Iniciativas



search

    Vidas com Sentido (30) - Bento de Jesus Caraça

    watch_later 19/2/2015
    location_on Auditório da Fundação Mário Soares

    Homens e Mulheres que pelos seus ideais, pela sua postura cívica e política, pelos seus combates, souberam dar sentido às suas vidas e, embora já falecidos, permanecem como exemplos. A Fundação Mário Soares dedica um ciclo de conferências e debates a essas figuras da nossa cidadania democrática, prestando-lhes homenagem. A trigésima conferência do ciclo "Vidas com Sentido" é dedicada a Bento de Jesus Caraça.
    Bento de Jesus Caraça nasceu em Vila Viçosa em 18 de Abril de 1901, sendo filho de João António Caraça e Domingas da Conceição Espadinha.
    Terminou os estudos primários em 1911 e o curso complementar de Ciências no Liceu Pedro Nunes, em 1918. Frequentou depois o Instituto Superior de Comércio de Lisboa e, mais tarde, o Instituto Superior de Ciências Económicas e Financeiras, onde o seu excepcional desempenho o conduz à cátedra de Matemáticas Superiores.
    Nos anos trinta, publica em livro as suas lições que correspondem às obras Interpolação e Integração Numérica, Lições de Álgebra e Análise (2 volumes), Cálculo Vectorial e Conceitos Fundamentais da Matemática - obra que marcou, nacional e internacionalmente, os estudos de matemática.
    Profere uma série de conferências públicas onde delineia todo um programa de intervenção cultural, científica e pedagógica das quais se destaca, entre outras, A Cultura Integral do Indivíduo – Problema Central do Nosso Tempo.
    Participou activamente na Universidade Popular Portuguesa, assumindo a sua direcção em 1929, e na criação do Centro de Estudos de Matemáticas Aplicadas à Economia.
    Em 1940 fundou, com António Monteiro, Hugo Ribeiro, José da Silva Paulo e Manuel Zaluar, a revista Gazeta de Matemática. Foi também activo membro da Sociedade Portuguesa de Matemática.
    Entre 1941 e 1948 levou a cabo a colecção Biblioteca Cosmos, grande projecto cultural que publicou cerca de centena e meia de volumes.
    Fundou, com José Rodrigues Miguéis, o semanário Globo. Colaborou em diversas publicações periódicas como nos jornais O Diabo, A Liberdade e República, e nas revistas Seara Nova e Vértice.
    No decurso da II Guerra Mundial, desenvolveu actividades no Socorro Vermelho Internacional e impulsionou a Liga Portuguesa Contra a Guerra e o Fascismo.
    Foi destacado membro do MUNAF e, no final da guerra, continuou a sua acção política integrado no MUD, de cuja Comissão Central assumiu a presidência em Setembro de 1945. Nesta organização assumiu um importante papel na ligação com a juventude (MUD Juvenil).
    Em Setembro de 1946, na sequência da assinatura, com Mário de Azevedo Gomes e os restantes membros da Comissão Central do MUD, do manifesto "O M.U.D. Perante a admissão de Portugal na ONU", o governo dirige-lhe uma nota de culpa, acusando-o de contrariar e difamar a posição do Estado português. O processo que lhe foi movido culminou com a expulsão e demissão de Bento de Jesus Caraça da sua cátedra.
    Foi, sem dúvida, um dos intelectuais mais marcantes da vida política portuguesa do século XX.
    Morreu em Lisboa em 25 de Junho de 1948.
    A título póstumo foram-lhe concedidas a Grã-Cruz da Ordem Militar de Santiago de Espada (1979) e o grau de Grande Oficial da Ordem da Liberdade (1980).

    Intervenções de:
    João dos Santos Caraça
    António Pedro Pita
    João Caraça
    Mário Soares

    Pode consultar o seu arquivo em CasaComum.org

    NOTA: Por lapso, alguns materiais de divulgação da homenagem a Bento de Jesus Caraça indicavam erradamente as suas datas de nascimento e falecimento. As nossas desculpas.

    [voltar ao topo]





Fundação Mário Soares e Maria Barroso
Rua de S. Bento, 176 - 1200-821 Lisboa, Portugal
Telefones: (+ 351) 21 396 41 79 | (+ 351) 21 396 41 85
geral@fmsoaresbarroso.pt

Copyright 2021 © Fundação Mário Soares e Maria Barroso. Todos os direitos reservados. Created by BearingPoint

Siga-nos: