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    Vidas com Sentido (42) - Bento Gonçalves

    watch_later 22/10/2015

    Homens e Mulheres que pelos seus ideais, pela sua postura cívica e política, pelos seus combates, souberam dar sentido às suas vidas e, embora já falecidos, permanecem como exemplos. A Fundação Mário Soares dedica um ciclo de conferências e debates a essas figuras da nossa cidadania democrática, prestando-lhes homenagem. A quadragésima segunda conferência do ciclo "Vidas com Sentido" é dedicada a Bento Gonçalves.
    Bento António Gonçalves nasceu em Fiães do Rio, Montalegre, a 2 de março de 1902 e faleceu no campo de concentração do Tarrafal, em Cabo Verde, a 11 de setembro de 1942. Operário e político.
    Após concluir a instrução primária, veio para Lisboa, onde começou a trabalhar como torneiro de madeira. Dois anos depois, é aprendiz de torneiro mecânico, sendo, em 1919, admitido no Arsenal da Marinha.
    Foi no Arsenal da Marinha que iniciou as actividades sindicais, vindo a ser Secretário-Geral do Sindicato do Pessoal do Arsenal da Marinha e redactor principal do seu órgão O Eco do Arsenal. Aí participou na criação da célula do Partido Comunista Português, de que foi secretário.
    Em 1927, participou na União Soviética no Congresso dos Amigos da URSS, por ocasião das comemorações do X aniversário da Revolução de Outubro. Regressado a Portugal, convicto de que "só o bolchevismo poderá conduzir a nossa classe à emancipação integral", adere, em setembro de 1928, ao PCP, vindo a ser eleito Secretário-Geral do PCP na Conferência de abril de 1929, que tomou medidas para a reorganização do partido, que praticamente desaparecera na sequência do golpe militar de 28 de maio de 1926: "não se podia aceitar a inactividade de trabalho comunista, tanto legal, como ilegal, neste momento em que (...) toda a nossa organização operária se afunda em pleno marasmo, tanto do ponto de vista de ideologia, como de acção sindical".
    Procedeu a uma profunda reorganização partidária, quer no campo ideológico e táctico, designadamente nas páginas de O Proletário, quer no plano organizativo, endurecendo as críticas aos socialistas e anarco-sindicalistas e lançando a Comissão Intersindical.
    Preso em setembro de 1930, é deportado para os Açores e, mais tarde, para Cabo Verde, onde passou pelas ilhas do Sal e do Fogo.
    Regressado a Portugal e libertado em fevereiro de 1933, retomou as suas responsabilidades partidárias.
    Presente no VII Congresso da Internacional Comunista, que decorreu em Moscovo, em julho e agosto de 1935, Bento Gonçalves apresentou o PCP como um partido que dispunha de uma organização clandestina com 400 membros e que encabeçava a resistência ao fascismo.
    A 11 de novembro de 1935, foi preso com outros dois elementos do Secretariado do PCP, José de Sousa e Júlio Fogaça.
    Embarcado para Angra do Heroísmo a 8 de janeiro de 1936, foi enviado para o Campo de Concentração do Tarrafal.
    Dirigiu aí a Organização Prisional Comunista e redigiu dois documentos ("Palavras Necessárias" e "Duas Palavras") de história e análise do movimento operário português desde a fundação do PCP.
    Morreu no campo da morte lenta pelas 19.35 horas do dia 11 de setembro de 1942, "vitimado por febre biliosa hemoglobinúrica", quando tinha terminado, havia já um ano, a pena de seis anos a que fora condenado.

    Intervenções de:
    Edmundo Pedro e
    Mário Soares.

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