Luís Ernâni Dias Amado nasceu em Lisboa a 19 de Janeiro de 1901 e faleceu na mesma cidade a 22 de Janeiro de 1981. Médico, professor e político. Aos 18 anos, alistou-se no Batalhão Académico que irá participar na investida contra os monárquicos instalados em Monsanto. Ainda enquanto estudante foi um dos fundadores e dirigentes da Liga da Mocidade Republicana. Em 1924, licenciou-se na Faculdade de Medicina da Universidade de Lisboa, iniciando funções de 2.º Assistente de Histologia (até 1943). Em 1937 é assistente dos Serviços de Análises Clínicas dos Hospitais Civis de Lisboa. Após defender doutoramento, exerceu funções de 1.º Assistente de Histologia.
Em 1931, aderiu à Aliança Republicana e Socialista. Envolveu-se na preparação da revolta de 26 de Agosto de 1931. Em 1932, é preso pela PVDE e isolado na Cadeia do Aljube.
No âmbito profissional, foi investigador voluntário no IPO de Lisboa e participou no Congresso dos Anatomistas (1933) e no Congresso de Anatomia de Lisboa (1941).
Em 1934, participou na Liga Contra a Guerra e o Fascismo. Foi um dos fundadores da União Socialista e empenhou-se activamente no Movimento de Unidade Nacional Antifascista (MUNAF) e no Movimento de Unidade Democrática (MUD).
Demitido da Universidade, em 1947, na grande depuração política desse ano, seria reintegrado na Faculdade de Medicina como professor catedrático em 1975.
A partir do afastamento da Universidade, dedicou-se ao seu laboratório particular de análises clínicas, publicando também diversos trabalhos da sua especialidade e obras de divulgação, designadamente na Biblioteca Cosmos, dirigida por Bento de Jesus Caraça.
Fez parte do Directório Democrato-Social. Em Julho de 1948, é novamente preso pela polícia política, no âmbito da campanha oposicionista de Norton de Matos.
Em 1958, apoiou a candidatura de Humberto Delgado à Presidência da República, cuja comissão central integrou.
Em 1960, reactivada a Liga Portuguesa dos Direitos do Homem, assumiu a presidência deste grupo para-maçónico.
Em 1961, a PIDE voltou a prendê-lo na sequência do Programa para a Democratização da República, de que foi um dos signatários.
Preso de novo dois anos depois, será levado a julgamento, acusado de pertencer às Juntas de Acção Patriótica, sendo absolvido, enquanto mantém relações com o ex-Presidente da República Craveiro Lopes, no âmbito do posicionamento crítico deste sobre a política ultramarina de Salazar. Foi um dos fundadores da Acção Socialista Portuguesa.
Luís Dias Amado, iniciado na Loja Madrugada em 1928, foi presidente do Conselho da Ordem do Grande Oriente Lusitano entre 1957 e 1974, na clandestinidade, e mais tarde seu Grão-Mestre entre 1975 e 1981.