torno das questões dos despedimentos e da recusa do "patrão" da CUF em dialogar com a associação de classe. Os trabalhadores entram em greve e a resposta patronal passa por despedimentos e lock-out. Esta situação cria um movimento de solidariedade operária com a realização de um comício na noite de 16, onde é votada a greve geral. A União de Sindicatos Operários de Lisboa lança a greve geral por 48 horas, para dia 17 e 18. A União Operária Nacional está desde o início com este movimento. O Governo responderá com medidas extremamente duras. A greve não foi geral, saldando-se assim por um incompleto sucesso operário.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Domingo, 29 de Junho de 1919
Reconhecimento da República Portuguesa

Bento XV, em Carta Apostólica, reconhece a República Portuguesa.

Ano: 1919 Tema: Relações Internacionais
Sábado, 5 de Julho de 1919
Greve dos ferroviários

O Governo encerra o Sindicato Ferroviário de Lisboa.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Segunda-feira, 14 de Julho de 1919
Desfile de tropas portuguesas em Paris

Um contingente militar português desfila em Paris, sob o Arco de Triunfo, na festa da Vitória.

Ano: 1919 Tema: Conflitos bélicos e activ.mil.
Segunda-feira, 7 de Julho de 1919
Greve dos Ferroviários

Recusa do Governo em tratar com os ferroviários grevistas, fazendo intervir o Exército para a condução dos comboios.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Sábado, 12 de Julho de 1919
Conferência Colonial em Londres

Realiza-se em Londres a Conferência Colonial. Portugal é inquirido sobre a possibilidade de aceitar um mandato de administração sobre Quionga, extensível a Moçambique. Portugal recusa esta hipótese.

Ano: 1919 Tema: Questão Colonial
Quarta-feira, 2 de Julho de 1919
Greve do pessoal da Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro

A greve do pessoal da Companhia Portuguesa dos Caminhos de Ferro foi bastante longa, durando cerca de dois meses, até Setembro, afectando as ligações ferroviárias nacionais, sobretudo na parte central do país e ainda as linhas internacionais. Várias eram as suas reivindicações, mas pode salientar-se a questão do salário que se queria aumentado e a exigência do direito à previdência e subsídio familiar. No início da greve os grevistas praticaram actos de "sabotagem" de modo a impedir o normal funcionamento dos comboios e a sua circulação e, mais tarde, rebentariam ainda bombas na Estação do Rossio. Para evitar descarrilamentos ou outros actos de sabotagem, o governo obrigou grevistas a viajarem num vagão aberto à frente da locomotiva. Este ficou conhecido como o "vagão fantasma".

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Sexta-feira, 18 de Julho de 1919
Atentado contra Alfredo da Silva

Atentado contra o industrial Alfredo da Silva.

Ano: 1919 Tema: Violência (política)
Segunda-feira, 4 de Agosto de 1919
Princípio de dissolução

O princípio de dissolução (faculdade conferida ao Presidente da República de dissolver o Parlamemto) é aprovada pelos deputados no dia 4 de Agosto e a 31 pelos senadores.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quarta-feira, 6 de Agosto de 1919
Eleição do Presidente da República

António José de Almeida é eleito Presidente da República, abandonando o partido evolucionista. Vence Manuel Teixeira Gomes, o candidato dos democráticos. O Partido Democrático permite a sua eleição. Foi o primeiro Presidente da República a deter a faculdade de dissolução de Câmaras.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Segunda-feira, 4 de Agosto de 1919
Contrato com o Banco Nacional Ultramarino

O Estado, pelo Ministro das Colónias, João Soares, celebra novo contrato com o Banco Nacional Ultramarino (BNU), que vigorará durante a I República. O presente contrato vem na sequência do concurso aberto em 1919, para a adjudicação dos privilégios bancários, tendo sido o escolhido o BNU. O BNU tinha o monopólio bancário nas províncias ultramarinas, excepto Macau. Era o banco emissor para as colónias, tendo o exclusivo da emissão de notas, o privilégio de estabelecimento do crédito predial e isenção de contribuições e impostos. O contrato de 1901 expirava em 1911, mas foi sendo sucessivamente prorrogado. A restruturação do sistema bancário colonial só terá lugar durante o primeiro governo do Estado Novo.

Ano: 1919 Tema: Questão Colonial
Sábado, 13 de Setembro de 1919
Revisão Constitucional

O Congresso da República, com uma maioria do Partido Democrático, vota a revisão constitucional, nos termos da qual é, designadamente, introduzida a possibilidade de o Presidente da República dissolver o Congresso. Esta era uma ideia de há muito defendida pelos Partidos Evolucionista e Unionista.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 13 de Setembro de 1919
Criação da Confederação Geral do Trabalho

Realiza-se em Coimbra o II Congresso Operário Nacional. É criada a CGT (Confederação Geral do Trabalho), de linha sindicalista, velha aspiração de parte do movimento operário e social. Teria como órgão de imprensa o jornal "A Batalha".

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Quinta-feira, 25 de Setembro de 1919
Restituição de Quionga, Moçambique

Por decisão do Conselho Supremo das Potências Aliadas e Associadas, o território moçambicano de Quionga é restituído a Portugal. No decurso da I Guerra Mundial, este território tinha já sido ocupado por forças portuguesas. A soberania tinha sido perdida em 1894.

Ano: 1919 Tema: Conflitos bélicos e activ.mil.
Domingo, 26 de Outubro de 1919
Integração do Partido Centrista no Partido Republicano Liberal

Os homens do Partido Centrista fundado por Egas Moniz em Outubro de 1917 fundem-se no Partido Republicano Liberal, engrossando as fileiras do conservadorismo republicano, o que arrasta também diversos sidonistas.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 4 de Outubro de 1919
IX Congresso Nacional Socialista

O Congresso dos socialistas tem lugar na Figueira da Foz, de 4 a 6 de Outubro de 1919. Conta com a presença de 93 delegados (de entre os quais 5 mulheres). Tem a seguintE ordem de trabalhos: dia 4, discurso inaugural, eleição das comissões de pareceres, regulamento do Congresso, eleição das mesas; dia 5, Relatório interno e externo do Conselho Central, da minoria parlamentar, da direcção de "O Combate", reunião da comissão de pareceres, alteração do regulamento geral (relator Ladislau Batalha); dia 6, pareceres sobre a acção nacional e internacional do PSP, parecer da comissão sobre as teses "A Federação das Cooperativas" (relator Sousa Larcher), "A acção fundamental do partido socialista na educação" (relatora Lucinda Tavares) e "O problema da língua internacional" (relator João Pires Barreira), parecer da comissão sobre a tesouraria do Conselho Central e a administração de "O Combate", eleição do Conselho Central. Sobre o relatório interno do Conselho Central é importante notar que "O Congresso conclue da discussão que a intervenção do Partido Socialista no Governo foi uma necessidade nacional para salvar a República e as liberdades públicas (...)". O Congresso aprova ainda um documento no qual afirma: "O Partido Socialista Português, no seu oitava congresso (César Nogueira data-o de nono), toma nesta hora solene, em que todos os povos procuram libertar-se do despotismo, o compromisso formal de redobrar de intensidade a sua acção emancipadora nas colónias, com o alevantado propósito de arrancar os povos indígenas das garras da escravidão e da ignorância."

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Quarta-feira, 29 de Outubro de 1919
Património Artístico

O decreto n.º 6184 cria o Conselho de Património Artístico.

Ano: 1919 Tema: Cultura
Domingo, 5 de Outubro de 1919
António José de Almeida assume a Presidência da República

Termo do mandato presidencial de Canto e Castro, que fora eleito depois da morte de Sidónio Pais, assumindo a Presidência António José de Almeida, eleito em Agosto.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quarta-feira, 1 de Outubro de 1919
Constituição do Partido Liberal

Depois de várias tentativas de entendimento, da fusão dos partidos evolucionista e unionista surge o Partido Republicano Liberal. Este projecto tinha sido aceite pelos unionistas a 29 de Setembro e pelos evolucionistas a 1 de Outubro. O Partido Nacional Republicano de Egas Moniz dissolve-se a 13 de Outubro. O objectivo era criar um grande partido conservador que pudesse alternar no poder com o Partido Democrático.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Domingo, 5 de Outubro de 1919
Primeiro número de "A Bandeira Vermelha"

É dado à estampa o primeiro número do semanário "A Bandeira Vermelha", órgão de imprensa da Federação Maximalista, movimento de inspiração comunista. O seu director é Manuel Ribeiro. O primeiro número foi apreendido pelas autoridades. O segundo número é de 12 de Outubro de 1919.

Ano: 1919 Tema: Movimento Operário e Social
Domingo, 5 de Outubro de 1919
Crise ministerial

O Executivo de Sá Cardoso, aquando da tomada de posse do Presidente da República António José de Almeida, apresenta a demissão colectiva do ministério, não sendo apenas por ser essa a praxe, mas por dificuldades quer no interior do próprio gabinete, quer na vida política em geral.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sábado, 22 de Novembro de 1919
2.º Congresso do Centro Católico Português

Realiza-se em Lisboa, o segundo Congresso do Centro Católico Português. Trata-se do congresso da reestruturação.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Quarta-feira, 26 de Novembro de 1919
Arquivamento de processos de imprensa

A Lei n.º 910 manda arquivar todos os processos de imprensa, desde 5 de Dezembro de 1917 até 31 de Dezembro de 1918, sobre os quais será feito perpétuo silêncio. Ou seja, deixa cair os processos instaurados durante o Governo de Sidónio Pais.

Ano: 1919 Tema: Vida Política
Sexta-feira, 26 de Dezembro de 1919
Homenagem a Afonso Costa

Afonso Costa é feito doutor "honoris causa" pela Universidade de Estrasburgo.

Ano: 1919 Tema: Cultura

Obrigado

Erro

1919