watch_later 16/10/2014 location_on Auditório da Fundação Mário Soares
Homens e Mulheres que pelos seus ideais, pela sua postura cívica e política, pelos seus combates, souberam dar sentido às suas vidas e, embora já falecidos, permanecem como exemplos. A Fundação Mário Soares dedica um ciclo de conferências e debates a essas figuras da nossa cidadania democrática, prestando-lhes homenagem. A vigésima quinta conferência do ciclo "Vidas com Sentido" é dedicada a Igrejas Caeiro. Francisco Igrejas Caeiro nasceu em Castanheira do Ribatejo a 18 de Agosto de 1917, falecendo em Lisboa a 19 de Fevereiro de 2012. Radialista, encenador, actor, locutor e político.
Completou o Curso Complementar do Comércio na Escola Comercial de Rodrigues Sampaio e cursou no Instituto Comercial de Lisboa e no Conservatório Nacional. Vencedor do concurso "À procura de um actor", organizado pelo Teatro Nacional D. Maria II, pelo Diário de Lisboa e pela Emissora Nacional, Igrejas Caeiro estreou-se em 1940 na peça de Ramada Curto, "Caso do Dia". No mesmo ano, interpretou o seu primeiro filme e foi também admitido na Emissora Nacional.
Ao longo da sua carreira multifacetada, desempenhou papéis em centenas de obras de teatro e participou numa dezena de filmes, entre eles "Porto de Abrigo" (1941), "Amor de Perdição" (1943), "Camões" (1946) e "O Trigo e o Joio" (1965).
Em 1951, lançou o programa radiofónico "Os Companheiros da Alegria", que circulou também por todo o país, ganhando enorme popularidade e cujos espectáculos virão a ser suspensos pelo governo sob o pretexto de Igrejas Caeiro ter elogiado o primeiro-ministro indiano Jawaharlal Nehru. Afastado da Emissora Nacional, retomou esse programa no Rádio Clube Português, onde criou também, com o apoio empenhado de Manuel Mendes, a rubrica "Perfil de Um Artista", em que realizou numerosas entrevistas com intelectuais progressistas portugueses e brasileiros, algumas das quais construídas a partir de uma rigorosa selecção de textos de autores já falecidos.
Igrejas Caeiro produziu igualmente outros programas de grande audiência como o "Comboio das 6 e meia" ou os diálogos humorísticos "Zequinha e Lelé", com Vasco Santana e Irene Velez, com quem foi casado ao longo de mais de 60 anos.
Em 1969, fundou o Teatro Maria Matos, em Lisboa, que foi inaugurado com a peça "Tombo no Inferno", de Aquilino Ribeiro.
Após o 25 de Abril de 1974, apresentou na RTP durante cinco anos o programa de notícias do mundo do teatro "TV Palco".
Em Junho, foi reintegrado na Emissora Nacional, onde exerceu funções de director de programas (1976-1979).
Militante do Partido Socialista, foi eleito deputado à Assembleia Constituinte e à Assembleia da República e vereador da Câmara Municipal de Cascais.
Foi distinguido com o grau de comendador da Ordem da Liberdade a 9 de Junho de 1995.
Intervenções de:
João Lourenço José Marreiro Mário Soares