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    Vidas com Sentido (33) - António Sérgio

    watch_later 12/3/2015
    location_on Auditório da Fundação Mário Soares

    Homens e Mulheres que pelos seus ideais, pela sua postura cívica e política, pelos seus combates, souberam dar sentido às suas vidas e, embora já falecidos, permanecem como exemplos. A Fundação Mário Soares dedica um ciclo de conferências e debates a essas figuras da nossa cidadania democrática, prestando-lhes homenagem. A trigésima terceira conferência do ciclo "Vidas com Sentido" é dedicada a António Sérgio.
    António Sérgio de Sousa Júnior nasceu em Damão, no então "Estado Português da Índia", a 3 de Setembro de 1883 e faleceu em Lisboa a 24 de Janeiro de 1969. Pedagogo, ensaísta e político.
    Oriundo de uma família militar, viveu parte da infância em África, vindo para Lisboa estudar no Colégio Militar e depois na Escola Politécnica e na Escola Naval. Seguiu a carreira de oficial da Marinha que interrompeu em 1910, "por ter jurado fidelidade ao rei deposto".
    Em 1912, concorreu para professor assistente de Filosofia da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa. Entre 1914 e 1916 realizou estudos de pós-graduação no Instituto Jean-Jacques Rousseau.
    Integrando o projeto da "Renascença Portuguesa", colaborou em publicações como A Águia, que abandonará depois de acusar o carácter passadista e utópico do saudosismo, em polémica aberta com Teixeira de Pascoaes. Com o advento do Sidonismo, dirige em 1918-1919 a revista Pela Grei, órgão da Liga de Acção Nacional.
    Participou na elaboração da proposta de lei sobre a reorganização da educação nacional, da autoria de João Camoesas, na altura Ministro da Instrução Pública.
    No final desse ano de 1923, Sérgio ocupou aquela mesma pasta, durante dois meses, no governo de Álvaro de Castro.
    Entretanto, integrara a direção da Seara Nova com Raul Proença e Jaime Cortesão. Foi também um dos fundadores da revista Lusitania (1924-1927).
    Após a implantação da ditadura militar em 1926, seguiu para o exílio em Paris, só regressando em 1933. Participou no Movimento de Unidade Democrática (MUD) e na campanha de Norton de Matos à Presidência da República. Foi determinante no convite a Humberto Delgado para assumir a candidatura às eleições presidenciais de 1958 e na mobilização do apoio dos diferentes sectores oposicionistas.
    Colaborou no semanário Mundo Literário (1946-1948) e assumiu a direcção da "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira".
    O seu posicionamento filosófico e político, inicialmente inspirado por figuras como Antero de Quental, Oliveira Martins e Proudhon, foi marcadamente voltado para a reforma das mentalidades, para a compreensão histórico-sociológica de Portugal e para a problemática da educação, defendendo, por um lado, a constituição de uma opinião pública e de uma elite humanista e socialmente alargada e, por outro lado, a defesa de um socialismo associativista, baseado nos princípios cooperativistas. O racionalismo sergiano, de fortes raízes nacionalistas, recusava a postura marxista, situando-se no campo do idealismo filosófico, histórico e político-social, como sublinhou Vasco de Magalhães-Vilhena.
    António Sérgio ocupa, sem dúvida, um lugar cimeiro na reflexão cultural da primeira metade do século XX, exercendo singular influência em diversas gerações de intelectuais. Na sua vasta bibliografia merece especial destaque a extensa obra teórica que reuniu nos oito volumes de Ensaios (1920-1958). Foi um difusor do método Montessori de educação, apoiando ainda o ensino para deficientes e o cinema educativo e participando na criação do Instituto Português do Cancro.
    Após a campanha eleitoral de 1958, afastou-se da intervenção cívica ativa e da escrita, vindo a falecer em 1969.

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