watch_later 19/11/2015 location_on Auditório da Fundação Mário Soares
Homens e Mulheres que pelos seus ideais, pela sua postura cívica e política, pelos seus combates, souberam dar sentido às suas vidas e, embora já falecidos, permanecem como exemplos. A Fundação Mário Soares dedica um ciclo de conferências e debates a essas figuras da nossa cidadania democrática, prestando-lhes homenagem. A quadragésima quinta conferência do ciclo "Vidas com Sentido" é dedicada a Etelvina Lopes de Almeida. Etelvina Lopes de Almeida nasceu em Serpa a 17 de março de 1916 e faleceu em Tábua a 30 de abril de 2004. Jornalista, locutora, escritora e política.
Frequentou o Liceu Maria Amália Vaz de Carvalho, em Lisboa, e um colégio interno, em Queluz.
Iniciou a sua carreira no jornal infantil "O Papagaio". Foi admitida na Rádio Renascença e, mais tarde, na Emissora Nacional, de que seria afastada, por motivos políticos, em 1948, vindo a ser reintegrada em 26 de julho de 1974.
Exerceu funções de chefe de redação da revista Modas e Bordados, dirigida por Maria Lamas, a quem sucedeu na direção da revista.
Em 1945, aderiu ao Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas, participando nas suas atividades e, designadamente, na Exposição de Livros Escritos por Mulheres de todo o Mundo, organizada, em janeiro de 1947, na Sociedade Nacional de Belas-Artes. Integrou igualmente a Associação Feminina Portuguesa para a Paz, proibida em 1952.
Viria a ser despedida da revista Modas e Bordados por ter assinado, em 1962, "um documento da oposição contra a guerra de África".
Em 1969, foi candidata da CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática) à assembleia nacional.
Após o 25 de abril, militou no Partido Socialista, tendo sido eleita deputada à Assembleia Constituinte (1975-1976) e, posteriormente, à Assembleia da República, pelo Círculo Eleitoral de Évora (em 1976 e em 1978).
Etelvina Lopes de Almeida presidiu, em 1993, em Estrasburgo, a uma sessão do Parlamento Europeu para os Idosos, na qual foi aprovada a Carta Europeia para os Idosos.
A jornalista foi também autora de livros infantis e romances, nomeadamente "Histórias que o mundo conta", "O tontinho da esquina" e "Maria Verdade", levado à cena no Teatro São Luiz, em Lisboa, bem como o "ABC da Culinária".
Em 1995, foi agraciada pelo Presidente da República, Mário Soares, com a Comenda da Ordem de Mérito.
Dedicou os últimos anos da sua vida à Fundação Sara Beirão e António Costa Carvalho, em Tábua, criada com Igrejas Caeiro e a que presidia, desenvolvendo intenso trabalho de solidariedade social, em especial junto dos mais idosos.