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    Vidas com Sentido (43) - Carlos Cal Brandão

    watch_later 5/11/2015

    Homens e Mulheres que pelos seus ideais, pela sua postura cívica e política, pelos seus combates, souberam dar sentido às suas vidas e, embora já falecidos, permanecem como exemplos. A Fundação Mário Soares dedica um ciclo de conferências e debates a essas figuras da nossa cidadania democrática, prestando-lhes homenagem. A quadragésima terceira conferência do ciclo "Vidas com Sentido" é dedicada a Carlos Cal Brandão.
    A sessão inicialmente prevista para 29 de Outubro foi adiada. A próxima sessão, dedicada a Carlos Cal Brandão, realizar-se-á no dia 5 de Novembro, às 18.00 horas.

    Carlos Cal Brandão nasceu na freguesia de Ramalde, no Porto, em 5 de novembro de 1906 e faleceu nesta cidade, a 31 de janeiro de 1973. Advogado e político.
    Completou o ensino secundário no Porto, no liceu Rodrigues de Freitas. Em 1922, inscreveu-se na Faculdade de Direito de Coimbra, terminando a licenciatura antes de fazer os 21 anos.
    Desde cedo, aderiu às ideias repu-blicanas, tendo sido eleito presidente do Centro Académico Republicano, para o período de 1926-1927. Foi iniciado na loja maçónica “Revolta”. Fundou o jornal Gente Nova, juntamente com Paulo Quintela, Sílvio Lima e Vitorino Nemésio.
    Regressa ao Porto em finais de 1927, para iniciar a sua vida profissional.
    Inspirado nas lojas maçónicas da cidade do Porto, é entretanto criado o “Grupo de Estudos Sociais e Filosóficos Lux”, que editará, a partir de 1929, o jornal Humanidade, “anti-reaccionário e anti-clerical”, sob a direcção de Carlos Cal Brandão.
    Preso em 1930, após uma reunião no Centro Académico Republicano, será de novo preso pela polícia política no ano seguinte, acusado de estar implicado na tentativa revolucionária de 26 de agosto de 1931, sendo deportado para Cabo Verde e daí para Timor, onde foi internado num campo de concentração em Oecussi-Ambeno.
    Vivendo mais tarde em “liberdade” na colónia, Carlos Cal Brandão e outros deportados juntaram-se à guerrilha lançada pelos australianos contra a ocupação japonesa de 19 de fevereiro de 1942.
    Com o governador português “pri-sioneiro” no seu palácio, os japoneses instigam revoltas de timorenses contra a administração colonial (as “colunas negras”) e obrigam muitos portugueses, religiosos e os chamados “criados” timorenses a procurar refúgio no mato, onde resistem.
    Entre eles, importa sublinhar a figura do Ten. Manuel Pires que, após ter sido evacuado para a Austrália, regressou a Timor, vindo a ser capturado e morto às mãos dos invasores.
    Carlos Cal Brandão será igualmente evacuado para a Austrália, onde desenvolve intensa atividade na formação de voluntários que seriam desembarcados em Timor.
    Voltou à Ilha, em junho de 1945, com um grupo de comandos australianos e, mais tarde, acompanhou diretamente os primeiros contactos com o governador português e esteve presente na rendição nipónica.
    Regressou a Portugal em fevereiro de 1946, após 15 anos de deportação.
    Retomou a advocacia e participou na defesa de presos políticos nos tribunais da ditadura. Manteve a sua atividade política e cívica, intervindo nas candidaturas de Norton de Matos e Humberto Delgado. Em 1949, redigiu, com o seu irmão Mário, os estatutos da União Democrática Portuguesa. Será de novo preso várias vezes, a última das quais, em 1961, por ter assinado o Programa para a Democratização da República.
    Como declarou o seu amigo e colega de escritório António Macedo, foi um Homem bom, pacífico, fraterno e corajoso, poucos o igualaram no zelo pela liberdade.


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