Cronologia



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1908


À ditadura de João Franco responde o regicídio. O infante D. Manuel sobe ao trono com 18 anos. Os republicanos conquistam a Câmara de Lisboa
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    1908
    Revolta do chefe dembo Cazuangongo (Angola)

    Revolta do chefe dembo Cazuangongo (Angola). A "campanha de pacificação" dos Dembos, dada por concluída, ainda prosseguirá.

    Ano: 1908     Tema: Questão Colonial
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    1908
    Portugália Film

    É fundada a Portugália Film por João Costa Freire, Manuel Cardoso e Freire Correia

    Ano: 1908     Tema: Cultura
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    1908
    Central Eléctrica do Porto

    Inauguração da Central Eléctrica do Porto.

    Ano: 1908     Tema: Actividades Económicas
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    1908
    Fornecimento de electricidade a Évora

    A Companhia Eborense de Electricidade inicia o fornecimento à cidade. Em 1917, obtém a concessão da iluminação pública. (A Electricidade em Portugal. Dos primórdios à 2ª Guerra Mundial).

    Ano: 1908     Tema: Actividades Económicas
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    1908
    Nova fábrica de electricidade

    Nova fábrica de electricidade na Junqueira, em Lisboa.

    Ano: 1908     Tema: Actividades Económicas
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    1908
    Inauguração de unidade fabril no Barreiro

    Inauguração de uma unidade fabril de produção de ácido sulfúrico no Barreiro, por iniciativa de Alfredo da Silva (CUF).

    Ano: 1908     Tema: Actividades Económicas
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    Terça-feira, 28 de Janeiro de 1908
    Testamento de Manuel Buiça

    Manuel Buiça faz testamento ("apontamentos indispensáveis se eu morrer"): "Meus filhos ficam pobríssimos; não tenho nada que lhes legar senão o meu nome e o respeito e a compaixão pelos que sofrem. Peço que os eduquem nos princípios da liberdade, igualdade e fraternidade que eu comungo e por causa dos quais ficarão, porventura em breve, orfãos." Servem de testemunhas Aquilino Ribeiro, publicista, e Albano José Correia, empregado de comércio. O Professor tinha dois filhos, Elvira, nascida em 1900 e Manuel, nascido em 1907 e registado no mesmo ano.

    Ano: 1908     Tema: Violência (política)
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    Domingo, 26 de Janeiro de 1908
    Manifesto do Directório Republicano ao país.

    É publicado um Manifesto ao país, em que o Directorio Republicano sublinha que o que o quer "é suprimir as opressões e não os homens do regime". Pela sua relevância, nas vésperas do regicídio, aqui se publica o respectivo texto integral: "A ditadura, na sua luta com a vontade da nação, não contente de suprimir todas as liberdades constitucionais, todas as liberdades locais e todas as liberdades individuais, de reunião, de imprensa e de manifestação, tenta loucamente suprimir os proprios adversarios. À liquidação dos adeantamentos à casa real e do aumento da lista civil segue-se a violencia das prisões arbitrarias. As reprezalias são de prever. Por isso, o Directorio Republicano julga necessario, neste momento de tanta sobrexcitação, declarar bem alto, em contraposição aos ditadores, que o que elle, com o seu partido, quer é suprimir as opressões e não os homens do regime. Confiamos absolutamente na nossa causa, que é a causa sagrada da independencia e da dignidade da patria. O Partido Republicano marcha com segurança para a victoria, porque tem por si as forças todas da alma livre e heroica do povo português, e ninguem, por mais feroz que seja o seu encarniçamento contra elle, já hoje é capaz de o deter na marcha dominadora. Lisboa, 26 de janeiro de 1908 O Directorio do Partido Republicano Português"

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Janeiro de 1908
    Publica-se em Lisboa o romance Marquês da Bacalhoa

    É publicado, sob a chancela da Imprimerie Liberté de Bruxelas, o romance "O Marquês da Bacalhôa", da autoria de António de Albuquerque, havendo suspeitas de que terá sido impresso em Lisboa, numa pequena tipografia da Rua do Arco do Bandeira, que seria propriedade do republicano Gomes de Carvalho. Terminado em 6 de Setembro de 1907, o livro vem a sair ao público pouco antes do regicídio. É um escândalo na época, esgotando-se imediatamente mais de 6000 exemplares, apesar do preço elevado (800 réis) e da proibição – "Fizeram mal em proibir o Marquês da Bacalhoa . Já há quem tenha dado por um exemplar três mil réis, e o preço corrente é agora de dez a quinze tostões... Se o queriam inutilizar apreendessem-no, tanto mais que toda a gente sabia onde era impresso." (Raul Brandão). O romance conta as "tropelias" do Ministro Nunes durante o durante o reinado do Marquês da Bacalhoa e, em especial, os amores sáficos da rainha D. Amélia, por quem Mouzinho de Albuquerque nutria uma paixão, cujos amores contrariados o teriam levado ao suicídio – segundo Vasco Pulido Valente, as personagens seriam "o marquês (D. Carlos, na realidade, proprietário da Quinta da Bacalhoa), a marquesa (D. Amélia); o conselheiro João Nunes dos Santos (João Franco); D. Álvaro de Luna (Mouzinho de Albuquerque); Maria de Silves (a condessa de Sabugosa); e a condessa da Freixosa (a condessa de Figueiró, a famigerada Pepa Sandoval, amiga da rainha)." O escândalo ficou a dever-se, sobretudo, aos costumes devassos da Corte retratados no romance.

    Ano: 1908     Tema: Cultura
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    Sexta-feira, 31 de Janeiro de 1908
    Decreto que prevê a deportação para as colónias «quando os interesses superiores do Estado assim o aconselharem»

    No dia 30 de Janeiro, o ministro Teixeira de Abreu foi a Vila Viçosa submeter à referenda régia um decreto que previa a expulsão do País ou a deportação para as colónias de África e Timor dos alegados implicados em conspirações ou delitos contra a segurança do Estado, «quando os interesses superiores do Estado assim o aconselharem». "O ministro regressou no dia 1 de Fevereiro, de madrugada. O decreto foi logo impresso; circulava pouco depois, entrando logo em vigor." (in História do Regimen Republicano em Portugal) Com este decreto, obtém o governo de João Franco do rei um instrumento de violenta repressão administrativa sobre os seus opositores.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Terça-feira, 21 de Janeiro de 1908
    Dirigentes republicanos são presos

    Foram presos acusados de conspiração os dirigentes republicanos França Borges, João Chagas, Alfredo Leal e Vítor de Sousa. No dia 26 do mesmo mês foi detido António José de Almeida.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 23 de Janeiro de 1908
    Estação da CP da Porcalhota passa a designar-se "Amadora"

    Portaria que autoriza a alteração do nome da estação da CP da Porcalhota, na Linha de Lisboa-Sintra, inaugurada em 2 de Abril de 1887, para "Amadora". A Linha de Sintra, inaugurada em 2 de Julho de 1873, com 26 km de extensão, servia as estações de Sete Rios, Benfica, Porcalhota (Amadora), Ponte de Carenque, Queluz, Cacém, Rio de Mouro, Ranholas e Sintra – demorando a viagem cerca de duas horas, utilizando o chamado sistema Larmanjat (do nome do seu inventor, o francês J. Larmanjat: tratava-se de um caminho de ferro monocarril, cuja via era constituída por um carril central e duas passadeiras de madeira, sendo o conjunto suportado por travessas de madeira). A Porcalhota, fora, durante séculos, estância de veraneio de famílias abastadas da capital, passando a Amadora em 28 de Outubro de 1907, pela junção da Porcalhota, Amadora e Venteia.

    Ano: 1908     Tema: Actividades Económicas
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    Terça-feira, 28 de Janeiro de 1908
    Tentativa de golpe revolucionário para derrubar a Monarquia.

    A oposição ao governo de João Franco crescia, abarcando não apenas os republicanos, organizados sobretudo na Maçonaria e na Carbonária, mas também muitos elementos dos partidos do rotativismo e mesmo alguns elementos do Palácio. Intensificaram-se as tentativas de aliciamento de unidades militares, ao mesmo tempo que os conspiradores civis fabricavam bombas artesanais (a que chamavam a "artilharia civil"). O comerciante Víctor de Sousa, ao tentar aliciar um polícia, foi denunciado, dando lugar à reacção do governo. A 21 de Janeiro, o rei D. Carlos segue para Vila Viçosa e, nessa noite, foram presos os dirigentes republicanos França Borges, director de O Mundo, e João Chagas e, no dia seguinte, António José de Almeida e Luz de Almeida, o Grão-Mestre da Carbonária. Decapitada a tentativa revolucionária, Afonso Costa tomou a sua direcção, com o dissidente José Maria de Alpoim, o Visconde da Ribeira Brava e Egas Moniz. Planeiam tomar a Câmara Municipal, de onde proclamariam a República, enquanto grupos de civis armados entrariam nos quartéis e barcos para obterem a adesão das unidades militares e outros assaltariam a casa de João Franco. Na tarde de 28 de Janeiro, dia da denominada "intentona do elevador da biblioteca", verificou-se que o Chefe do Governo, afinal, não estava em casa e a confusão instalou-se entre os conspiradores, levando a que a polícia detectasse as suas movimentações e o governo lançasse uma vasta operação contra os implicados, detendo mais de 120 pessoas: Afonso Costa, de cara rapada, foi capturado pela polícia, acontecendo o mesmo ao Visconde da Ribeira Brava, a Egas Moniz e a Álvaro Poppe; José de Alpoim refugia-se em casa de Teixeira de Sousa, fugindo depois para Espanha, tal como os viscondes de Pedralva e do Ameal, contra os quais foi igualmente emitido mandato de captura. Registam-se ainda incidentes violentos entre polícia e conspiradores civis. O governo intensificou a repressão, aprovando o decreto que previa a expulsão do País ou a deportação para as colónias, «quando os interesses superiores do Estado assim o aconselharem», de todos os implicados em conspirações ou delitos contra a segurança do mesmo Estado.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Terça-feira, 4 de Fevereiro de 1908
    Constituição do ministério de Ferreira do Amaral

    Três dias após o regicídio, foi constituído um governo de coligação monárquica, presidido pelo contra-almirante Francisco Joaquim Ferreira do Amaral na Presidência e na pasta do Reino, contando com a participação de dois progressistas, Manuel Afonso de Espregueira na Fazenda e Sebastião Teles na Guerra, dois regeneradores, Campos Henriques na Justiça e Venceslau de Lima nos Negócios Estrangeiros e dois independentes, Augusto de Castilho na Marinha e João de Sousa Calvet de Magalhães nas Obras Públicas. "O novo ministério pôs em liberdade os presos políticos, autorizou o regresso dos exilados, indultou os marinheiros condenados, fez reaparecer os jornais suspensos, reconduziu as câmaras municipais e juntas de paróquia dissolvidas, promulgou uma ampla amnistia e anulou os decretos da ditadura mais perseguidores e atentatórios das liberdades. Foi tolerada a exaltação dos regicidas mortos e a abertura de subscrições para os seus filhos menores." ("Nova História de Portugal", Joel Serrão e A.H. Oliveira Marques) Escrevia "O Mundo": «O que a opinião pública reclama do novo governo: Liberdade de reunião, de associação e de pensamento; abolição completa das leis de excepção; amnistia dos presos políticos e exilados; imediata convocação das Cortes, para apreciação do decreto da liquidação dos adiantamentos à Casa Real; amnistia aos marinheiros deportados, aos quais o actual Presidente do Conselho deu solenemente a sua palavra de honra de que não sofreriam nenhuma pena, se se submetessem, por ocasião da revolta de Abril de 1906; extinção do juízo de instrução criminal; reforma da lei eleitoral, com representação de minoria». Não era pedir muito; afinal era pedir apenas o restabelecimento da normalidade constitucional. (HRRP)

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Domingo, 2 de Fevereiro de 1908
    Proclamação de D. Manuel II

    Em suplemento ao Diário do Governo foi publicada a proclamação de D. Manuel II como rei de Portugal

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 5 de Fevereiro de 1908
    Anulação de algumas medidas repressivas do franquismo

    Decreto que anula a Lei de Imprensa de João Franco e o diploma de 31 de Janeiro. São postos em liberdade vários presos políticos.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Sábado, 8 de Fevereiro de 1908
    Funerais de D. Carlos I e de D. Luís Filipe.

    No dia 10, os féretros de D. Carlos e D. Luís Filipe foram transladados para o Panteão de S. Vicente de Fora

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 12 de Fevereiro de 1908
    Amnistia

    Os marinheiros deportados aquando dos motins nos cruzadores D. Carlos e Vasco da Gama foram amnistiados.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Quarta-feira, 5 de Fevereiro de 1908
    João Franco parte para o exílio

    Partida de João Franco para o exílio, temeroso do seu futuro no país.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Sábado, 1 de Fevereiro de 1908
    Regicídio

    D. Carlos, D. Amélia e D. Luís Filipe tomaram o comboio em Vila Viçosa às 11 horas, em direcção ao Barreiro, sofrendo a viagem um pequeno atraso devido a descarrilamento em Casa Branca. O vapor D. Luís transportou a família real até Lisboa, atracando às cinco da tarde. A esperá-los, estava o infante D. Manuel, João Franco e elementos do governo e da corte. A família real entrou num landau (carruagem aberta). Atrás, seguiam os condes de Figueiró e o marquês de Alvito. João Franco vinha num coupé, em quarto lugar. A carruagem real, que tomaria a direcção da Rua do Arsenal, estava sensivelmente a meio do Terreiro do Paço. Nesse momento, um homem (Alfredo Costa) saltou para o estribo e disparou dois tiros de revólver nas costas do rei, ferindo também o príncipe D. Manuel e o trintanário Costa. O príncipe herdeiro levantou-se da carruagem, empunhando a sua arma, mas foi rapidamente abatido por um segundo homem (Manuel Buiça) que lhe desfechou um tiro de carabina. Segue-se a confusão, enquanto a rainha tenta afastar Costa, batendo-lhe com um ramo de flores e a polícia dispara. Ambos os regicidas cairam ali mortos. Eram cinco e meia da tarde. A carruagem seguiu, a toda a velocidade, para o Arsenal da Marinha, onde o rei já entrou morto e o príncipe herdeiro agonizante, falecendo pouco depois. O Infante D. Manuel também estava ferido num braço, sem gravidade. "D. Manuel, no relato que deixou sobre este acontecimento, lembra-se de ouvir um primeiro tiro, à laia de sinal, e de ver o "homem de barba preta" a preparar-se. Quando passavam à frente do Ministério das Finanças, Buiça, vindo pela retaguarda, afastando as abas do capote, agarrou na Winchester, a sua carabina, apontou e descarregou o primeiro tiro. Acertou no pescoço de D. Carlos. Apontou e descarregou: o segundo tiro atinge de novo o rei, agora no ombro. D. Carlos tinha morrido ao primeiro tiro. D. Manuel diria mais tarde: "(…) começou uma perfeita fuzilada, como n’uma batida às feras!" Enquanto isto, vindo das arcadas, Costa, armado com uma Browning, avança para a carruagem real. Pé no estribo, olha o rei nos olhos e dispara. D. Luís levanta-se, de revólver em punho, mas antes de poder disparar, Costa atinge-o no peito. De longe o homem da longas barbas, Buiça, tem tempo ainda para mais um tiro, igualmente certeiro. O príncipe fora alvejado na cabeça. A rainha, de pé, agita um ramo de flores, desesperada, gritando "infames, infames!" O revólver do príncipe foi mais tarde encontrado no chão da carruagem apenas com dois cartuchos: ainda teria tido tempo para disparar sobre Costa." Ainda hoje se desconhece a lista completa dos implicados no regicídio, suscitando também alguns autores dúvidas sobre se o verdadeiro objectivo não seria João Franco. Além de Buiça e Costa, são referidos, por A. H. de Oliveira Marques, como participantes o empregado de comércio Domingos Ribeiro, o serralheiro José Maria Nunes e o ex-guarda-fiscal Adelino Marques – todos eles ligados à Carbonária, tendo, pelo menos alguns, sido também iniciados na loja maçónica "Montanha". Outros estariam talvez também implicados nas múltiplas acções revolucionárias em curso nessa época. As diversas conjecturas baseiam-se, essencialmente, nas palavras escritas por José Nunes no opúsculo "A bomba explosiva", publicado em 1912, em que afirma que teria tido lugar em Paris, em finais de 1907, uma reunião no restaurante Brébant, no Boulevard Poissonière, com a presença de D. Manuel II, Magalhães Lima, Ângelo da Fonseca e José da Costa Amorim, em que teria sido decidido atentar contra a vida do ditador João Franco e, se possível, contra a vida do rei. Também aparece referida uma carta que a mulher do juiz Almeida Azevedo teria escrito, a 6 de Abril de 1911, a D. Amélia, informando-a sobre o regicídio, em que a versão – diferente – situa numa reunião da Loja maçónica Montanha a deliberação do regicídio, estando presentes o advogado Alberto Costa (Pad Zé), Alfredo Costa, o solicitador Adriano Mendes de Vasconcelos, o farmacêutico Cader, o merceeiro José Simões, Manuel Lourenço Godinho e um caixeiro de uma casa bancária da Rua da Prata, tendo estes e outros organizado um grupo para o Terreiro do Paço e outro para o Corpo Santo. O certo é que não foi encontrado até hoje o processo judicial organizado após o regicídio. Muitas notícias da época revelam a frieza com que foi acolhida a morte do rei, abandonado pelos seus, ninguém parecendo especialmente comovido. "Os fidalgos, os pares do reino, os conselheiros, estavam todos enfiados em casa, a tremer de medo." O próprio funeral de Estado, cheio de pompa, decorreu friamente. Do outro lado "o clamor vitorioso de vindicta, que se ergueu do coração do Povo" (HRRP). Com a morte do rei e do príncipe herdeiro, subiu ao trono o infante D. Manuel.

    Ano: 1908     Tema: Violência (política)
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    Domingo, 2 de Fevereiro de 1908
    O Conselho de Estado reúne após o regicídio e despede o governo de João Franco

    O Conselho de Estado, reunido no Paço das Necessidades após o regicídio, consagrou uma mudança na situação política: D. Manuel escolheu um novo secretário, o marquês do Lavradio, em substituição do conde de Arnoso, aliado de João Franco, e informou este de que a rainha pretendia um «ministério de acalmação». João Franco perdeu a última batalha. No fundo, todos o consideravam culpado do regicídio, designadamente pela publicação do decreto de 31 de Janeiro.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 6 de Fevereiro de 1908
    Libertação de presos políticos

    São postos em liberdade: Afonso Costa, António José de Almeida, Egas Moniz, João Chagas, França Borges, João Pinto dos Santos, Alfredo Leal e Vítor de Sousa.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Sábado, 1 de Fevereiro de 1908
    D. Manuel II sobe ao trono, sucedendo a seu pai, o rei D. Carlos

    Após o regicídio, o infante, com apenas 18 anos, foi proclamado rei como D. Manuel II. Sujeito às influências de sua mãe D. Amélia e de José Luciano de Castro, tenta uma política de "acalmação". Para tal, demite João Franco, que muitos acusavam de causador do regicídio, e nomeia um governo de coligação presidido pelo almirante Ferreira do Amaral, iniciando o que ficou designado por "Monarquia Nova"

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Domingo, 26 de Abril de 1908
    Abertura solene das Cortes

    D. Manuel II preside à abertura solene das Cortes fazendo o discurso da Coroa. Prometeu a votação do orçamento, a revisão constitucional e a dos decretos da ditadura. Defendia-se a resolução da questão da lista civil e adiantamentos à Casa Real, utilizadas pelos republicanos para a propaganda anti-monárquica.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Abril de 1908
    I Congresso Pedagógico da Instrução Primária e Popular

    I Congresso Pedagógico da Instrução Primária e Popular. Os debates em torno da instrução foram uma constante neste período, conduzidos sobretudo pelos republicanos, com destaque para os maçons – que pretendiam, designadamente, contrariar a hegemonia clerical no ensino. Este congresso voltou a realizar-se, sempre em Abril, em 1909, 1912 e 1914.

    Ano: 1908     Tema: Ensino
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    Abril de 1908
    Fundação da Academia de Ciências de Portugal

    Fundação da Academia de Ciências de Portugal, de cariz republicano, que visava contestar o carácter anquilosado da tradicional Academia das Ciências de Lisboa.

    Ano: 1908     Tema: Cultura
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    Domingo, 5 de Abril de 1908
    Realização de eleições legislativas

    Realização de eleições legislativas a 5 de Abril de 1908, de que resultou uma Câmara dividida entre regeneradores (62) e progressistas (58), tendo também sido eleitos 7 republicanos, 7 dissidentes progressistas, 9 independentes governamentais, 7 «governamentais», 3 regeneradores liberais e 1 nacionalista. Em Lisboa, os republicanos venceram em 30 freguesias (71% da cidade), elegendo Afonso Costa, António José de Almeida, Alexandre Braga e João de Menezes. Brito Camacho foi eleito por Beja; Estevão de Vasconcelos e Feio Terenas foram eleitos por Setúbal. As eleições foram acompanhadas em Lisboa por violentos confrontos entre a polícia e a guarda municipal, de um lado, e manifestantes republicanos, do outro,que reclamavam a fiscalização das urnas eleitorais. De noite, como o escrutínio ainda não tivesse terminado, parte dos eleitores reivindicaram a guarda das urnas eleitorais. A tropa foi chamada para junto do teatro D. Maria, agindo com extrema violência, designadamente junto às igrejas de S. Domingos e Alcântara e no Rossio. Em Alcântara o problema tinha sido em tudo semelhante, em torno da questão eleitoral, entre republicanos e a polícia. Os distúrbios prolongaram-se pelo dia seguinte, registando-se 14 mortos.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Abril de 1908
    Realiza-se, em Lisboa, o I Congresso Nacional do Livre Pensamento

    Realização do I Congresso Nacional do Livre Pensamento, em Lisboa. Grupo não católico que se intitulava sem religião, predominantemente de inspiração maçónica, tinha como objectivo fundamental o combate ao clericalismo. A par dos combates no âmbito do ensino e do registo civil, esta iniciativa iria inspirar profundamente a futura legislação republicana, especialmente em matéria de separação entre a Igreja e o Estado.

    Ano: 1908     Tema: Cultura
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    Quarta-feira, 6 de Maio de 1908
    Aclamação do novo rei no Parlamento

    D. Manuel II reitera o juramento efectuado a 1 de Fevereiro na sua proclamação. É concedida uma amnistia. Nos meses seguintes, delegações ou representações de várias corporações, organizações e instituições apresentaram mensagens de saudação e de lealdade ao novo monarca.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Sábado, 9 de Maio de 1908
    Projecto de lei de Estevão de Vasconcelos, sobre acidentes de trabalho

    Estevão de Vasconcelos, médico e deputado republicano, apresenta à Câmara dos Deputados um projecto de lei sobre acidentes de trabalho, prevendo indemnizações a operários vítimas de desastres no trabalho. Em 16 de Março do ano seguinte, volta a defender o seu projecto de lei, sem lograr mais uma vez que a respectiva comissão parlamentar emitisse qualquer parecer sobre o assunto. Só após a implantação da República é que viu aprovada legislação nessa matéria, que apresentou como Deputado às Constituintes.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Terça-feira, 9 de Junho de 1908
    Morre Trindade Coelho aos 47 anos

    Morre Trindade Coelho aos 47 anos.

    Ano: 1908     Tema: Cultura
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    Sexta-feira, 7 de Agosto de 1908
    A Sociedade Estoril assume a exploração da linha de Cascais.

    Assinado o contrato de transformação do sistema de tracção e do arrendamento da exploração da Linha de Cascais à Sociedade Estoril.

    Ano: 1908     Tema: Actividades Económicas
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    Sexta-feira, 28 de Agosto de 1908
    Sessão preparatória da fundação da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas

    Um grupo de activistas femininas reune-se, no Centro António José de Almeida, sob a presidência de Ana de Castro Osório, que foi secretariada por Bernardino Machado e Magalhães Lima. Nesta reunião, foram lançadas as bases da criação da Liga Republicana das Mulheres Portuguesas, organização feminina inspirada nos ideais maçónicos e ligada ao Partido Republicano Português.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Segunda-feira, 24 de Agosto de 1908
    Fundem-se a Companhia de Viação Eléctrica do Porto e a Companhia Carris de Ferro

    A Companhia de Viação Eléctrica do Porto e a Companhia Carris de Ferro operam uma fusão, tornando-se a nova companhia detentora da totalidade dos transportes colectivos da cidade.

    Ano: 1908     Tema: Actividades Económicas
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    Domingo, 13 de Setembro de 1908
    Constituição do Sport Lisboa e Benfica

    Em assembleia geral do Grupo Sport Benfica, é decidida a fusão entre o Sport Lisboa e o Sport Clube de Benfica, destacando-se nesse propósito Cosme Damião, além de Félix Bermudes, Luís Faria Leal e António Sobral. Foi assim constituído o Sport Lisboa e Benfica.

    Ano: 1908     Tema: Desporto
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    Sexta-feira, 20 de Novembro de 1908
    D. Manuel II visita Coimbra

    D. Manuel II visita Coimbra, recebendo homenagens de estudantes.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Domingo, 8 de Novembro de 1908
    Viagem de D. Manuel II ao Porto

    O rei, acompanhado de D. Amélia, deslocou-se à Cidade Invicta. No dia 11 visitou as Associações Comercial e Industrial e a Academia Politécnica. Nos dias seguintes visita Braga, Viana do Castelo, Oliveira de Azeméis, Santo Tirso, Vila Nova de Gaia, Espinho, Aveiro, Guimarães e Barcelos.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Domingo, 1 de Novembro de 1908
    Eleições municipais. Republicanos ganham a Câmara de Lisboa

    Nas eleições municipais convocadas pelo governo de Ferreira do Amaral, os republicanos conquistam a Câmara de Lisboa, elegendo todos os seus candidatos: Braamcamp Freire, Cardoso de Oliveira, Augusto José Vieira, Carlos Ferreira Alves, Francisco Grandela, Miranda do Vale, Cunha e Costa, Veríssimo de Almeida, Luís Filipe da Mata, Ventura Terra e Tomás Cabreira. Também alcançam a vitória em Alcochete, Almeirim, Benavente, Grândola, Lagos, Odemira e Santiago de Cacém.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Quinta-feira, 17 de Dezembro de 1908
    Crise ministerial

    O governo Ferreira do Amaral pôs ao rei a questão de confiança. O Conselho de Estado reuniu perante a primeira crise ministerial do novo reinado.

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Sexta-feira. 25 de Dezembro de 1908
    Queda do governo de Ferreira do Amaral

    Caíu o governo de Ferreira do Amaral, devido à retirada de apoio do Partido Regenerador, chefiado por Júlio de Vilhena, que tenta assumir o poder. Mas José Luciano de Castro consegue, mais uma vez, impôr um novo governo de coligação, chefiado pelo regenerador dissidente Campos Henriques, contando com Venceslau de Lima (Estrangeiros), Manuel Espregueira (Fazenda), Sebastião Teles (Guerra), António Cabral (Marinha) e João de Alarcão (Justiça) e Luís Filipe de Castro (Obras Públicas).

    Ano: 1908     Tema: Vida Política
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    Dezembro de 1908
    Central do Ouro

    Construção da Central Eléctrica do Ouro, Porto. (A Electricidade em Portugal. Dos primórdios à 2ª Guerra Mundial)

    Ano: 1908     Tema: Actividades Económicas




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