watch_later 9/10/2014 location_on Auditório da Fundação Mário Soares
Homens e Mulheres que pelos seus ideais, pela sua postura cívica e política, pelos seus combates, souberam dar sentido às suas vidas e, embora já falecidos, permanecem como exemplos. A Fundação Mário Soares dedica um ciclo de conferências e debates a essas figuras da nossa cidadania democrática, prestando-lhes homenagem. A vigésima quarta conferência do ciclo Vidas com Sentido é dedicada a José Manuel Duarte. José Manuel Cipriano Mouzinho de Albuquerque Duarte nasceu em Lisboa a 14 de Julho de 1924 e faleceu, também em Lisboa, a 26 de Novembro de 1992. Advogado e político.
Nascido numa família republicana, fez a instrução primária numa escola particular em Belém, frequentando depois o Liceu D. João de Castro e, mais tarde, o Liceu Pedro Nunes.
Em 1942, matriculou-se na Faculdade de Letras de Lisboa, onde frequentou o Curso de Histórico-Filosóficas até ao 3º Ano, que não completou por razões de saúde, aí conhecendo Mário Soares e Maria Barroso, colegas do mesmo curso.
Aderiu ao Partido Comunista, onde teve como "controleiro" Borges de Macedo, vindo a abandonar esse partido ainda nos anos 40.
Enquanto estudante, exerceu funções no Colégio Moderno como Regente de Estudos.
Licenciou-se em Direito na Faculdade de Direito da Universidade de Lisboa, que frequentou de 1960 a 1966, exercendo posteriormente a profissão de advogado.
Exerceu também actividade profissional no contencioso da SONEFE (Sociedade Nacional de Estudos e Financiamento de Empreendimentos Ultramarinos) até 1974.
Manteve relações políticas e de amizade com vários oposicionistas ao regime, como Câmara Reys, Lopes Graça, Raul Rego e Manuel Mendes.
Colaborou activamente com todos os movimentos antifascistas, como o MUD (Movimento de Unidade Democrática), participando na organização de diversas manifestações e comícios e nas campanhas presidenciais de Norton de Matos e de Humberto Delgado, aderindo à CEUD (Comissão Eleitoral de Unidade Democrática) em 1969.
Após o 25 de Abril de 1974, foi nomeado, ainda no final desse ano, pelo Ministro Raúl Rêgo, para a Administração do jornal "Diário de Notícias".
Integrou a Comissão Nacional do Partido Socialista, onde desenvolveu intensa actividade.
Candidato pelo PS nas eleições de 1975 para a Assembleia Constituinte, foi eleito deputado pelo círculo de Lisboa, tendo exercido o mandato até 22 de Outubro de 1975, data em que renunciou na sequência da sua nomeação para exercer o cargo de 91º Governador Civil de Lisboa, de que veio a ser exonerado em Fevereiro de 1980, após a vitória da coligação de direita "Aliança Democrática" nas eleições legislativas de 1979.
Nas eleições autárquicas de 1982, foi candidato pelo PS à Câmara Municipal de Loures.
Exerceu ainda funções nas Fundações José Fontana e Antero de Quental, criadas pelo Partido Socialista.
Foi-lhe concedido, em 1995, a título póstumo, o grau de Grande-Oficial da Ordem da Liberdade, pelo Presidente Mário Soares.