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    Vidas com Sentido (31) - Maria Isabel Aboim Inglez

    watch_later 26/2/2015
    location_on Auditório da Fundação Mário Soares

    Homens e Mulheres que pelos seus ideais, pela sua postura cívica e política, pelos seus combates, souberam dar sentido às suas vidas e, embora já falecidos, permanecem como exemplos. A Fundação Mário Soares dedica um ciclo de conferências e debates a essas figuras da nossa cidadania democrática, prestando-lhes homenagem. A trigésima primeira conferência do ciclo "Vidas com Sentido" é dedicada a Maria Isabel Aboim Inglez.
    Maria Isabel Hahenman Saavedra de Aboim Inglez nasceu em Lisboa a 7 de Janeiro de 1902, falecendo na mesma cidade em 8 de Março de 1963. Professora e política.
    Filha de João Saavedra e de Elisa Augusta Hahenman Saavedra, tirou o curso complementar de Letras do Liceu Pedro Nunes.
    Em 1938, casada e mãe de 5 filhos, matriculou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, no curso de Ciências Histórico-Filosóficas, apresentando a tese de licenciatura sobre "A Influência dos Descobrimentos na Sociedade Portuguesa". Nesse mesmo ano, fundou o Colégio Feminino Fernão de Magalhães, na Rua dos Lusíadas, que dirigiu até ao seu encerramento pela PIDE, em 1949.
    Em 1943, ingressou como assistente na Faculdade de Letras, em que leccionou as disciplinas de Filosofia Antiga e de Psicologia Geral, até à sua demissão pelo governo em 1945.
    Em 1953, foi-lhe oferecida a regência de uma cadeira de Filosofia numa universidade brasileira, mas as autoridades salazaristas recusaram-lhe a autorização de saída do país.
    Retiraram-lhe os diplomas de professora do ensino oficial e particular. Impedida de leccionar, montou um atelier de modista, deu aulas particulares e fez traduções.
    Anti-fascista, foi dirigente do Conselho Nacional das Mulheres Portuguesas e da Associação Feminina Portuguesa para a Paz, integrando, em representação das mulheres, a 3.ª Comissão Central do Movimento de Unidade Democrática (MUD).
    Participou activamente nas comissões de apoio às candidaturas à Presidência da República do general Norton de Matos (1948-1949) e do Prof. Rui Luís Gomes (1951), vindo a apoiar, em 1958, a candidatura de Arlindo Vicente e, mais tarde, a de Humberto Delgado.
    Perseguida pela ditadura pela sua vida de combate e resistência, expulsa do ensino e presa três vezes, Maria Isabel Aboim Inglez, a "indomável" no dizer do poeta José Gomes Ferreira, permaneceu sempre fiel às suas convicções, lutando pela defesa dos presos políticos e contra a ditadura (em 1960, foi agredida na cadeia política de Caxias, aonde se deslocara para visitar o filho Carlos, aí preso).
    Aos 61 anos, a 8 de Março de 1963, foi acometida de doença súbita quando se encontrava, em Lisboa, ao volante do seu carro, falecendo quase de imediato.
    A PIDE proibiu a divulgação da notícia ao seu filho Carlos Aboim Inglez, que se encontrava preso em Peniche, impedindo-o de assistir ao funeral.


    Intervenções de:
    Luísa Irene Dias Amado,
    José Manuel Tengarrinha,
    Maria de Jesus Barroso Soares e
    Mário Soares

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